"Lembre-se que você vai morrer"
Em outro momento Henry sentiria um pesar em seu coração enquanto subia as escadas, tendo em mente que no fim encontraria o seu inimigo que, de certa forma por algum tempo, também foi seu amigo. Mas depois de tudo o que passou sentia que aquilo tudo era tão banal ao ponto de que nada fazia diferença. Ele sabia o que tinha que fazer, e não se sentia mal por isso.
As escadas eram de pedra bruta, e de alguma forma, mesmo com os sapatos, ele conseguia sentir como ela era fria. Gritos de socorro do lado fora lhe chamaram a atenção, mas ele não se permitiu parar. Ele tinha sua própria missão.
Uma explosão soou em um prédio da cidade ao lado do castelo. Henry viu pela janela quando o lugar se encheu de chamas. Pessoas corriam pelas portas as pressas. Mas ele se virou e continuou subindo.
Foi então que, no final da escada, deu de cara com uma grande porta de madeira escura. Aos lados grandes corredores e mais escadas. Mas ele sabia que Marcus estava ali, conseguia sentir isso. Caminhou até a porta e a abriu. Estava um tanto escuro, não fossem pelas tochas postas em lugares estratégicos. O lugar era bem espaçoso, haviam duas pedras sobre uma mesa mediana, uma ao lado da outra, suas cores azuis brilhavam na escuridão.
- Henry? - alguém o chamou.
O garoto se virou e avistou um outro garoto, com as roupas rasgadas, com sangue saindo do canto da boca, com os cabelos desgrenhados. Oliver parecia cansado e destruído. Ele lutava para manter os olhos abertos. Estava preso por correntes.
- Oliver - disse Henry suspirando. Pensou em seguir até ele, mas pareceu ser uma péssima ideia depois que pensou a respeito.
Era provável que tivessem armadilhas ali. Ele não podia arriscar.
- Esse não era o modo como eu queria te reencontrar - brincou Oliver tentando sorrir, mas a dor o atacou em cheio e ele gemeu.
- Da próxima vez tome um banho - brincou Henry.
Oliver riu.
- Ele me contou o que você fez - outro voz soou naquela sala. Henry se virou um pouco para a esquerda e percebeu que havia outra pessoa ali. Ele usava uma roupa diferente, como se fosse um vestido. Ele usava um tampão no olho esquerdo. Sua boca sangrava. O homem observou o garoto ali em pé - Aposto que também não esperava me encontrar assim.
- Não mesmo, Gyiomin - disse Henry. Ele apertou a adaga que se encontrava na bainha. - O que fizeram com vocês?
- O que foi preciso - Marcus descia uma escada que levava a um pequeno espaço do lado de cima - uma pequena amostra devido a um comportamento…agressivo, se assim podemos dizer.
- Você reconhece comportamentos agressivos, não é? - questionou Henry levantando uma sobrancelha.
- Já lidei com pessoas que passaram dos limites - Marcus sorriu - Não são difíceis de serem dominados. Uma pequena demonstração de força resolve. E nem tente encostar naquelas pedras.
- Espero que eu tenha a chance de te mostrar um pouco da minha força - disse Gyiomin rangendo os dentes - dai você me diz se resolveu.
- Não gaste sua saliva com ameaças idiotas - Marcus fez um gesto de indiferença para Gyiomin - as correntes que o prendem não são fáceis de quebrar.
- Por que tudo isso Marcus? Por que fez tudo isso? - perguntou Henry frisando a testa - Você não consegue usar as pedras, não é?
Marcus levantou a cabeça de modo a parecer no controle. Henry havia aprendido essa técnica com o velho. Muitos usavam esse truque para parecerem mais temidos. Mas isso já revelava que Marcus não podia usar as pedras .
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Jóias Negras - Destinos (3° Livro)
Fantasía"Quando a carne for cortada, quando a ultima gota se sangue vazar do seu corpo, quando o grito de terror sair de tua boca, eu estarei lá, por que eu sou a dor, eu sou o medo" Nada deixava Henry tão aterrorizado do que estar sozinho. Não esperava seg...