Capítulo 29

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Pego o envelope para abri-lo pela milésima vez mas desisto, como as tentativas passadas. Fiz o exame de sangue, e recebi hoje, mas estou com medo de abri-lo e a suspeita de Luane estar certa.

- Coragem Lina. - Digo a mim mesma.

Sempre quis ter uma família, mas a minha situação atual me deixa com medo. Não sei se posso confiar em Mateo, ele falou que não quer filhos, e com toda certeza terei que manter isso em segredo do meu pai.

Tenho certeza que ele não ficararia nem um pouco feliz com a notícia que será avô, então provavelmente meu bebê correria riscos.

Não quero nem imaginar no que ele seria capaz se talvez souber que eu esteja grávida, e confiar em Mateo nesse momento também não sei se seria uma boa ideia.

Ele já afirmou que não quer filhos, e se eu contar para Mateo, e ele querer que eu aborte? Se eu estiver grávida, terei que contar para ele em algum momento, e esse é o meu maior medo.

Abro o envelope, e no mesmo instante tenho a certeza que realmente estou grávida.

Me sento na grama do parque porque sinto minhas pernas bambas. Olho para o resultado do exame novamente para ter certeza que não li errado.

- O que eu vou fazer bebê? - Passo a mão por minha barriga.

Posso estar em choque ou desesperada, mas de uma coisa tenho total certeza, irei proteger meu bebê custe o que custar.

Eu sei que vai ser difícil, mas dessa vez não pretendo desistir tão fácilmente, e então manterei meu filho em segurança.

Meu celular começa a tocar, então abro minha bolsa e o pego após guardar o envelope.

- Oi Lu. - Atendo a ligação.

- Eu estou certa não estou? - Ela pergunta.

- Estou bem também e você? - Reviro os olhos.

- Fale logo. - Ela pede impaciente.

- Sim, você está certa. - Digo.

- Eu sabia. - Ela parece sorrir.

- Está tão feliz assim? - Pergunto.

- É claro, vou ser tia. - Fala. - Já contou para Mateo?

- Ainda não, peguei o exame hoje.

Não falei nada para ele por medo, e também por não ter certeza. Mas agora que está confirmado minha gravidez, ainda estou com medo da sua reação.

- Acho que ele vai ficar feliz. - Luane fala.

- É o que eu espero. - Suspiro alto.

A única forma de proteger meu bebê, é se Mateo estiver ao meu lado, e se ele não for capaz de aceitar um filho, até dele eu fugirei sem olhar para trás.

- Vou ter que desligar agora. - Luane cochicha. - A megera está chegando.

Ela finaliza a ligação antes que eu diga qualquer coisa, então guardo o celular na bolsa e me levanto.

- Vamos para casa esperar por seu pai bebê. - Sorrio abertamente.

🌻

Pago o taxista e saio do carro em seguida. Consegui despistar o motorista de Mateo, e fui ao consultório sozinha. Por sorte ele não percebeu, caso contrário Mateo já teria me ligado.

- Senhora...

- Que susto! - Levo a mão ao peito.

- Não faça isso novamente ou me deixará em apuros. - Ele diz.

Entre a vingança e o amor Onde histórias criam vida. Descubra agora