Capítulo 8

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No French Quarter, quatro originais estavam reunidos no hall de entrada. O híbrido era o mais nervoso de todos. Ele mantinha o semblante furioso que o fez temido por tantas pessoas. Rebekah apenas revirou os olhos quando seu irmão, Nik, jogou seu copo de bourbon na parede.

O loiro estava furioso.

E não era para menos.

Em menos de uma semana, as bruxas haviam matado três vampiros que trabalhavam para os Mikaelson. Era uma forma de enfrentá-los, de mostrar que elas tinham muito poder e não possuíam receio de usá-lo para conseguir o que elas quiserem.

— Temos que tomar uma atitude. — esbravejou Klaus, que tinha a fúria estampada no rosto. Seus olhos esverdeados pareciam estar em um amarelo vivido de puro ódio e rancor. — Se não nos impusermos, elas irão nos tirar o controle da cidade.

— Tenha paciência, Niklaus. — Elijah sugeriu, com seu costumeiro ar de arrogância e superioridade, além de sua inquestionável elegância. O moreno usava um terno preto com uma gravata azul escura. Ele parecia ter saído de um livro de época. — Entrar nesse joguinho de poder com elas é inútil. Elas sabem que não são mais poderosas que um original. Nunca serão.

— Isso mesmo, Nik. Mesmo com aquela herege estrangeira, elas não poderão enfrentar todos nós. Teriam que passar por cima de cada um dos Mikaelson para chegar em Hope. — Rebekah decretou. Ela estava sentada em um pequeno sofá. A loira mal olhava para os irmãos, estava entretida olhando como as pontas de seu cabelo ficavam contra a luz da sala.

— Talvez devêssemos mostrar que não temos medo dessas bruxas novatas. — disse Freya, a bruxa Mikaelson. — Safira iria engolir a língua se soubesse que todas as peripécias do coven dela são como arte de criança birrenta.

— Exatamente. — Elijah disse, como se tivesse tido a ideia do século. — Se realizarmos um tradicional baile para fazer as pazes com elas. Convidando todas as bruxas da cidade para nossa casa, iriamos mostrar que esses assassinatos não nos afetaram em nada.

— Chamar centenas de bruxas para a casa que minha filha vive. Grande ideia.

— Isso apenas ressaltaria que elas são como moscas para nós. Deixar Hope no mesmo ambiente que Safira iria deixá-la com tanto ódio que eu poderia morrer em paz. — Freya disse, rindo consigo mesma.

— Além, é claro, de tirarmos elas do cemitério. Klaus, pense bem, teríamos todas elas de baixo do nosso teto e sem nenhuma proteção contra vampiros. Elas vão ficar indefesas. — Elijah argumentou.

— Está bem. — o híbrido concordou contragosto, com uma careta no rosto. — Mande os convites para todas as bruxas, lobos e vampiros. E Rebekah, temos um baile para preparar.

Niklaus saiu da sala, deixando uma Rebekah sorridente. A loira amava bailes e festas, mesmo que tenham um proposito duvidoso.

(...)

Do outro lado da cidade. Um coven de bruxas tentava armar um plano para conseguir vencer os vampiros. Todas as ideias sugeridas pareciam boas, mas nunca dariam certo, mesmo com uma herege original sendo aliada.

Safira, a líder do coven, sugeriu que as bruxas os esperassem abaixarem as guardas para atacar. Ela estava planejando cessar os ataques por um longo período e fazê-los pensar que as bruxas haviam desistido, e assim que eles parassem de se precaver, ela atacaria.

Parecia um ótimo plano. Marjorie concordou, mas antes comentou que Klaus raramente abaixava a guarda. Ele era um homem rancoroso e até mesmo paranoico com tudo que acontece a sua volta.

Ela estava sentada em um dos túmulos, lendo uma revista sobre moda para ver como as roupas evoluíram durantes os anos que ela passou dentro do caixão.

— Fico feliz que tenham abolido o espartilho. — comentou com uma adolescente, que estava sentada ao lado dela. Mar realmente não se importou de a garota fazer companhia para ela. — Era tão ruim ter que falar ofegando por conta da peça de roupa.

— Mas os vestidos eram tão bonitos com a cintura afinada.

— Realmente, eram lindos, mas era desconfortável ter que usar uma montanha de tecido. — A morena constatou, olhando a página que contava a história da minissaia. — Cheguei a ouvir boatos que diversas garotas morreram por apertar demasiadamente forte o seu corset.

— Deve ser uma morte péssima e inútil. — a adolescente disse, espiando a página que a herege lia. Ela sorriu ao ver a careta que Marjorie fez ao ver uma garota usando uma minissaia cheia de rasgos.

— As mulheres fazem de tudo para ter mais beleza que as outras. Como li em uma revista, a beleza é a doença que mais mata.

Marjorie continuou a conversas calmamente com a garota. Elas se tornaram amigas rapidamente e a herege sentiu vergonha por ter se esquecido do nome da jovem, mas ela não ousou perguntar novamente.

A tarde se passou e logo a noite reinava sobre a cidade. Marjorie ainda lia a revista quando foi interrompida por uma bruxa de pele escura e olhos verdes, que carregava uma carta em mãos.

— Todos os seres sobrenaturais foram chamados para um baile na residência onde os Mikaelson moram. — disse, entregando o envelope para a herege.

Marjorie deixou a revista de lado e abriu o envelope, vendo a caligrafia perfeita que ela tanto conhecia. O convite também tinha um cheiro elegante e gostoso.

"A nobre e antiga família original, os Mikaelson, convidam todos os seres sobrenaturais de Nova Orleans para um tradicional baile de gala para que todos possamos nos reconciliar.

Aguardo ansiosamente a presença de todos.
— Niklaus Mikaelson e sua família."

Cada palavra lida tocou o coração da herege de uma maneira diferente. Ela comprimiu os lábios para não sorrir na frente das mulheres. Ela poderia querer vingança, mas o seu coração ainda era tocado pelo loiro de olhos verdes.

— Safira já confirmou a nossa presença? — questionou a bruxa, devolvendo o convite de Klaus.

— Claro, e ela ainda tem uma grande surpresa para aquela família nojenta.
— Qual? Fiquei curiosa.

— Você fará uma entrega triunfal. Isso com certeza vai abalar as estruturas deles e irão abaixar a guarda. — a bruxa de pele negra disse, com um sorriso maligno. — Será o momento perfeito para agirmos.


— Com total certeza. — forçou um sorriso. — Mas agora precisamos de roupas formais. — ela olhou para a adolescente que estava fazendo companhia para ela. — Precisamos ir às compras.

ᴍᴀʀᴊᴏʀɪᴇ | ᴋʟᴀᴜꜱ ᴍɪᴋᴀᴇʟꜱᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora