Ele não acreditava no que seus olhos estavam vendo. Marjorie. Ali. Parada. Na frente dele.
Para ele, ela estava morta há décadas. Ele procurou tanto por ela.
E depois de quinhentos anos, ela simplesmente aparece. A mente de Niklaus estava nublada com seus inúmeros pensamentos e questionamentos. Como ela havia sobrevivido? Como ele não a encontrou? Ele não procurou o suficiente?
Antes que Klaus pudesse abrir os lábios para dizer algo, Rebekah começou a correr e em segundos se atirou nos braços de Marjorie, a abraçando.
Rebekah arfou de surpresa ao ver que a morena não retribuíra ao abraço da antiga amiga. Marjorie mantinha seus braços ao lado do corpo, enquanto as mãos de Bekah apertavam o pescoço da herege.
— Mar, está tudo bem? — Kol perguntou, dando um passo para a frente. Os olhos dele estavam cheios de brilho, insinuando que ele queria chorar. Fazia tanto tempo que ele não via a amiga.
Elijah apenas assistia à cena. Ele era um dos irmãos que mais conhecia a morena. O original sabia que algo havia mudado nela. Ela estava completamente diferente. A Marjorie que estava na frente deles não era a mesma garota doce que eles sempre conheceram.
— Mar, o que aconteceu? Você sumiu na floresta e nunca mais tivemos notícias suas. Klaus e Elijah presumiram que as bruxas haviam te matado, mas você está aqui, após tanto tempo. — Rebekah murmurou para a velha amiga. Marjorie deu um pequeno sorriso para a loira e olhou para o chão em seguida.
— Excelente pergunta, Rebekah. — a voz da dela era a única coisa que podiam ouvir no salão. Parecia que até os empregados compelidos haviam ficado em silêncio para contemplar a misteriosa mulher. — Voltei após ficar mais de quinhentos anos presa em um caixão. Meu corpo estava em uma tumba fria, mas a minha mente estava sendo atormentada pelos ancestrais. Acho que todos sabemos que uma herege não seria bem tratada pelos ancestrais, não é mesmo? Mais de meio século revivendo toda a minha vida, mais de quinhentos anos vendo todos vocês me abandonando na floresta para ir atrás da duplicata.
— Voltamos para te procurar — Kol disse.
— Vocês voltaram após terem perdido Katerina de vista. — argumentou, começando a andar pelo salão, com a barra do vestido deslizando pelo chão de mármore da mansão. — A família original só me fez mal. E no final, me abandonaram e seguiram com suas gloriosas vidas. Minha existência foi reduzida a uma miséria lenda.
— Isso não é verdade! — Klaus gritou, tentando segurar o braço de sua ex-noiva. Ela o impediu.
— Fui desperta do caixão por dois mortais. Eu ainda estaria lá, trancada e abandonada se não encontrassem meu caixão velho e empoeirado. — a morena pegou uma taça de vinho de um dos garçons e começou a beber. — O mais inebriante de tudo é saber que a pessoa que me jurou amor eterno, que fez eu sacrificar minha vida, minha família e até o meu filho continuou a viver sem se importar comigo. O glorioso e temido híbrido original. Que me prometeu que estaríamos juntos sempre e para sempre se esqueceu de mim.
— Marjorie, meu amor. — os olhos esverdeados de Niklaus estavam tomados por lágrimas. — Eu nunca te esqueci. Juro para você, querida. Durante todos os dias, eu senti a sua falta. — caminhou para ficar de frente para ela. — Não houve um mísero dia que eu não senti sua falta.
— Nik, há quinhentos anos eu faria de tudo por você. Eu acreditaria em cada palavra que saísse dos seus lábios. Eu cumpriria sem pestanejar todos os seus desejos. — Marjorie já havia terminado de beber o vinho e colocou delicadamente a taça de volta na bandeja, sem desviar os olhos do híbrido. — Mas, felizmente essa época passou e eu abri meus olhos para ver o ser manipulador, ardiloso e pérfido que você é, Niklaus. Você mentiu, me usou, me esqueceu e ainda teve a audácia de ter uma bastardinha nojenta com uma loba. Você é um homem que não merece nada além de rancor e tudo de ruim que o mundo tem a oferecer.
— Marjorie...
Todos no recinto estavam totalmente abismados com tudo o que estava se passando. Os originais não acreditavam que a gentil e amorosa Marjorie estava dizendo palavras tão duras para Klaus e quem não conhecia a herege ficou surpreendido ao ver ela destratar o híbrido e continuar viva. Hayley, que estava com Hope nos braços, se escondeu atrás de Elijah, com medo de que a mulher fizesse algo contra sua bebê.
— Eu te odeio, Klaus. — as palavras de Marjorie atingiram o coração de Nik como uma adaga, machucando os sentimentos que ele nutria pela garota. — Você não é nada mais que um bastardo que todo mundo abandona.
— Escutem com atenção. — Safira, a líder das bruxas ordenou, chamando os olhares de todos. — Essa é Marjorie, a herege original. Acredito que todos sabem o poder de uma herege, ainda mais uma pertencente aos originais. — os seres sobrenaturais começaram a conversar entre si, totalmente em choque por existir outra original, uma híbrida de bruxa e vampira. — Ela está com as bruxas, então aconselho a todos que fiquem do nosso lado ou irão enfrentar as consequências por se aliar a família Mikaelson.
— E quais seriam as consequências? — um lobo adolescente questionou. Ele parecia não ter mais de quinze anos, ainda não possuindo a aparência forte de um lobisomem adulto.
— Marjorie, querida, poderia demonstrar ao jovem lobinho que acontecerá com quem ficam contra nós?
A morena tomava um gole de bourbon, oferecido por uma empregada. Sem desencostar os lábios do copo, Mar arrancou o coração de três lobos e de dois vampiros com magia. Os corpos sem vida caíram no chão límpido e aos pés do adolescente que havia questionado.
O garoto ficou aterrorizado, com o rosto totalmente branco e os olhos repletos de pânico.
— Espero ter esclarecido o seu questionamento, meu rapaz.
— Marjorie, por favor, essa não é você. — Rebekah clamou, chamando a atenção das bruxas.
— E quem sou eu, Rebekah? Uma garotinha que seguia a sua família, acreditando que eles também a amavam e iriam cuidar dela? Essa versão de mim morreu nos primeiros meses em que fiquei trancafiada em minha própria mente, revivendo os meus piores dias.
— E o que vocês querem? — Elijah disse. — Vão tentar novamente matar todos os originais e sacrificar a Hope em um altar? Você já tentou isso, Safira e nós dois sabemos que não deu certo. Você só não morreu junto das outras bruxas, pois conseguiu se esconder de Klaus e se aliou com esse novo coven de feiticeiras.
— Não sou burra, Elijah. Não contarei nenhum dos meus planos para ninguém e muito menos para você. Darei um aviso para vocês, aproveitem o tempo que cada um de vocês tem junto, pois em breve ele acabará. — Safira começou a andar até a saída do salão. — Ah!? E Dahlia mandou lembranças.
Safira saiu do salão, sendo seguida pelas bruxas que a acompanharam.
Marjorie tentou seguir, mas foi impedida por Nik, que entrou na frente da dela. A morena empurrou Klaus com o auxílio da magia, fazendo com que o corpo do híbrido se chocasse com força contra a pilastra da mansão. O loiro gemeu de dor. Segurando a cabeça que havia batido contra o mármore do objeto de sustentação.
Ela olhou pela última vez para quem ela chamou de família, abandonando-os e saindo do salão juntamente com seu novo coven.
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Oii. Espero que não estejam bravos por eu ter demorado mais de um milênio para atualizar a história.
Eu atendi ao abaixo-assinado e finalmente deixei de lado um pouco as lições da faculdade e resolvi escrever. Peço desculpas pelo capítulo ser curto, mas prometo que o próximo vai ser enooorme. Juro de dedinho viu.
Eu não vou dar nenhum spoiler sobre o que vai acontecer, mas só posso dizer que alguns personagens que haviam morrido estarão totalmente vivos nos próximos capítulos. Espero que tenham gostado desse e dos que virão a seguir.
Obrigada por ler, não se esqueçam de comentar e curtir. Beijos e até a próxima atualização.
