Capítulo 2

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Carlos Eduardo

Tudo passa como um borrão. Em um segundo estou andando na direção da Yasmin, mãe da minha filha, no outro ela cai em meus braços, me implorando para ajudá-la, quase entro em choque quando vejo seu rosto pálido e um líquido molhando sua roupa. O bebê vai nascer, minha filha vai nascer. Não perco tempo, pego ela em meus braços, seu corpo pequeno está frio.

-Rápido Matheus, temos que correr para o hospital-. Praticamente grito, ele corre saindo do local. -Pedro-. Chamo alto. Pedro está paralisado, olhando em nossa direção com horror. -Tenho que ir, rápido-. Ele parece acordar de um transe, vendo em minha direção.

-Vamos-. Saímos apressadamente do járdim, há uma grande comoção no ambiente. Só vejo o momento exato em que, Graziella sai arrastando Natasha pelos cabelos, não tenho tempo de apreciar a cena. -Sim, a bolsa estourou... Não, ela está apagada... Estamos indo -. Nessa momento entramos no carro de Matheus. -Em 15 Minutos estamos aí -. Então desliga. -Você ouviu rapaz 15 Minutos-. Rosna para ele.

Matheus não responde apenas acena com a cabeça, acelerando o carro, com uma agilidade impressionante, sei que isso é sobre Yasmin está nesse estado dias atrás ele me confidenciou que é apaixonado por ela, mas que provavelmente nunca será correspondido. Bom, agora ele tem uma chance.

Fui um cretino com ela a meses atrás, tirei a pureza de um anjo, Yasmin não merecia ser tratada da forma que eu a tratei, mas ao contrário de que todos pensam, não sou apaixonado por ela, o que senti foi uma atração qualquer, ela tinha todos os atrativos que nos atraem, virgem, inocente, pura, inexperiente, isso soa como um afrodisíaco para qualquer homem, pode soar hipócrita mas essa é a verdade, não me orgulho do que fiz, mas dessa irresponsabilidade veio o eu maior presente Susie a mulher da minha vida, antes mesmo de nascer já está me transformando, me tornei um homem melhor depois de descobrir que seria pai. É por ela que parei de beber, fumar, sair sem ter hora pra voltar, estou trabalhando com meu irmão a empresa da família, foi a melhor coisa que fiz me mantém ocupado, comprei um apartamento aconchegante todo pensado me minha filha que já tem seu quarto todo montado com a ajuda da mãe, isso mostra o quanto Yasmin é boa, me perdoou sem nem ao menos me acusar de nada, ela também considera Susie um presente precioso, mesmo com tão pouca idade.

-Muito bom rapaz, 10 minutos-. Pedro elogia, saindo rapidamente do carro parando Yasmin do meu colo,andando a passos rápidos para dentro do hospital.

-Será que ela ficará bem?-. Matheus pergunta do meu lado. Apesar do momento ser crítico, estou tranquilo não posso me desesperar em um momento como esse, minha mãe diz que nossos pensamentos deve ser sempre positivos isso dá um grande diferença em momentos difíceis.

-Claro que vai-. Soou positivo.

-EU QUERO ENTRAR, ELA É A MINHA FILHA-. Escuto os berros de Pedro.

-Senhor no estado em que sua filha chegou, teremos que fazer uma cesariana, não é recomendado que qualquer familiar assista, sinto muito-. Ele vai retrucar, quando ela completa. -Ela vai ficar bem, confie em nós, faremos de tudo para que as duas vivam-. Então ela se vira entrando pela porta.

-Tudo vai ficar bem Pedro, basta ter fé-. Não entendo o que acontece quando ele me abraça, seu corpo está tremendo, sinto o seu medo, não tem como não me comover.

-Não posso perder ela também, não posso-. Sussurra.

-E não vai-. Falo com convicção.

HORAS DEPOIS...

-Droga, quanto tempo vai demorar?-. Resmunga Graziella, faz algum tempo em que ela anda de um lado ao outro do corredor, com uma expressão aflita.

Benjamin tem a pequena Mary em seus braços, que dorme profundamente, ele também segura firmemente a mão de Brysa, acho que para não demonstrar desespero numa hora como essa. Pedro está sentado ao chão com a mão na cabeça, minha mãe volta da capela onde estava rezando, Lucke tenta conter o ataque de nervos da sua mulher, Marcelo está aqui junto seu olho esquerdo está vermelho, posso apostar que esse gancho foi um presente de Graziella, por ela estar com uma faixa não mão, não perco muito tempo avaliando seu estado, fico uns bons segundos admirando a mulher muito linda que o acompanha, seus olhos são da mesma cor a diferença entre eles é o tamanho e os contornos delicados de seu rosto, ela é perfeita parece ter sido desenhada. Desvio o olhar que deve escuto uma porta se abrir. A médica sai de lá com um semblante cansado, porém sorridente.

-A cirurgia foi um sucesso-. Escuto um coro de alívio e agradecimento. -Mãe e filha estão bem, Yasmin é uma menina muito forte, assim como a pequena Susie, ela vai ficar na incubadora por um tempo por ter nascido prematura, mas creio que logo sairá de lá, ela é um bebê muito forte-. Completa, pronto era só o que precisava para me transformar em um pai babão.

-Quero ver minha filha-. Me materializo em frente a médica.

-E eu as duas-. Pedro me olha em desafio.

-Todos irão ver, o pai da criança tem o direito de vê o bebê primeiro-. Arqueio uma sombrancelha com um sorriso de lado. -Yasmin será levada para o quarto daqui uns minutos o senhor pode esperar-. Ela olha pra mim. -Me acompanhe-. Olho para trás e meu irmão sorri para mim junto com minha mãe que me olha com orgulho. Sigo a médica que me deixa aos cuidados de uma enfermeira, ela me ajuda a higienizar as mãos, me entrega uma roupa hospitalar. Faço tudo o que é necessário para a segurança da minha filha.

Minutos depois sou levado para uma sala onde tem várias caixinhas, mas apenas uma está ocupada. Ando apressadamente até lá, encontrando a coisinha mais perfeita da minha vida, minha filha. Seu bracinho frágil está conectado a um aparelho, assim como o seu nariz pequeno, olhar para ela nesse estado desperta alho em mim, um desejo de protegê-la de tudo, algo extraordinário explode em meu peito um misto de sentimentos, de amor e admiração, minha filha tão pequena já tem o meu coração em suas pequenas e frágeis mãos. Tão linda e perfeita, vejo alguns fios ruivos no topo da sua cabeça, sua boquinha em forma de coração faz alguns movimentos de sucção. Sinto algo quente descendo em meu rosto, são lágrimas.

-Posso tocá-la?

-Claro-. Ela me explica que devo colocar minhas mãos em duas aberturas em formato redondo da caixa de vidro.

Com as mãos protegidas pelas luvas, toco carinhosamente minha filha, ela está de ladinho de frente para mim, não tem nada mais lindo do que tive minha filha, pego sua mãozinha, seus cabelos delicados, sua pele branquinha como porcelana, seus pezinhos fofos que me dão vontade de morder. Não é possível que eu tenha feito algo tão perfeito.

-Minha filha, você é a minha vida agora-. Passo a ponta dos meus dedos em seu rostinho delicado. -Papai te ama muito muito muito-. Me declaro chorando, derramando todo o meu amor em cada lágrima.

Susie, a mulher que veio para mudar a minha vida. Não preciso de mais nada.

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Será mesmo?

😉😉😉😉😉😉😉

PURO ( Série Improváveis-Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora