Novembro passou depressa, terminando com a decepção de Caroline ao descobrir que não engravidara. Além disso, sua mãe havia enviado uma carta solicitando mais dinheiro para pagar as despesas da clínica, o que a deixou em desespero. Para piorar a situação, o Natal se aproximava.
Todas as suas economias já tinham sido enviadas à mãe para custear o tratamento de James, exceto a pequena quantia que guardara para comprar um presente para Magnus. Não tinha a menor ideia do que compraria, do que o agradaria, portanto, escolheu algo completamente frívolo. Encontrou-o em, uma loja na cidade. Um tigre esculpido em marfim sobre uma caixa folhada a ouro. A parte interna tinha forro de veludo azul. Comprou-a mais pela graça do felino, pois a combinação de beleza e perigo a lembravam do marido.
A saúde de Magnus ia muito bem. Sofrera apenas um ataque leve quando saíra para cavalgar com David.
A época do Natal contagiou a todos, e a casa foi toda enfeitada com motivos natalinos.
Montaram uma grande árvore no salão. Caroline ajudou a pendurar os adornos nas velas.
Também embrulhou o presente do marido com papel colorido.
— Ah, a tannenbaum — disse ele, elogiando seu trabalho. — Uma bela tradição alemã que nos foi trazida pelo príncipe consorte.
— Você gosta?
— Tem um certo charme.
— Quais outras tradições natalinas vocês costumam celebrar em Hawking Park?
Ele contou-lhe sobre o coral que vinha da cidade, sobre a missa realizada na pequena capela e sobre o peru recheado que e. sra. Bronson sempre preparava.
Distraído, Magnus pegou alguns enfeites e se pôs a ajudá-Ia enquanto falava sobre os Natais passados.
— Minha mãe sempre tinha a casa cheia. Meu pai ficava de lado, observando-a receber os convidados. Todos trocavam presentes. É assim que me lembro deles. Ela, sempre o centro das atenções, e papai em seu canto. Um estranho jamais saberia que ele era o dono da casa.
— David me contou que ela era encantadora — disse Caroline, lembrando-se das comemorações em sua família. Audrie fazia o possível para alegrar os filhos. Louis, por outro lado, ficava bebendo e gritando ordens.
— Mamãe conseguia inspirar adoração, o que era bom, pois ela precisava de bajulação. — Magnus ficou em silêncio, lembrando-se daquele tempo remoto.
— Você também a adorava — disse Caroline, dando um passo para a frente.
— Claro. Acho que ela teria gostado muito de você — falou ele, sorrindo.
Ela sentiu o coração se alegrar com o elogio.
— Também tenho certeza de que nos daríamos bem.
— Não sei. Mamãe era uma pessoa muito excêntrica. Seu charme tinha alguns pontos negativos.
Era uma pessoa bastante absorta e portanto excelente para julgar o caráter dos outros. Ela me achava uma companhia agradável.
— Pare com isso, Magnus — exasperou-se Caroline. — Você está sempre se condenando. Sei que seu pai o acusou de coisas terríveis, mas você é uma pessoa boa.
— Verdade? E você acha que me conhece?
— Acho que sim. Você é uma fraude, meu caro marido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rosas à Meia-Noite
RomanceUma grande necessidade de dinheiro jogou Caroline Wembley nos braços do Conde de Rutherford. Inglaterra, 1847. As coisas podem não ser fácies mesmo para uma bonita e bem-educada jovem da sociedade Londrina, se ela for pobre. E Caroline estava pobre...