Capítulo 14

1.5K 147 6
                                    


Novembro passou depressa, terminando com a decepção de Caroline ao descobrir que não engravidara. Além disso, sua mãe havia enviado uma carta solicitando mais dinheiro para pagar as despesas da clínica, o que a deixou em desespero. Para piorar a situação, o Natal se aproximava. 

Todas as suas economias já tinham sido enviadas à mãe para custear o tratamento de James, exceto a pequena quantia que guardara para comprar um presente para Magnus. Não tinha a menor ideia do que compraria, do que o agradaria, portanto, escolheu algo completamente frívolo. Encontrou-o em, uma loja na cidade. Um tigre esculpido em marfim sobre uma caixa folhada a ouro. A parte interna tinha forro de veludo azul. Comprou-a mais pela graça do felino, pois a combinação de beleza e perigo a lembravam do marido.

A saúde de Magnus ia muito bem. Sofrera apenas um ataque leve quando saíra para cavalgar com David. 

A época do Natal contagiou a todos, e a casa foi toda enfeitada com motivos natalinos. 

Montaram uma grande árvore no salão. Caroline ajudou a pendurar os adornos nas velas. 

Também embrulhou o presente do marido com papel colorido.

— Ah, a tannenbaum — disse ele, elogiando seu trabalho. — Uma bela tradição alemã que nos foi trazida pelo príncipe consorte.

— Você gosta?

— Tem um certo charme.

— Quais outras tradições natalinas vocês costumam celebrar em Hawking Park?

Ele contou-lhe sobre o coral que vinha da cidade, sobre a missa realizada na pequena capela e sobre o peru recheado que e. sra. Bronson sempre preparava.

Distraído, Magnus pegou alguns enfeites e se pôs a ajudá-Ia enquanto falava sobre os Natais passados.

— Minha mãe sempre tinha a casa cheia. Meu pai ficava de lado, observando-a receber os convidados. Todos trocavam presentes. É assim que me lembro deles. Ela, sempre o centro das atenções, e papai em seu canto. Um estranho jamais saberia que ele era o dono da casa.

— David me contou que ela era encantadora — disse Caroline, lembrando-se das comemorações em sua família. Audrie fazia o possível para alegrar os filhos. Louis, por outro lado, ficava bebendo e gritando ordens.

— Mamãe conseguia inspirar adoração, o que era bom, pois ela precisava de bajulação. — Magnus ficou em silêncio, lembrando-se daquele tempo remoto.

— Você também a adorava — disse Caroline, dando um passo para a frente.

— Claro. Acho que ela teria gostado muito de você — falou ele, sorrindo.

Ela sentiu o coração se alegrar com o elogio.

— Também tenho certeza de que nos daríamos bem.

— Não sei. Mamãe era uma pessoa muito excêntrica. Seu charme tinha alguns pontos negativos. 

Era uma pessoa bastante absorta e portanto excelente para julgar o caráter dos outros. Ela me achava uma companhia agradável.

— Pare com isso, Magnus — exasperou-se Caroline. — Você está sempre se condenando. Sei que seu pai o acusou de coisas terríveis, mas você é uma pessoa boa.

— Verdade? E você acha que me conhece?

— Acho que sim. Você é uma fraude, meu caro marido.

Rosas à Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora