XII

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         Passeia a noite inteira no hospital com meu pai esperando notícias da Helena, apesar dos médicos conseguirem reanimá - lá seu estado ainda era grave , tudo indica que ela tinha tido uma crise alérgica e isso aumentava ainda mais as chances de eu ser a culpada. Durante toda a noite meu pai me falou o quanto foi desesperador encontrar a Helena naquele estado e como era importante eu está ali com ele, mas eu sabia que se a causa foi realmente o perfume iriam investigar e iam acabar chegando a mim , que iria parar na prisão ou até pena de morte, não! Não era hora de pensar nisso, afinal pode ter sido qualquer outra coisa.
           Como só iria ter aula agora na segunda por conta do luto , eu resolvi ficar um pouco mais com meu pai. Às 7h tudo parecia calmo no hospital até que um pequeno som soou e começou uma grande correria no local, médicos corriam pelo corredor e eu temia para que não fosse com a Helena...Alguns minutos depois os mesmos médicos que antes corriam agora voltavam desanimados a recepção e então um deles , Dr. Frank , antigo médico da minha família veio em direção ao meu pai e deu a triste notícia , Helena havia falecido.
        Naquele momento o meu coração disparou , paralisei enquanto via meu pai chorar e o médico o consolar, será que eu era uma assassina? Talvez eu devesse ser louca? Como pude brincar assim com a saúde de alguém? Mas , ainda tinha esperança, pois ainda iriam descobrir a causa da morte e talvez eu não fosse a culpada.

                *Já em casa!*

      Eu não parava de pensar no que havia acontecido, será que eu seria a culpada por aquilo , tudo por conta da minha infantilidade... liguei várias vezes para o Leonardo e só dava caixa postal , não dava pra acreditar finalmente quando eu preciso dele , ele some. O enterro da Helena seria no dia seguinte, meu pai arrasado decidiu passar a noite no serviço e eu ficaria sozinha, estava assustada e com medo , mas tudo piorou quando faltou luz... "ótimo, agora tava tudo escuro e eu tô sozinha! " , tem coisa pior do que isso... Estava com tanto medo que parecia que a própria Helena estava ali comigo , senti um arrepio quando de repente ouvi um barulho estranho vim da cozinha, pensei em descer e ver o que era , mas meu coração batia tão acelerado que a única coisa que eu consegui fazer foi correr pra debaixo das cobertas.
         O barulho parecia aumentar cada vez mais e pra completar tudo meu celular tinha descarregado "sim , eu estava muito ferrada!" , ainda debaixo das cobertas me deitei e então fechei os olhos com a esperança de que tudo passasse... acordei com muita dor de cabeça e parecia que ia botar tudo pra fora...quando comecei a me lembrar de tudo que tinha acontecido na noite anterior ,  peguei meu canivete e comecei a descer as escadas, parecia que havia passado um furacão pela sala e na cozinha manchas de sangue por todo o piso , segui os rastros e cheguei até um bilhete que dizia "EU TE AVISEI" , meu coração disparou, então , voltei a seguir os rastros e por traz do balcão de mármore tinha três galinhas com a cabeça degolada, meu estômago embrulhou na hora e então tudo o que vinha na minha cabeça era Amanda Félix!
        Depois de limpar toda aquela bagunça era hora de me arrumar pra o enterro da Helena, naquela manhã estava tão frio e eu ainda estava assustada , então, liguei para o meu pai.
-Alô, filha?
-Oi... Você vem me buscar ?
-Vou sim , daqui a pouco eu passo aí.
-Pai... eu sinto muito.
-Obrigado, mas não se preocupe, tudo vai ficar bem.
-já... sabem do porque ela falecer ? Perguntei sentindo um imenso frio na barriga.
-Olha sobre isso eu te conto mais tarde em casa , precisamos conversar. Desliguei o celular na hora, se meu pai queria conversar era porque eu seria culpada da morte da Helena!
        Durante todo o enterro eu permaneci perto do meu pai e até derramei algumas lágrimas, mas o que causou a morte da Helena ainda me preocupava muito e assim que a cerimônia acabou o frio na barriga começou a aumentar. No caminho pra casa meu pai falou:
-Eu sei de tudo...
-Tudo ? Tudo o quê?
-Olha , não precisa esconder de mim , sabe que pode confiar em mim.
-Pai... Eu não sei do que está falando.
-Sei que está namorando...
-O quê?
-Um garoto veio até mim ontem e perguntou se podia te namorar , um jovem muito educado.
-Eu não namoro ninguém... Pensei em quem poderia ser o engracadinho e só poderia ser o Leonardo, mas eu tinha algo mais importante pra resolver. Então , com um tom seco e melancólico perguntei:
-Pai... O que matou a Helena?
-Filha, a Helena foi intoxicada por uma substância. Disse com os olhos cheios de lágrimas.
-Que substância?
-Foi um acidente ela só comeu algo que não devia...
-Eu sinto muito. Um grande alívio tomou conta de mim , afinal eu não era à culpada e agora meu único problema era dá um jeito na querida Amanda Félix e falar com o Leonardo.

AS HISTÓRIAS ERÓTICAS DE MARIA Onde histórias criam vida. Descubra agora