Capítulo 7

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Cumprimentei o noivo de mamãe, com um aperto de mão firme. Mas quando cumprimentei Jasper não consegui só apertar a sua mão. Eu lhe dei um abraço.
- Desculpe – Eu pedi.
- Brasileiros. – Jasper sorriu e minha mãe também.
Nem Oliver e nem Jasper se pareciam exatamente com o Conde Jacques e com o Visconde Othon. Mas eu sabia que eram eles, eu sentia. Oliver é um homem bonito, cabelos pretos e um tanto grisalho. Ele devia ter uns 45 anos, pele e olhos claros, era alto mais de 1.85. Jasper era mais baixo que o irmão e uns 10 anos mais novo tinha. Seu corpo também era bonito e ambos se pareciam.
Jasper foi conversar com o sobrinho, Oliver foi para o seu quarto e voltou com outra roupa. Quando sentamos a mesa todos falava em inglês para que eu pudesse participar.
- Como está seu livro? – Jasper perguntou para o sobrinho.
- Está indo. – Ethan respondeu.
- Você é escritor? – Eu perguntei.
- Sou. – Ethan respondeu seco.
- Ethan é um gênio. – Jasper disse.
- Um gênio desperdiçado. – O pai dele disse senti uma amargura na sua voz.
- Ethan fala quase todas as línguas, além saber tudo de história. – Jasper disse.
- Legal eu respondi. E sobre o que é o seu livro? – Eu perguntei.
- Sobre a historia da minha família. – Ethan respondeu.
- Como se não houvesse tudo documentado sobre a nossa família. – Oliver disse desfazendo do trabalho do filho.
- Mas não é um livro de historia, é um romance. Na época da corte. A família deles eram de nobres. Condes e Viscondes. - Minha mãe disse dando aquela moral para o Ethan.
- E você faz o que? – Oliver me perguntou.
- Estou terminando o curso de Administração de Empresas. – Eu disse. Estava mais curioso sobre o livro. Por ver Conde Jacques e o Visconde Othon ali na mesa não tinha duvidas que aquela família fosse a continuação da minha quando eu era Pierre. Só não entendia por que somente eu e a Condessa Adeline, a minha avó nessa vida nascemos no Brasil.
- Isso sim é um curso de verdade, que dá futuro. Fazer historia e ficar estuando línguas não dá futuro e quem cuidara das empresas dos nossos bens? – Oliver me usou para servir de exemplo.
- Você, meu tio, talvez ainda tenha um filho ou ele. – Ethan apontou para mim. – Eu faço o que gosto, não o que você quer.
- Deixe o menino Oliver, não vamos achar mais um motivo para vocês brigarem. – Jasper disse. Percebi que Ethan e o pai viviam em pé de guerra.
- E qual é a historia do romance? – Eu perguntei
- Sobre a primeira e a segunda geração dos Condes da Família. – Ethan respondeu.
- A historia começa com o primeiro Conde, Jacques. – Jasper contou. Imaginei como seria para ele saber que falava dele mesmo em outra vida. - Mas o romance mesmo vem com o filho dele, Pierre.
Meu coração disparou, ele iria escrever a minha historia. Aquilo que eu estava revivendo em sonhos e na regressão. Eu não sabia como a história terminava, e estava curioso para saber se ele iria contar a historia de Pierre e René.
- E como foi esse romance do Pierre? – Eu perguntei.
- Um drama. Uma historia triste que deveria ser esquecida. – Oliver disse. Só aumentando a minha curiosidade, um frio percorria a minha costela.
- Pierre foi assassinado. A sua esposa ficou gravemente ferida e nunca mais voltou a ser a mesma. – Jasper disse.
- Assassinado? Como? Quando? Por que? E Desiré o que aconteceu com ela? – Eu perguntei. Estava assustado. Pierre assassinado e Desiré gravemente ferida?
- Também fiquei empolgada quando Ethan me contou a história. – Minha mãe disse sorrindo.
Ethan me encarava. Percebi que havia falado de mais, ninguém tinha falado o nome de Desiré. Mas acho que ninguém mais percebeu. Oliver puxou um novo assunto, não dei muita importância, não me dei ao trabalho de prestar atenção não conseguia parar de pensar que morri assassinado em outra vida. Ainda não sabia quando, nem como e nem por quem.
Depois do jantar fui para cama antes de dormir liguei para Amanda. Contei que reencontrei o Conde Jacques em Jasper e o Visconde Othon em Oliver.
- Eu sabia Augusto, sabia que chegando ai as coisas iriam acontecer. – Amanda me disse.
- Eles são meus descendentes Amanda, tem ideia disso. Meu pai renasceu como neto do próprio bisneto, mais ou menos 200 anos depois. O arrogante, estrelinha do Ethan é neto do meu bisneto.
- Isso é fantástico, não vejo a hora de chegar ai e descobrir alguma coisa da minha vida passada também. – Amanda disse.
- Amanda desencana, não acho que você fez parte dessa minha vida. – Eu disse. – Tenho que te contar outra coisa. Fiquei sabendo que Pierre foi assassinado e que Desiré ficou ferida de forma que nunca mais foi a mesma. Ethan está escrevendo um livro sobre a história do Conde Jacques e Pierre.
- Meu Deus, sobre a sua vida Augusto. Meu amigo está tudo melhor do que imaginamos. Pra quem não queria criar expectativas hein. – Amanda disse.
- Amanda não sei se consigo lidar com isso tudo aqui sozinho. – Eu disse.
- Relaxa amigo em algumas semanas estarei ai. – Amanda me disse.
- Amanda o que o que acha de antecipar a sua viagem? – Eu perguntei.
- O que? E seus avós, não me deu essa passagem pra poder ir com eles? E tenho o meu estágio. – Amanda disse.
- Disse aquilo dos meus avos pra você não ficar se achando muito. E estágio é estágio conversa aí, é Paris Amanda, ficar quase um mês em Paris. – Eu disse.
- Augusto não faz isso comigo. Sabe que sou louca, olha que eu vou. – Amanda me disse.
- É pra vir mesmo. Veja tudo ai e vem assim que possível. – Eu disse desligando o telefone.
É claro que eu não conseguia dormir. No primeiro dia em Paris eu já tinha reencontrado O Conde Jacques e o Visconde Othon. O arrogante do Ethan usava o colar que Edmond me deu. E como explicar a visão que eu tive ao tocar aquele objeto, uma espécie de regressão, não minha, mas do objeto. Vi o meu cordão sendo passado por varias gerações ate chegar ao Ethan. Pensei em entrar no quarto dele durante a noite e pegar aquela corrente, segura-la novamente tentar ver o Edmond através daquele objeto e depois não mais devolvê-lo. Isso faria de mim um ladrão. Apesar de ter a certeza que aquilo é meu, como eu poderia provar? Era muita loucura.
Queria passar mais tempo com Jasper, ele foi muito simpático comigo. Era difícil saber que ele foi meu pai em uma vida passada e hoje ele não ser nada meu. O Conde Jacques amou muito Pierre e foi reciproco eu ainda podia sentir. As últimas 24 horas repassavam na minha cabeça, a morte do Conde Jacques, a conversa dele com Maurice, o jantar, o clima tenso entre Oliver e Ethan.
Peguei no sono e estava novamente no Palácio de Pierre.
- Senhor Conde. – Escutei a voz de René.
- Ainda não me acostumei com o título. – Eu disse. René fechava a porta atrás de si e veio me beijar.
- Fico contente em vê-lo mais disposto. Me deixava triste vê-lo em seu luto. – René disse passando a mão em meu rosto.
- Eu sou grato por tudo que fez, pelo seu apoio e pelo seu amor. – Eu disse.
- Agora que estar melhor preciso relatar algo, não quis deixa-lo preocupado. – René disse.
- O que aconteceu? – Eu perguntei preocupado.
- Sobre Desiré. – René disse.
- Mas eu disse para não cair sob o olhar dela. Desde aquele jantar eu a mandei ficar longe de você. Forçando uma cena de ciúmes, acusando-a de procurar Edmond em qualquer rosto parecido apenas para me desonrar. – Eu disse.
- Pierre, nesses meses que estou aqui, só cruzei novamente com Desiré no funeral do seu pai, foi inevitável. – René disse.
- Mas diga o que aconteceu. – Eu perguntei preocupado.
- Desiré me encarou, eu tentei desviar, mas ela veio até mim. Disse que eu a lembrava alguém que foi especial. Perguntou se eu tinha algum irmão ou parente de nome Edmond, segurou a minha mão passou a sua mão no meu rosto. – René me contou.
- E você o que fez? – Eu perguntei enciumado.
- Disse que ela estava se confundindo, que poderia ser pela gravidez. – René disse.
- Foi só? – Eu perguntei.
- Ela tem frequentado bastante a ala do meu quarto. Acha que ela esteja desconfiada que sou “ele”. – René disse. O nome de Edmond era impronunciável. Agora só existia René.
- Não. Ela seria incapaz de imaginar que o sobrinho de Maurice e meu mais novo grande amigo seja o seu ex amante. Mas pode ser outra coisa. – Eu disse.
- O que seria? – René me perguntou.
- Acho que Desiré possa estar apaixonada por você pelo fato de seus traços serem parecidos com “ele”. – Eu disse. René me encarava percebia que ele não sabia o que dizer. – Não se preocupe, eu cuidarei disso.
- Eu sei que sim. – René me disse. Me beijou.
Segurou firme a minha cabeça. Esqueci todos os meus problemas com aquele beijo. René descia a mão pelo meu corpo e segurou o meu pau que estava duro. Eu sorri para ele e fiz o mesmo. Seu pau também estava duro na minha mão. Voltamos a nos beijar.
- Senhores. – Maurice abriu a porta e tossiu. – Devem tomar mais cuidado. O Visconde Othon solicita uma audiência com o senhor Conde Pierre.
- Peça que espere tio. – René respondeu enquanto nos endireitavamos. Ele se dirigia a Maurice como tio desde o dia que chegou. – Pierre esse é outro assunto que queria tratar. Esse Visconde arrogante acha que pode mandar no distrito, ele só pensa nos próprios interesses e se esquece quem é o Conde.
- Ele é meu sogro René. – Eu disse.
- Exatamente Pierre. Você se casou com a filha dele, você possui direito nas terras deles e não o contrario. E você que governa essa terra não ele. – Pierre disse.
- René e o Visconde vêm se estranhando. Já falei pra ele parar com isso. – Maurice disse censurando o falso sobrinho.
Tinha se passado exato um mês desde a morte do meu pai. Deixei Maurice e René por conta das coisas da fazenda. Meu sogro se ofereceu para me ajudar com o Distrito, além de meu sogro, um velho amigo do meu pai ele era um Visconde. Mas René não gostava do jeito que ele estava levando as coisas.
René dizia que admirava a minha mentalidade humanista, que eu seria um bom conde por isso. Mas ele ia mais além, tinha uma mentalidade socialista totalmente contraria ao Visconde Othon.
- Peça que o Visconde entre. – Eu pedi a Maurice. Me virei para o René – Se não souber se comportar é melhor que saia.
- Visconde Othon, meu sogro. – Eu o cumprimentei com um abraço quando chegou.
- Pierre meu garoto. – O Visconde me respondeu.
- Conde Pierre. – René disse.
- O que disse rapaz? – O Visconde perguntou.
- Conde Pierre, é como ele deve ser chamado. Deve respeitar o titulo dele assim como ele respeita o seu. E como sabe um Conde vale mais que um Visconde. – René disse.
- Como ousa um camponês falar assim comigo. – O Visconde disse.
Eu encarei René, ele não disse nada.
- René, seu comentário foi desnecessário, é claro que o Visconde é um grande conhecedor da hierarquia, apenas tratou-me desta forma por estarmos em um ambiente intimo e familiar. Não é mesmo Othon? – Eu disse. René sorriu e o visconde ficou sem graça.
- Mas é claro. – O Visconde disse.
- Então veio ver a sua filha e o futuro neto meu sogro? – Eu perguntei. Eu sabia que não, que seus assuntos seriam negócios.
- Também, mas antes gostaria de tratar de negócios com você .... Senhor Conde. – O Visconde disse.
- O que precisa Visconde? – Eu perguntei.
- No nosso distrito temos alguns fazendeiros que não estão em dia com as obrigações tributarias. Temos o direito de tomar as suas terras. – O Visconde disse.
- Não praticamos isso há anos Visconde. – Eu disse.
- Isso por que há anos não precisávamos. Peço a sua autorização para tomar essas terras e com isso repassar os tributos para a coroa. - O Visconde disse.
- Mas a divida de tributos é infinitamente menor que o valor das fazendas. Não é correto tirar tudo de alguém por uma pequena divida. – René disse. O Visconde lhe olhou com ódio.
- Eu concordo, não é justo. – Eu disse.
- Está na lei. Não quero fazer algo ilegal. Foi assim que eu e o seu pai conquistamos tantas terras, seguindo a lei. – O Visconde disse.
- Uma lei injusta caro Visconde, não permitirei isso, não aqui no meu distrito. – Eu disse. René sorriu para mim.
- Não seja um tolo, fazendo isso não receberá mais os tributos, ficará você em divida com a coroa. Acabará perdendo o titulo de conde. – O Visconde disse.
- Não se preocupe, permitirei que o devedor venda a sua propriedade ou parte dela, darei um período para a quitação, caso não se cumpra tomarei parte da fazenda, proporcional ao valor da divida. – Eu disse.
- Excelente senhor conde. Enviarei pessoas para divulgar a sua decisão. Não permitiremos que os trabalhadores sejam enganados e vendam suas terras a preços baixos por medo delas serem tomadas. – René disse se retirando da sala.
- Eu temo por você, pela minha filha e por meu neto. – O Visconde disse.
- Por que diz isso? – Eu perguntei.
- Mantem um revolucionário, um inimigo dentro da sua casa. Sabe do que eles são capazes. Sabe como foi à revolução francesa Conde, sabe como eles nos odeiam, odeiam a nobreza. – O Visconde disse.
- Não se preocupe Visconde. René e de confiança. Não é um inimigo, não faça dele o seu. Venha, vamos ver a sua filha.
Fui com o Visconde até Desiré que ficou feliz em ver o pai. Ficamos alguns minutos conversando e o Visconde partiu. Eu tinha assuntos para tratar com Desiré, mas ela parecia feliz não queria chateá-la naquele momento. René voltou apenas no final do dia, pedi para Maurice manda-lo ao meu quarto. Não queria ir ao quarto dele uma vez que Desiré começou a rondar aquela parte do palácio e no meu quarto ela nunca entrava.
- Me procurava senhor conde? – René me perguntou.
- Por que trata o Visconde Othon daquela forma? – Eu perguntei.
- Não gosto de como ele trata as pessoas, se acha melhor que todos, inclusive que você. – René respondeu.
- Não é porque ele o impediu de se casar com Desiré, te prendeu e ameaçou mata-lo? – Eu perguntei.
- Claro que isso soma a minha implicância, não nego. – René me respondeu.
- Ele acha que você é um revolucionário. – Eu disse René sorriu.
- Eu sou, não gosto deste sistema injusto. – René respondeu.
- Não brinque com isso. Não quero imaginar você junto com vários camponeses invadindo o palácio e cortando as nossas cabeças. – Eu disse.
- Cortar essa cabeça linda? – René veio passando a mão no meu rosto. – Não, prefiro ela junto com esse corpo.
René passava a mão por todo o meu corpo. Me certifiquei que a porta estava trancada antes de tirar a minha a roupa e a dele. Aos beijos nos deitamos na cama. Estava duro, René sentava em meu pau. Eu passava a mão pelo seu corpo. Alisava seu peito, principalmente a cicatriz que ele tinha ali. Que me atraia profundamente, inclinei para beija-la. Iniciamos uma nova posição o frango assado. Ele gemia e me beijava. Eu sentia o seu pau na minha barriga gostava de senti-lo em contato comigo. Ele puxou os meus cabelos para trás e olhava nos meus olhos, aqueles olhos azuis escuros que brilhavam ao me olhar. Eu segurava René pela cintura e o ajudava no movimento. Estava prestes a gozar. Senti aquele homem gozando em mim. Seu anus se contraindo e eu também gozei dentro dele.
Acordei no susto. Mais uma vez havia gozado enquanto dormia, mas dessa vez em Paris, mais perto de revelar toda aquela historia e principalmente reencontrar aquele homem que eu já amava.

O Conde (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora