Caroline, espantada, ergueu a cabeça e encontrou os olhos brilhantes de Magnus. William se levantou imediatamente. Ela fez o mesmo, mas se irritou por ter agido como se tivesse sido pega fazendo algo de errado.
— Magnus, encontrei um velho amigo. Gostaria de lhe apresentar o lorde William Linny.
William fez uma mesura.
— Milorde.O conde nem se moveu.
— Como encontrou um velho amigo aqui no camarote? Há pouco espaço para encontros casuais.— Na verdade, fui eu quem veio até aqui, milorde. — explicou ele. — Conheço Caroline, quero dizer, a condessa. Sua esposa . — William começou a sentir-se envergonhado. — Eu a conheci alguns anos atrás e vim cumprimentá-la. É uma surpresa encontrá-la novamente.
Caroline notou o olhar irritado do marido, o que a deixou tensa.
— Conheci William pouco antes de meu pai falecer — disse ela.
— Ele era um dos tolos que queria se casar com você? — perguntou o conde, surpreendendo-a com suas palavras.
Caroline sentiu uma súbita fraqueza e sentou-se em sua poltrona.
— E então — insistiu Magnus, virando-se para ele -, era um deles?
— S-sim. Eu tive a h-honra de pedir Car ... a condessa em casamento.
— Não concordo que tenha sido uma honra, pois ela o recusou. — Magnus se acomodou, deixando William sem saber o que fazer. — Você já encontrou alguém com quem se casar?
Ele piscou rapidamente, mas era muito educado para mostrar qualquer outra reação à grosseria de Magnus.
— Não, milorde. — Virando-se para Caroline, ele despediu-se: — Condessa, foi bom encontrá-la de novo. Espero vê-la mais vezes.
Caroline forçou um sorriso, e pensou com amargura que, com certeza, William atravessaria a rua se a visse novamente.
— Obrigada, William. Mande lembranças para sua mãe.
— Eu o farei. Boa noite, condessa. Milorde.
O conde resmungou algo, sem se virar.
Assim que Linny se foi, Magnus se virou para a esposa, que fervilhava de raiva.
— Então é com ele que vai ficar depois que eu me for? — atacou, antes que Caroline abrisse a boca.
— O quê? — perguntou ela, perplexa.
— Daqui a pouco não estarei mais por perto. Ele a estará esperando, por isso não se casou?
— Que absurdo é esse? — sussurrou ela quando as luzes diminuíram para o início do segundo ato. — William é um homem adorável. Eu recusei o pedido pois não o amava.
— E mesmo? Você também não me amava e no entanto aceitou ser minha esposa. O pobre William tem a desvantagem da vida. Deveria saber que você está em busca de viuvez.
— O que está acontecendo com você? – perguntou ela, tentando controlar a voz pois algumas pessoas já começavam a se virar. Para sua sorte, a música começou, e as cortinas se ergueram.
Ele não respondeu, e Caroline preferiu deixar o assunto de lado. Sua noite estava arruinada. A adorável música a levara para outro mundo apenas alguns instantes e de repente, parecia enfadonha. Queria ir para casa. Queria saber o motivo de tanto aborrecimento.
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Rosas à Meia-Noite
RomanceUma grande necessidade de dinheiro jogou Caroline Wembley nos braços do Conde de Rutherford. Inglaterra, 1847. As coisas podem não ser fácies mesmo para uma bonita e bem-educada jovem da sociedade Londrina, se ela for pobre. E Caroline estava pobre...