"Como algo assim poderia acontecer? Poderia ser um fenômeno natural? Mesmo o céu estando nublado, eu nunca vi uma escuridão densa assim à essa hora. Poderia ser... a escuridão daquele lugar?"
Heather fitava o céu escuro, sem estrelas, com seus olhos trêmulos de perplexidade. O que estava acontecendo? Novamente sua realidade estava sendo julgada? Sem saber se o que estava vendo era real ou, não passava de um pesadelo.
Além da escuridão, ela percebeu que estava sozinha; mesmo aquela rua sendo bem movimentada, não havia ninguém, nem mesmo barulho havia. Era como se a cidade fora abandonada horas antes. Carros estavam estacionados próximos ao meio fio, lojas estavam abertas... mas onde estava as pessoas?
O ar gelado batia em seu rosto lhe causando calafrios até sua espinha, e trazendo consigo, um silêncio aterrorizante.
"Preciso chegar em casa."
Apressou o passo e virou na rua Monsoon. Mais três quadras, estaria em casa e finalmente encontraria seu pai. Se essas coisas tiverem acontecendo por causa do seu passado ou por alguma coisa da qual não se lembra, seu pai era o único a quem podia confiar para lhe contar a verdade. Ele sabia, e estava na hora de revelar.
Enquanto caminhava, com a respiração ofegante devido a pressa, pelo os cantos dos olhos, ela avistou algo que tomou sua atenção. Parecia ser um homem obeso mal-trapilho caído na calçada. Estava longe, apenas conseguia ver uma silhueta gorda. Seria uma pessoa envolvida nesse caos?
Decidiu aproximar-se.
- Senhor, você está bem? O que aconteceu aqui? Onde está todo mundo?
Heather urrou de medo. Não era humano, mas sim, uma criatura de seus pesadelos. O ser tinha o corpo de um homem obeso de um metro e noventa, estava enrolado em alguns trapos que cobriam sua partes sexuais - mas deixava seu tórax a mostra - e sua pele era cinza como a de um cadáver, algumas veias de seu corpo 'pulavam' para fora, mas o que mais a deixou amedrontada foi que, havia um enorme corte - costurado - que vinha de sua barriga e terminava no topo de sua cabeça. Por conta disso, seu rosto não havia expressão, era apenas um corte. Não havia boca ou nariz. E um líquido gosmento escorria pelo seu corpo e adentrava nas dobras das banhas de sua barriga.
A garota dando um passo para trás, vacilou em seus próprios pés e caiu. A coisa costurada levantou-se e lentamente foi em sua direção. Era como a criatura de braços compridos da sala de aula. A tensão. O medo. Precisava fazer algo, sua vida dependia disso.
Tentou correr, mas seu corpo estava entregue ao medo. Suas pernas falharam e suas mãos foram ao chão na queda, e como consequência, relou o joelho esquerdo no chão.
"Droga", pestanejou de dor.
Ela levantou rapidamente, firmou as pernas com toda força de vontade que tinha, e começou a correr. Iria chegar em casa viva! A criatura corpo-lento não conseguira acompanha-la.
Mas esse era apenas o começo de um pesadelo interminável! Além da criatura gorda, a cidade fora tomada por monstros; a cada canto, a cada esquina, lá eles abitavam de todas formas possíveis de várias aparências. O inferno... aquela cidade se assemelhava ao inferno, era assim como Heather pensara. Algo tomado pela escuridão e demônios por toda parte. Demônios do quais, tentaram feri-la e mata-la, mas que, pelo seu esforço, eles falharam. Heather driblou os monstros pela rua e conseguira chegar em casa com vida.
Entretanto, algo muito pior que atravessar um corredor de monstros, aconteceu. Quando entrou em sua casa, encontrou seu pai morto com um corte na garganta, sentado na poltrona da sala.
Heather tentara segurar mas, as lágrimas vieram e desceram pelo seu rosto junto com soluços. Seu pai fora assassinado e ela não tivera feito nada para impedir. A culpa era sua. Ela trouxe todo aquele caos até ele. Se essas coisas não tivessem acontecendo... seu pai não estaria morto!