Capítulo 9

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Não se podia dizer que a pequena sala de refeições de Hawking Park era aconchegante, mas Magnus a preferia. Ele esperava impaciente por Caroline e começava a se aborrecer com a demora.

Quando ela entrou com um lindo sorriso no rosto, o conde quase perdeu o fôlego. Caroline exalava vida. E a julgar por sua expressão, parecia contente em vê-lo.

— Magnus, você está ótimo! — exclamou, como se estivesse preocupada.
— Melhorei bastante — respondeu o conde, com o coração acelerado. Esticou o braço para tocá-la pois precisava estabelecer algum tipo de contato, e a intensidade de seu desejo o assustava. Em vez disso, entretanto, fechou as mãos para controlar a urgência.

— Obrigada pelas roupas. Gostei muito e acho que ficarão lindas. Não sei nem como expressar minha gratidão por também estar se preocupando com minha mãe. Você é tão generoso, Magnus!

Então era esse o verdadeiro motivo de sua alegria? Algumas libras que desembolsara com um novo guarda-roupa? Não querendo se irritar, ele afastou o pensamento amargo.

— Nós compraremos mais roupas quando formos a Londres.
— Londres? Nós vamos para Londres?

Ele acompanhou-a até a cadeira e afastou-a para que se acomodasse.

— Eu ainda não decidi a data, mas será em breve, é necessário que você estabeleça contato com a sociedade, não quero saber de fofocas a seu respeito ou sobre nosso casamento. Refletirá na criança.

Caroline ficou calada, pensando em suas últimas palavras. Embora ela não tivesse feito objeção alguma, o conde notou que estava perturbada.

— Ficaremos muito tempo? — perguntou ela, alguns momentos depois.
— Um mês, talvez. Iremos à ópera algumas noites e a alguns bailes. Provavelmente no começo da estação. Detesto multidões e todas aquelas matronas sem personalidade que só pensam no excelente genro que poderiam ter.

— Acho que você não terá mais esse tipo de problema — disse ela, caindo. na risada.

— Como sou idiota! — declarou o conde, também rindo.
— Ainda bem que não terei de suportar mais aquele interrogatório desagradável.

— Está vendo? — provocou ela, com os olhos azuis brilhando. — Pelo menos eu sirvo para alguma coisa.

O olhar de Magnus deve ter revelado seus pensamentos, pois ela enrubesceu e baixou o rosto.

Tentou concentrar-se na refeição a sua frente. Estava ardendo de desejo por Caroline. A única noite de amor que haviam passado juntos não fora suficiente para saciá-lo, e a simples lembrança quase o enlouquecera, ainda mais enquanto se recuperava.

Não via a hora de chegar a noite, embora não precisasse esperar para amá-Ia. Contudo estava determinado a levar em consideração a inexperiência da esposa.

— Eu estive no jardim ontem — comentou ela. — E percebi que está um pouco abandonado. Seu jardineiro precisa cortar as ervas daninhas e podar alguns arbustos antes do inverno.

— Como você sabe essas coisas sobre jardins? — perguntou, segurando o garfo próximo à boca.
— Eu não sei nada. Sempre admirei jardins e costumo fazer perguntas para quem entende do assunto. A maioria dos jardineiros dos parques de Londres sai correndo quando me vê chegando.
— Então você é incorrigível? — Ela fingiu-se ofendida.
— Saiba que conhecimento é algo muito valioso, senhor.
— Bem, ficarei contente em deixá-Ia testar este conhecimento. Eu também gosto de cuidar do jardim pois acho uma atividade bastante relaxante. E é um excelente exercício. Além disso, aprecio a beleza das plantas.

Rosas à Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora