Capítulo 6

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Beth

Quando descobri não poder gerar vidas, ter um filho, pensei que iria morrer, minha vida que era praticamente perfeita desmoronou. O homem que jurou amor eterno me abandonou, mesmo prometendo perante Deus e os homens me proteger na alegria e na tristeza. Cheguei ao fundo do poço, às vezes não entendemos o que leva as pessoas a se destruírem, sempre temos pensamentos hipócritas, "Isso é frescura", "Deus não perdoa quem faz isso", "Mente fraca" pensamentos que a grande maioria compartilha.

Não vejo dessa forma, afinal fui vítima de depressão, estava praticamente desistindo de viver quando ouvi um anúncio na rádio, a prefeitura iria liberar um grande casarão, para acolher crianças que foram abandonadas pela família, e que eles precisavam de voluntários, não tive dúvidas de que aquilo era um sinal vindo de Deus para mim. No mesmo dia procurei o local, ainda estava em reforma, tinha vários jovens ajudando a construir o local, uma prova de que ainda existe bondade nesse mundo. Fiz amizades com todos ali, ajudei da minha forma, pelo menos umas três vezes por dia eu preparava lanches para as pessoas que trabalhavam debaixo do sol escaldante que é Redenção. E em um mês o casarão estava pronto,as crianças que estavam sendo mais todas em um colégio que estava fechado pelas férias, foram levadas para a casa nova.

Eu estava lá quando elas chegaram, senti meu coração bater forte ao olhar para cada rostinho assustados e admirados, algo cresceu, sabe aqueles sentimentos fortes que nascem no fundo do seu ser, que não sabe explicar direito o que sente foi isso que senti. Não exitei em me candidatar para cuidar de todas elas, vendi tudo o que tinha e me mudei para uma casa pequena aos fundos do casarão, existiam apenas 20 crianças, ao longo dos anos esse número aumentou claro, agora temos centenas de crianças. Todas elas me chamam de mãe ou titia Beth, são os filhos que Deus me deu, é nessas horas que acredito em um ser superior, eu não pude gerar um filho, mas Ele me deu centenas.

Sou muito feliz com a minha vida tranquila, bem até ontem, uma das coisas mais lindas desse lugar é o enorme quintal onde temos um bosque que é divido por uma cerca nenhuma criança é permitida atravessar aquele lugar, mas claro estou falando de crianças elas são curiosas e teimosas, Valentina e Roberto são irmãos gêmeos e como eles tem uma grande ligação tudo o que um faz o outro também, tudo que um sente o outro também sente,uma ligação muito forte os uni, enfim eles desobedeceram minhas ordens de não atravessarem a cerca de jeito nenhum, mas desse erro veio um acerto. Eles encontraram uma mulher desacordada na floresta, sua aparência era a pior possível, suas roupas desgastadas, sua pele pálida sem vida como se ela não se come a dias, seu corpo quase esquelético e leve me ajudou a trazê-la para minha pequena casa.

Nesse momento com a ajuda de Roberto e Valentina estou preparando uma enorme bandeja recheada de muita comida, acho que ela vai gostar de tudo o que tem aqui. Saio em direção a casa dos fundos sendo seguida pela "dupla dinâmica" que estão de mãos dadas, olhar para eles assim me lembra do meu "trio parada dura", Benjamin meu menino responsável, Graziella aquela menina é forte e muito maluquinho, mas no fundo tem bom coração, e a Minha doce Yasmin uma menina tão pura, eles são o meu maior orgulho tão lindos os meus filhos. Com a ajuda das crianças que abrem a porta, levo a bandeja de comida onde deixei a mulher descansar, abro a porta encontrando ela acordada fitando a parede.

-Boa tarde-. Dou o meu melhor sorriso. Seus grandes olhos azuis me foram assustada, mas logo suavizam quando ela vê as crianças. -Está se sentindo bem?-. Pergunto suavemente.

Recebo um aceno de cabeça como resposta.

-Que bom-. Caminho até o seu lado da cama depositando a bandeja no criação mudo. -Pra você, acho que está faminta-. Saio do seu lado e para que ela se sinta confortável, vou até meu armário em frente a cama. -Tenho algumas roupas que eu mesma faço, sempre costuro roupas novas para as crianças, e para os mais velhos também-. Procuro mais um pouco até encontrar um vestido azul escuro de flores brancas foi o primeiro vestido que a Yasmin fez, um presente pra mim, bom não tenho mais esse corpo. Pego também uma roupa íntima nova.

-Tem que comer titia pra ficar forte-. Escuto a voz doce e infantil de Valentina.

-Tudo bem-. Escuto uma resposta uma voz melodiosa e baixa.

-Esse é meu irmão, Roberto-. Ela diz um pouco embolada. Sua voizinha de criança está mudando.

-Muito prazer-. Sempre educado esse menino. Procuro mais até a garagem as toalhas brancas em uma das gavetas debaixo.

Então me viro para ver a cena, a mulher está devorando toda a comida. Essa imagem me deixa feliz.

-Aqui está essas roupas devem servir-. Aviso colocando as roupas em cima da cama. -No banheiro tem tudo o que precisa-. Olho para o meu relógio de pulso, está quase na hora dos meninos voltarem da escola, Valentina e Roberto estudam na creche de manhã. -Bom crianças tenho uma missão pra vocês-. Ambos me olham em expectativa. -Os dois irão cuidar da moça. Entendido?-. Ambos levantam a mão esquerda batendo continência. Sorrio pela cena fofa.

-Sim Senhora-. Lindos os meus meninos.

-Se precisar de algo, avise as crianças ou então me grite, tá legal-. Então ela olha nos meus olhos.

-Obrigada-. Então ela abre um sorriso, estranho tenho a sensação de já ter visto esse sorriso.

-Por nada-. Me despeço, saindo do quarto mais confusa do que entrei.

Algo nela me é familiar não sei, talvez eu já tenha visto ela por aqui. Sigo meu caminho, preciso preparar o lancha das crianças, elas sempre chegam famintas da escola.

                               […]

Pedro

-O que você está dizendo?-. Estou agora em minha sala de reuniões com o meu novo investigador, o outro estava demorando a me trazer respostas. -Querida dizer que ela pode estar viva-. Todo o meu corpo estremece.

-Fui no endereço onde supostamente foi enterrado a sua esposa-. Ele me entrega uma pasta. -Não é um cemitério, é um endereço falso esse lugar pertence a uma família, uma pequena fazenda no interior-. Respiro fundo.

-Então quer dizer que ela pode estar viva?-. Ponho minhas duas mãos a mesa, sustentando meu corpo para não cair.

-Sim senhor-. Estou estupefato, minha mulher pode estar viva.

-Então quero toda a minha equipe nisso-. Recobro minha sanidade. -Encontre ela, não importa o quanto custe, ou onde tenha que ir, quero que a achem o mais rápido possível, trás a minha mulher de volta pra casa-. Meu investigador levanta com uma cara de determinado.

-Eu encontrarei sua esposa senhor, tem a minha palavra-. Olha em meus olhos, passando toda sinceridade em suas palavras.

-Outra coisa, descubra quem está por trás de tudo isso-. Então me lembro de algo. -Comece pela minha irmã Helena-. Com um leve aceno ele se vai.

Me deixando para trás, surpreso e sem reação. Passo a mão em meu rosto, liberando toda a tensão.

Ela pode está viva.

Minha Suzanne, está viva.

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Hahahahahahahah comecei carajo....

Helena ta no sal...

😈😈😈😈😈😈😈

PURO ( Série Improváveis-Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora