Capítulo quinze-Do desespero nasce a esperança.

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Eu Já mencionei aqui que nossa amiga sempre foi uma mulher a frente de seu tempo.Diferente da maioria das pessoas em sua comunidade rural em Pesqueira, ela tinha grandes sonhos!  Era romântica e idealista, queria encontrar um amor, se casar e ser feliz! As pessoas naquela época praticamente não davam muita bola para ela, para estes e sem dúvida para os pais dela também isso era uma grande bobagem!Quitéria queria estudar aprender a ler e queria ser uma escritora! Privilégio mais uma vez negado pela vida até aquele momento. Ela sem dúvida tinha grandes sonhos e expectativas. Por fim nossa amiga se casaria com o único marido que teria em sua vida. Aparentemente esse casamento não era o que Quitéria esperava e isso ainda se agravaria bastante por causa de uma grande tristeza na vida dela, que era não poder ter filhos gerados em si, isso foi uma forte decepção para a mesma e para seu marido que de certa forma a consideraria culpada por sua incapacidade de gerar uma criança. 

Anos mais tarde Quitéria e seu marido viriam para a zona rural de Custódia onde viveriam por muitos anos, seria ali que nossa personagem encontraria seu único filho! Quitéria sempre foi uma mulher muito querida em sua comunidade e fez muitos amigos. Uma de suas amigas mais próximas tinha uma criança, um rapazinho de uns 2 anos mais ou menos, e pediu um favor a sua amiga de confiança. Ela pediu que Quitéria cuidasse de seu filho, visto que ela estava muito doente, e se alguma coisa acontecesse com a mesma que sua melhor amiga criasse ele como sua mãe adotiva. Infelizmente o pior aconteceu e então Quitéria  adotou aquela criança que chorou desconsolado por muitos dias, até se acostumar com a sua nova mãe. 

Quitéria me contou que havia criado um filho, mas ela me disse que a mãe dele tinha "ido embora" acho que ela usou esse eufemismo para me poupar dessa parte tão triste dessa história, visto que eu era apenas uma criança. E agora descubro esse evento triste! Mas de toda forma, Quitéria se realizou como mãe e cuidou desse menino como seu filho, mesmo quando uma doença tirou a vida de seu marido, ela continuou cuidando dele sozinha,e até mesmo quando aquele evento triste a forçou a sair de seu povoado anos mais tarde. Sempre protegendo e cuidando do seu filho unigênito. Quitéria criou aquele filho com muito carinho e amor, mas os filhos quando crescem criam asas, como diz o ditado, e o filho dela como milhões de sertanejos foi buscar a vida lá fora, eu não lembro bem se ele foi morar no Goiás ou em Brasília. Ele vinha algumas vezes visitar sua mãe e na última vez relatou ter uma mulher e um filho. Eu sei que Quitéria manteve contato com ele por um tempo, mas certo dia dia ela me mostrou a foto do filho, desconsolada ela contava como tinha perdido contato com ele, e que não conseguira mais ligar. Essa foi a busca de Quitéria uma mãe aflita sabendo está no final de sua existência, desejando pelo menos dizer um adeus, para o seu único filho, uma dor que não pode ser concebida,  a não ser por uma mãe. Quitéria jamais desejaria uma dor assim.

Mesmo assim essa forte mulher nunca deixaria de sonhar e no fim de se sua vida ela aprendeu a ler e também era escritora apesar de não publicada. Qual o tamanho de seus sonhos? Os de Quitéria pareciam muitas vezes irrealizáveis, porém, mesmo assim ela conseguiu realizar a maioria deles!

E você? Qual é o seu sonho? Qual a desculpa de não realizá-lo?

Foto: Flor do Atacama – Por Paola Sansão

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Meus agradecimentos a todos que estão acompanhando essa história real!

Espero que vocês aprendam tanto quanto eu aprendi e estou aprendendo!

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Um abraço!!!!

Uma amizade inesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora