Capítulo 2

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Na semana seguinte voltei para mais uma sessão de regressão. Eu não me preocupava com o que aconteceria a seguir.
- Augusto, como disse na semana passada você deve estar preparado. – João me disse.
- Eu estou João. Quantas vezes vemos filmes e não nos importamos para quem morre. Isso tudo pra mim é apenas um filme que eu criei na minha cabeça. E espero chegar logo no fim. – Eu disse.
- Entendo. Gostei desse raciocínio, mas e se isso realmente for uma vida passada? – João questionou.
- Só vou acreditar nisso se eu reconhecer alguém nessa vida. – Eu disse.
- Na hora certa vamos descobrir isso. Mas me responda, se isso realmente for outra vida. Você venha a descobrir que foi um assassino no passado? – João reforçou.
- Se realmente for outra vida também não vou me importar, se fui um assassino hoje não sou mais. – Eu disse. – Quem acredita nisso não diz que nascemos de novo para sermos melhores? Eu sei que não sou um assassino.
- Tudo bem então, deite-se novamente no divã. Vamos começar o exercício e voltar para o duelo. – João disse.
Deitei-me em seu divã e me concentrei.
Estava novamente na luta derrubei Edmond no chão e queria acabar com aquela palhaçada o deixando vivo. Foi assim que eu fiz.
- Acredito que está claro quem é vencedor. – Eu disse alto. – Não quero que a festa do meu casamento seja machada com uma morte.
- Mas é questão de honra. – Alguém gritou. Queriam sangue.
- Já tenho minha honra. Já o derrotei, ele está no chão com a minha espada em seu pescoço. Quem poderá dizes que eu não tenho honra.
- Eu. – Edmond gritou. – Me mate seu covarde, se não posso ter a Desiré prefiro a morte.
- Cale a boca idiota. – Eu disse. Edmond tentou se levantar e eu chutei o seu peito fazendo voltar para o chão. – Senhor Conde, Senhor Visconde, Minha adorável noiva e caros convidados. Permitam poupa-lo e possuir a minha honra reestabelecida.
- Eu aceito que o poupe. – Desiré respondeu.
- Mate-o, Mate-o – Os convidados gritavam.
- Meu filho, permito que o poupe, desde que ele suplique pela vida. – Meu pai disse fazendo todos os convidados se calarem. Meu pai foi inteligente, apenas derrotar Edmond seria pouco para a nossa honra, mas ele pedir pela vida seria uma grande humilhação para ele e nenhum convidado ou pessoa em todo o reino poderia questionar. Mas Edmond era estupido de mais.
- Peça que eu te poupo. Não quero mata-lo. – Eu disse para Edmond.
- Covarde. – Edmond disse cuspindo em meu rosto.
Peguei a minha espada mirei em seu peito e enfiei. Retirei a minha espada que pingava o seu sangue.
- Satisfeitos? – Perguntei, algumas pessoas aplaudiam. Desiré chorava compulsivamente.
Chamei Maurice, pedi que levasse o corpo para uma cela vazia dos estábulos.
- Mas senhor? – Maurice questionou.
- Faça o que eu digo e limpe a sua ferida. Este homem não possui família não é mesmo? – Eu perguntei.
- Não senhor. Mandarei alguém o limpar. – Maurice disse.
- Não Maurice, preciso que seja você. Apenas você chegue perto deste homem. – Eu disse. Maurice não entendeu. Aquele homem que me educou e foi como um segundo pai me respeitava e obedecia cegamente as minhas ordens como as do meu pai.
- Temos uma cerimonia a realizar. – O Visconde Othon anunciou. E voltamos para a capela.
Me casei com Desiré, ela chorou durante toda a cerimonia. Na hora do beijo ela virou o rosto e foi onde eu lhe beijei. Os convidados foram para os jardins, onde ainda havia um pouco do sangue de Edmond. Entrei com Desiré para o palácio.
- Você jurou me amar e me obedecer. – Eu disse.
- Isso foi para poupar a vida do Edmond, mas você o matou. – Ela disse.
- Não. Isso para eu aceitar me casar com você. Eu não o matei, ele se matou. Tentei de tudo para poupa-lo. Culpe a ele mesmo e não a mim. – Eu disse e Desiré chorava. – Agora vamos voltar para aquela festa e você vai parecer feliz.
- Não, eu não vou voltar. Aqueles abutres. – Desiré disse.
- Você tem essa escolha minha querida. Eu também tenho a minha. Posso escolher não levar este casamento a diante. Posso dizer que não a quero, pois já foi usada, Você pode ir viver no convento que o seu pai queria lhe enviar. – Eu disse.
- Você não faria isso Pierre. – Desiré disse.
- Eu não quero Desiré. Por isso não me obrigue assim como o seu amante me obrigou a mata-lo. Não vê o muito que estou fazendo por você? Nenhuma gota de gratidão? Irá manter o seu juramento de me obedecer ou não?
- Irei senhor meu marido. – Desiré disse.
- Então descanse e se recomponha em breve volto para busca-la, e sim temos que sorrir para aqueles abrute. – Eu disse.
Deixei Desiré no quarto e fui pelos fundos do Palácio para o estabulo.
- O Senhor sábia não é? Por isso pediu para que eu fizesse tudo sozinho. – Maurice me disse.
- Eu tinha esperança. Ele ainda sangra? – Eu perguntei.
- Não senhor quase não sangra. – Maurice me respondeu.
- Isso é bom. Então consegui. Não atingi o seu coração e nenhuma artéria. Traga-me linha e agulha vou costura-lo. Preciso também de ervas cicatrizantes, gengibre, azeite e pimenta. – Eu pedi a Maurice que voltou com tudo.
Primeiro costurei a ferida em seu peito. Misturei todos os ingredientes que Maurice me trouxe até formar uma pasta que eu coloquei sobre o ferimento.
- Tudo isso tem grande poder anti-inflamatório e cicatrizante. As próximas horas serão as mais complicadas, se ele sobreviver está certo que ira se curar. Depois dele curado o enviaremos para bem longe daqui.
- Por que faz tudo isso meu senhor? – Maurice me perguntou.
- Não sou um assassino Maurice, o meu dever é salvar vidas e não ceifa-las. – Eu respondi. – Não quero que perca a minha festa de casamento. Peço que venha de hora em hora e verifique se ele ainda está vivo. E o mantenha hidratado. Não se preocupe se ele suar muito. Mas caso entre em convulsão me chame imediatamente.
- Sim senhor. – Maurice respondeu.
Voltei para o quarto busquei Desiré, dançamos como de costume, ela se esforçava para parecer feliz. Cumprimentamos todos os convidados que me parabenizavam pelo duelo.
- Casou-se com um homem valente e nobre. – Uma senhora disse a Desiré e ela apenas sorriu de volta.
Após o fim da festa fomos para o nosso quarto.
- Estou pronta senhor meu marido pode me usar. – Desiré disse.
- Não, Desiré, não farei isso com você. Eu a respeito muito. Tenha o seu luto, mas não use negro. Não nego que a desejo, sempre a vi como uma linda mulher. Quero apenas que seja uma boa esposa e que me de filhos, eu a usarei nos dias que estiver fértil ou quando sentir vontade. Fora isso apenas dividiremos a mesma cama. – Eu disse. Desiré me agradeceu.
Voltei para os estábulos. Edmond ainda estava apagado, um tempo depois Maurice apareceu.
- Não devia estar na cama com a sua esposa. – Maurice disse.
- Acha que uma mulher iria gostar de dormir com o assassino do seu verdadeiro amor? – Eu perguntei.
- Mas você não o matou. – Maurice disse.
- Desiré não poderá ficar sabendo. Se ele morrer seria falsa esperança, para ela eu o teria matado duas vezes se ele sobreviver eles podem querer fugir juntos ai não me restará escolha a não ser mata-lo de verdade. – Eu disse.
- Compreendo Senhor. Com disse ele está suando. – Maurice constatou.
- Isso é bom. Maurice pode dormir, passearei a noite aqui. Estou sem sono, traga-me agua de beber e uma esponja. – Eu pedi.
Maurice voltou trazendo a água e a esponja depois se retirou. Fiquei velando o sono de Edmond. Ele começou a temer, estava com febre. Eu tirei as suas roupas e o banhei com a esponja. Seu corpo era liso e sem pelos, exceto os pubianos. Seu pau era grande e reto. Seus braços eram fortes, devia ser trabalhador dos campos. Limpei também o seu rosto. Tirei os seus cabelos do rosto, um rosto angelical, mais bonito que as mais belas pinturas. Ele ainda tremia. Sentia frio, eu não o cobri, deixei pegar o sereno da noite no seu corpo molhado com a agua que eu passava.
A alvorada chegou, junto com ela Maurice para saber se eu precisava de algo.
- Busque mais ervas e as especiarias, vou trocar a pasta. – Eu pedi.
Removi a pasta que coloquei no dia anterior. Os pontos ainda estavam inteiros, pouca secreção o que era um bom sinal.
- Quando acha que ele irá acorda? – Maurice me perguntou.
- Ainda está semana. – Eu disse. – Pede para fazerem uma sopa, eu o darei na hora do almoço.
Fui para o quarto, Desiré ainda dormia, seus olhos estava inchados, devia ter chorado até pegar no sono.
- Eu sabia que não era um assassino. – Eu disse a João quando me despertei.
- Então acredita que isso era uma vida passada. – João me perguntou.
- Não foi isso que quis dizer. Apenas que minha mente não me colocaria como um assassino.
- Então acredita que é um filme, que sua mente criou. – João me perguntou.
- Tá mais para um seriado, que só passa uma vez por semana. – Eu respondi rindo.
- Então na próxima semana vemos mais um episódio. – João disse também sorrindo e se despedindo de mim.
Fui para a casa, pensava no corpo de Edmond, poderia ser ele o homem dos meus sonhos, aquela cicatriz, na mesma posição em que enfiei a minha espada. Mas era diferente, Edmond tinha cabelos claros e cumpridos, o homem nos meus sonhos tinha cabelos escuros e curtos.
Peguei no sono, estava novamente no palácio. Sentia-me nervoso, estava sentado em uma poltrona em quarto escuro. Quando aquele homem entrou.
- Você falou com ela René? – Eu perguntei nervoso.
- Claro que não falei. – Ele me respondeu.
- Não aceitarei uma traição. – Eu disse.
- Eu nunca iria te trair meu amor. – Ele me disse.
Ele se ajoelhou na minha frente e beijou a minha boca e segurou o meu pau que endurecia em sua mão. Abaixou as minhas calças e me chupava.
- Que delicia Pierre. – Ele disse.
Eu segurava nos seus capelos curtos e olhei em seus olhos, mesmo no escuro com apenas uma vela acesa eu via o brilho azul de seus olhos. Ele voltou a me chupar até que eu gozei em sua boca.
Acordei gozado. Tinha semanas que isso não acontecia. A terapia me deixava sem esses sonhos. “Por que essa noite foi diferente?” Amanda tinha certeza que Edmond era o homem dos meus sonhos. Eu já não tinha certeza de mais nada. Só queria voltar para a regressão e descobrir o que estava acontecendo. Lá o tempo tinha uma logica, nos meus sonhos não tinha ideia de quando cada um aconteceu. Mas não podia negar que eu, Augusto, gostei de ver Edmond pelado e passar a mão pelo seu corpo. E Pierre também gostou.
Na semana seguinte voltei para a terapia. Pierre tomava café da manhã em uma grande mesa junto dos seus pais e da esposa quando Maurice chegou.
- Senhor, quando puder peço que me acompanhe. – Maurice disse.
- Irei assim que possível. – Eu respondi. Sábia que se tratava de Edmond.
- O que se trata? - Meu pai perguntou.
- Nada meu pai, nada que deva se preocupar. – Eu disse. Terminei meu café da manhã e fui para os estábulos.
- Ele ainda dorme, mas fala algumas coisas que são impossíveis de compreender. – Maurice me disse.
- Ele deve estar despertando. – Eu disse.
- Devemos amarra-lo senhor? Não seria bom se ele for visto andando por ai se acordar no momento que não estivermos aqui. – Maurice me disse.
- Não Maurice, ele ainda não terá forças para se levantar. E a dor virá junto com o seu despertar. Nosso cérebro é tão fantástico que ele nos mantem dormindo para evitar que sentimos dor. Traga-me água e uma nova pasta irei banha-lo e trocar o curativo.
Tirei novamente as roupas daquele belo e estupido jovem. Sentia a sua respiração forte e o seu coração batendo. Ele estava mais magro. Já haviam se passado 3 dias, por mais que nos esforçássemos ele não tomava mais que três colheres de sopa por dia. Maurice retornou com o que eu pedi. Eu o banhei e retirei com mais dificuldade a pasta do dia anterior. Ela começava a se unir com sua pele. As secreções estavam cada vez mais secas.
- Veja Maurice, ele sente dor. Começa a ter reações. Não irá demorar muitas horas para se despertar. – Eu disse. Edmond se contorcia enquanto eu tirava a pasta. E se acalmou quando eu coloquei uma nova. Percebi que seu pau também se movimentou involuntariamente, Maurice não percebeu, ele evitava olhar para esta parte do corpo de Edmond. – Pode ir Maurice, eu continuo aqui.
Maurice partiu. Me preocupei com a higiene de Edmond, Maurice com certeza não lavou o pau do jovem. Peguei novamente a esponja a umedeci e passei sobre o seu pau, fiz novamente, estiquei a sua pele e limpei a cabeça do seu pau, estava com um cheiro forte e nada agradável. Molhei mais uma vez, passei a esponja e senti aquele pau endurecendo na minha mão.
Era a primeira vez que eu tocava em outro homem. Já havia visto nos salões de Paris rapazes vestidos como moças e o que eles faziam com outros homens ali mesmo no salão, eles os chupavam e davam a bunda. Alguns dos clientes da casa preferiam chupar e dar para aqueles rapazes vestidos como mulheres, mas nada daquilo me excitava não passava de um bizarro espetáculo.
Meu coração batia mais rápido à medida que aquele pau endurecia na minha mão, não sabia como reagir, mas não queria soltar. Comecei a fazer leves movimentos. Senti seu pau pulsar e Edmond gozou na minha mão. Olhei para o seu rosto e vi aqueles olhos azuis olhando pra mim e um pequeno sorriso no rosto.
- O que aconteceu depois que Maurice saiu? – João me perguntou.
- Eu não disse? – Perguntei ao João.
- Não. Você ficou calado. – João me respondeu. Me senti aliviado por isso.
- Edmond abriu os olhos. – Eu disse. – E eu voltei pra cá.
- Tudo bem, na próxima semana continuamos. - João me disse.

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