Capítulo 4

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1001 d.C.

Ela caminhava pelas árvores da floresta, acompanhada pela luz da lua, que a guiava pelas densas copas de árvores.

Após o ritual de Esther, os Mikaelson e Marjorie descobriram uma forte sede de sangue humano. Era como se eles precisassem disso para continuarem vivos.

Neste momento, a Mordaggi caçava um caminhante da floresta, que não sabia que agora a aldeia estava dominada por mortais seres da noite. Ela sentiu o coração do homem bater, juntamente com o cheiro do líquido vermelho tão precioso para ela.

A garota correu rapidamente até onde a pessoa se encontrava, usando sua super-velocidade.

Após ser transformada em um ser não natural, Mar ganhou uma velocidade sobre-humana, além de uma força descomunal e a capacidade de ouvir tudo o que acontece ao seu redor.

No momento que seus braços alcançaram o corpo do humano, o belo rosto juvenil de Marjorie mudou. Veias escuras apareceram em sua face, junto com presas afiadas, as quais ela fincou na artéria de sua presa.

Os gritos de dor e pavor do homem eram ecoados pelas folhas amareladas das árvores, anunciando aos moradores da vila que um ser sedento estava se alimentando de alguma pobre alma.

A única testemunha do ato era a noite, que agarrava a cena, fazendo com que o frio batesse no corpo morto que foi jogado na grama gélida.

O breu da escuridão se transformou em um companheiro para os novos seres, pois o sol queimava a pele e os deixava fracos. Eles não poderiam andar pela luz da manhã até que Esther conseguisse algo que pudesse conter o efeito dos raios solares.

— Mikael disse para não se alimentar tão perto da aldeia. — a voz grossa de Klaus soou perto do ouvido da jovem. Ela virou rapidamente, sorrindo.

— Não há ninguém perto dos rios. — explicou, abaixando a cabeça. A garota ainda sentia vergonha por ter de matar humanos para se satisfazer, algo que a fazia se sentir culpada por ferir quem não possuía culpa alguma.

— Não se culpe. — Nik disse, passando a mão no rosto da noiva. — Quem nos transformou nisso foi Esther, ela tem toda a culpa.

— Não penso assim. Quem matou ele fui eu, não a Esther. — expressou, sentindo uma vontade de chorar surgir. Sentiu lágrimas mornas molharem o seu rosto, limpando o sangue que estava em sua boca.

— Se não matarmos eles, passaremos fome. — Klaus disse, como se fosse algo simples. — Esther trancou meu lado homem-lobo, agora sou apenas um ser que se alimenta de sangue humano. — ambos começaram a caminhar pela floresta, de mãos dadas. Eles apenas sentiam o calor um do outro. — E Mikael matou meu verdadeiro pai.

— Sinto muito, amor. — sorriu, sentindo pena do noivo. — Sei como você gostou de conhecer o Ansel. — a morena citou o pai biológico de Niklaus.

A Mordaggi olhou o homem, pensando se contaria a ele o que lhe atormentava.

— Nik. — ela silabou, suspirando. O loiro focou toda a sua atenção nela. — Lembra quando dissemos que nunca esconderíamos segredos um do outro? — questionou. Klaus assentiu, estranhando a atitude da mulher. — Tenho algo para te contar.

[...]

Marjorie já havia contado para seu noivo que devido ao feitiço de sua mãe, ela havia perdido o filho dos dois.

— Aquela bruxa imunda estragou nossas vidas! — Klaus gritou. — Ela nem gostava de mim e me transformou também, só para me ver sofrer.

— É o instinto materno. — disse, encostada na parede da casa dos Mikaelson. — Ela quer proteger as crias dos homens-lobos.

— Proteger? Isso nem de longe é proteger. — o loiro argumentou. — Não podemos sair de dia, as pessoas da aldeia nos abominam e Rebekah viu o noivo morrer — ele passou a mão pelos cabelos da mulher. — Além de perdemos nosso filho.

— Esther irá pagar. — Marjorie disse, com o tom de voz decidido.

— Garantirei que ela pague. — Klaus silabou, andando para longe da noiva, que ficou olhando para ele confusa.

Ela caminhou até a própria casa, abrindo levemente a porta, vendo se sua mãe estava na residência.

— Mamãe? — chamou sua genitora. — Cheguei em casa. Passei os últimos dias nos Mikaelsons. — explicou.

A garota tentou caminhar até o interior da casa, mas foi impedida. Uma força a lançou contra a parede, fazendo-a gemer de dor.

— Nunca mais me chame de mãe! — a mulher gritou, caminhando rapidamente para perto de Mar. — Minha filha morreu quando Esther usou magia negra, você é apenas um corpo morto nojento.

— Sou eu, Mar. — disse, com dificuldade por estar apertada contra a parede. — Continuo sendo a mesma Marjorie.

— Saia da minha casa! — Hilde disse, jogando a filha para fora da casa com a magia. — Esqueça que um dia eu te gerei. — Os ancestrais me puniram apenas por falar com você. Vá embora!

— Tudo bem... — disse, chorosa, sentindo seu rosto se encher de lágrimas. Ela virou as costas para sua antiga casa, caminhando até a casa dos Mikaelson. Sua mãe bateu a porta, a trancando e xingando Esther por ter matado sua única filha.

ᴍᴀʀᴊᴏʀɪᴇ | ᴋʟᴀᴜꜱ ᴍɪᴋᴀᴇʟꜱᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora