Mal deixará Evie falar o caminho todo até área hospitalar sobre bebês, gravidez, roupas, etc e acredite era um grande percurso até a sala médica. Vez ou outra ela sorria e balançava a cabeça mostrando concordância. Contudo, mal não estava alegre de viver tudo isso, sua ficha em relação a gravidez ainda não caiu, mas uma hora iria, só não precisava ser agora.
As duas iriam até a sala médica do castelo. Havia uma ala médica para todos que viviam no palácio. Apesar de não ir muito naquele lugar, Mal conhecia a doutora e Evie também, Dra. Clara era filha do Zangado, única mulher no meio dos sete anões e na opinião de Evie, depois de Doug era a mais normal daquela família.
— Clara? — Evie bateu na porta e olhou na pequena frestinha. — Posso entrar?
— Evie e Rainha Mal? Entrem, fiquem vontade. — As mulheres sentaram. — Não vejo a rainha muito por aqui, o que é bom, não é isso que quis dizer. Não que eu não queira te ver e...— Clara era tímida e se atropelava nas palavras assim como primo.
— Calma, você é igual ao Doug quando fica nervosa.
Evie avisou rindo.
— E como está ele?
— Volta esse final de semana para casa.
Evie avisou. O marido estava em viajem e a família toda sabia disso.
— O que as trazem aqui?
— É que a Mal...
Evie tentou falar de uma forma fácil. Ainda era difícil até para ela acreditar que Mal esperava um filho.
— Está grávida.
Mal falou fácil, como se já tivesse aceitado a ideia. A doutora ficou de boca aberta quando ouviu a novidade.
— Clara, ninguém pode ficar sabendo, por enquanto.
Evie pediu quase implorando, uma vez que, nem mesmo o pai do bebê sabia ainda.
— Fiquem tranquila, tudo que se passa no palácio, fica no palácio. Então, o que posso fazer por você? Imagino que não saiba há muito tempo. — Mal assentiu. — Teste de gravidez? — Houve um espelho também, mas era melhor não citar essa parte. — Bom, eu não sou obstetra então não posso acompanhar sua gravidez, mas como essa é sua primeira consulta posso fazer o básico, tudo bem?
— Ótimo. — Evie respondeu a pergunta por Mal que parecia distraída demais para dizer algo. Está era a primeira de várias perguntas que Evie teve que responder, mesmo a gravidez nem sendo sua. Mal estava em outro planeta ou qualquer outro lugar que não fosse aquela sala. Ela não conseguia ouvir e fazer sua mente responder ao comando, pois tudo dentro dela dizia que ela não estava grávida, exceto pela coisinha crescendo dentro dela.— Mal? Mal? — Evie chamava ela para o mundo
— Ah? O que ?
— Vamos fazer um ultrassom, tudo bem?
Dra. Clara perguntava desconfiada e querendo saber o motivo da rainha estar daquele jeito.
— Está bem
As duas caminharam para o outro lado da sala onde o aparelho estava. Mal não se sentia nem um pouco confortável com isso, principalmente quando teve que levantar sua roupa e ficar exposta.
— Eu vou aplicar esse gel e ele é um pouco gelado talvez sinta um incômodo. — Mal assentiu não imaginando que a tal meleca realmente fosse tão gelada e incômoda. Por causa da estranheza, retraiu um pouco, porém nem isso prendeu sua atenção. Ela olhava para o lado de fora da janela, enquanto a amiga e médica ficavam olhando para o monitor. — E ali está ele. Um feto de sete semanas, quase entrando para oitava. — Mal se virou, pois não queria que achasse que ela não estava interessada no próprio filho, o que de fato era a verdade. — Ele é bem pequeno ainda, mas aqui está se desenvolvendo. O rosto dele, suas mãozinhas e os pezinhos. — Clara mostrava e indicava no monitor. Mal tinha quase certeza que Evie iria chorar, entretanto ela mesma continuava dispersa, isso foi até um som chamar sua atenção. Um som bem ritmado e alto
— Que barulho é esse?
Perguntou para médica achando que poderia ser um barulho do lado de fora do castelo.
— É o coraçãozinho dele. — Ela aumentou o volume do aparelho para que Mal ouvisse com mais clareza. — Bem alto né? Parece que está bem agitado dentro de você ou animado.
— Irá ver quando chegar no sexto mês. Eles acham que podem ficar dançando dentro da gente.
Evie disse lembrando de quando era ela deitada naquela maca e a amiga estava do outro lado zoando com ela, dizendo que o filho era do tamanho de Doug. Querendo ou não ver Mal ali e ver o bebê a levava em memórias que lutava para esquecer, pelo menos até parar de doer.
..................................................................
Mais tarde Evie teve que correr para o trabalho deixando Mal sozinha. A rainha andava pelo castelo e se não morasse ali há algum tempo diria que estava perdida. Seus olhos foram nos doces que ficavam dentro de uma tigela, num canto do corredor e quando foi pegar um sentiu seu estômago revirar. Seu olhar foi diretamente na barriga. “Pelo visto não vai ser fácil te ignorar” disse em seus pensamentos.
Mal respirou fundo, buscando forças dentro dela. Precisava ir em um cômodo do castelo.
— Majestade.
O guarda fez reverência abrindo espaço para ela passar pela porta que sempre era vigiada
— Oi Vitor. Achei que tinham te mudado de posto
Disse ao antigo guarda que estava de vigia do pequeno lagarto há anos.
— Sinceramente, as vezes acho ela gosta de mim. Ela mordeu o outro guarda que tentou alimentá-la
Ela riu tentando imaginar a mãe gostando de alguém que não fosse ela mesma. Não negaria o fato de que deveria ser engraçado ver o animal mordendo um soldado treinado para lutar em guerras.
Quando largou Auradon Prep. a mãe não poderia ficar lá mais. E desde que fugiu há uns quatro anos, todos acharam por bem deixar um guarda real sempre de prontidão.
Mal entrou no pequeno cômodo que era bastantes escuro (Mal tinha visto na internet que lagartos gostam de escuridão, ou só sua mãe mesmo, rainha das Trevas.) Era um bom habitat para o animal e para mãe que daquele tamanho talvez não fizesse questão de viver em um enorme castelo.
— Oi mãe. — Ela disse em um sorriso. Geralmente sempre que podia ia ver ela. — Desculpa por não estar aparecendo muito, é que esse treco de ser rainha da muito trabalho. Eu acho que você entende, não é? Você era rainha do mal, mas acho que dá o dobro de trabalho e esquece. — Quando o pequeno lagarto começava a andar pela gaiola ela entendeu que era para mudar de assunto. — Então, Vitor teve que voltar. Você mordeu o outro que ficou no lugar dele. Ele acha que gosta dele, eu ia falar que você não gosta de ninguém, mas acho que ele te acha fofa. — Ela riu da própria mãe. — Desculpa, mas é engraçado ele te achar fofa. — Parecia até que ela riu disso. — Eu vim te falar de outra coisa mãe. — Respirou fundo para falar do assunto. — Pelo visto estou grávida mãe. Eu vou ser mãe. — Ela chorava e ria ao mesmo tempo. O lagarto parou na frente do vidro e parecia chocada com a informação dada. — Eu sei que deveria estar feliz, mas é tão difícil, você é a única pessoa em Auradon que me entende mãe. Quer dizer, eu também acho que você não tenha me planejado. Eu só...só...só não sei como fazer isso mãe. O que eu aprendi a vida toda é como ser ruim e é isso que eu sei, como eu posso ensinar algo para uma criança? — Ela pegou o exame da bolsa. — Esse borrão aqui é ele, eu só vejo um grande borrão, você também, certo? Acho que ele vai nascer com magia, eu acho pelo menos. Tenho que ir mãe, eu te amo.
Que ironia do destino, Malévola a única que entendia o que ela estava sentindo.
..................................................................
— Tudo bem. Não, tenho certeza que fiz exatamente do tamanho dela, mas não tem problema eu refaço. Vai demorar duas horas, no máximo. Ok, tchau Debi.
Evie desligou o celular encerrando a ligação com a secretária. Bufando de cansaço ela chegou em casa para refazer um vestido para uma princesa. Ela teve que deixar Mal para resolver este pequeno imprevisto.
Ela tinha o desenho na cabeça e só tinha que costurar de novo. Faria isso o mais rápido possível, mas quando foi para seu ateliê foi parada por uma força maior que senso de responsabilidade.
A porta do quartinho azul estava aberta e ela só iria fechar evitando olhar para dentro do cômodo, como de costume, mas por graça da vida, a janela da sala estava aberta, o que permitiu a entrada do vento, que passou pela casa, indo até o cômodo que sempre estava fechado e a brisa quase nem percebida passou pelo móbile em cima do berço de madeira já empoeirado fazendo um breve barulho. As pequenas coroas dispostas no arco batiam uma na outra fazendo um som que era muito conhecido e quase inesquecível para ela.
Ouvir aqueles objetos fazerem aquele som trouxe outra melodia em sua cabeça. A risada do bebê. Ele tentando alcançar o mobile e gargalhando apenas com o barulho do vento indo nos objetos.
Evie voltou os olhos para dentro do quarto não conseguindo evitar de observar cada canto do quarto.
O peito apertou e as lágrimas vieram sem que ela percebesse. Se sentiu tão vulnerável e sem reação. Não sabia como controlar seus sentimentos ou as reações naturais do seu corpo frente a todas essas emoções.
Ela fechou as portas do cômodo o mais rápido que conseguiu e saiu correndo de casa. Foi para o lugar mais longe de casa que podia. A casa de sua mãe.
..................................................................
Mais tarde, muito mais tarde da noite a mulher dos cabelos roxos já estava cochilando, quando ouviu a porta se abrir, alguém vir e deitar de seu lado soube quem era.
— Oi.
Ela disse bocejando ainda com sono.
— Ei.
Ele passou as mãos no rosto ainda meio amassado dela fazendo carinho suave.
— Que bom que voltou.
Deu um beijo nele.
Ele já havia voltado há algum tempo, mas teve que ir para uma chata reunião e não achou ela pelo castelo.
— Estou feliz de estar de volta. Está melhor?
Perguntou, pois quando saiu para a sua viajem ela disse que estava com “virose”
— É, estou sim.
Odiava mentir ainda mais para Bem, mas era o melhor naquela hora.
— Que bom.
Beijou a cabeça dela de novo e bocejou de novo. Estava com sono demais. Trouxe o corpo dela para perto do seu pronto para dormir.
— Estou grávida.
Ela disse sem nenhum preparo antes. Bem ficou boquiaberto e sem condições de falar nada em resposta. Ele apenas ficou calado deixando seu cérebro processar a fala dela. Como ela podia estar grávida? Após a discussão em Paris já tinha começado a parar de pensar em ter filhos e por mais difícil que poderia ser mudar de ideia em relação a isso, já estava se acostumando, afinal Mal não era alguém que mudava de opinião com facilidade. Não esperava ouvir isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Descendentes Dark Times 2 Temporada
FanficDois anos se passaram desde Agatha e o apocalipse em Auradon. As consequências desse guerra estava sendo sentida até hoje e parecia que eles nunca parariam de descobrir o passado sombrio de Auradon. Ben e Mal oficializam a união frente ao povo, foi...