Capítulo 32

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- O que aconteceu com minha filha? - Thomas pergunta enquanto invade o quarto.

- Eu não sei. - Mateo fala. - Dimitri não me contou nada.

- Alguém tentou assaltá-la?

- Estou esperando ela acordar para perguntar o que houve. - Mateo diz.

- Minha pobre criança. - Thomas finge chorar.

Apesar de sentir todo meu corpo trêmulo, continuo em silêncio para ver até onde esse ser humano desprezível vai com suas mentiras.

- O quê pensa que está fazendo aqui? - Pergunto enfim.

A surra que Dimitri deu em Thomas foi pouca, não consigo ver nem um hematoma, enquanto eu estou toda roxa e dolorida.

- Lina? - Mateo corre até mim. - Está tudo bem?

O ignoro, e apesar de sentir dor me levanto e me sento na cama.

- Fiquei preocupado com você meu bem. - Thomas fala.

- Vai embora. - Aponto para a porta.

- Lina...

- Eu mandei você ir embora seu maldido! - Grito.

- Por que está tratando seu pai assim Lina? - Mateo me pergunta.

- Você cale a boca. - Murmuro entredentes. - Não quero ouvir sua voz.

Ele parece supreso com minha grosseria, mas nesse momento não estou nem um pouco preocupada com o que ele pensa sobre mim.

- Como está meu neto? - Thomas pergunta.

- Como sabia que Lina está grávida? - Mateo o encara sério.

- Bem... é... eu...

- Por sua causa eu perdi meu bebê! - Minto. - Você matou meu filho seu assassino!

Lágrima de desgosto banham meu rosto, não pela perda fingida do meu bebê, mas sim por estar de frente com os dois homens que mais odeio e desprezo no mundo.

- Mas... mas... - Mateo me olha confuso.

Depois de ter me agredido, Thomas ainda tem a cara de pau de aparecer na minha frente, e fingir preocupação, então o que me resta é mentir, só assim meu bebê ficará em segurança.

Provavelmente colocou alguém para me vigiar, e decidiu aparecer depois que Dimitri foi embora. Ele não ousaria dar as caras enquanto Dimitri estivesse aqui.

- Lina...

- Se aparecer na minha frente novamente eu te mato. - Corto Thomas.

- Olhe como fala com seu pai. - Ele tenta me repreender.

- Pai? - Sorrio cínica. - Você não passa de um velho egoísta que jamais deveria ser chamado de pai. Vai morrer sozinho porque ninguém te suporta.

- Lina...

- Sou tão idiota que tive esperanças que você pudesse mudar algum dia. - Falo. - Jamais vou te perdoar pelo que fez comigo, e agora mais do que nunca, tenho a certeza que um monstro como você não mudará.

Mesmo que algum dia Thomas se arrependa, o que acho bem improvável, ele jamais terá meu perdão pelo que fez. Nunca fui uma pessoa que guarda mágoas, mas um homem que se diz pai, bate na própria filha para poder matar o neto, não merece perdão.

- Você me deve respeito. - Ele aponta o dedo para mim com irritação. 

- Eu não te devo nada. - Retruco. - E por favor vai embora, não quero ver sua cara nojenta na minha frente nunca mais.

Entre a vingança e o amor Onde histórias criam vida. Descubra agora