Vida longa a terceira ordem

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Henry deu uma última olhada para Eleanor que acabara que virar a esquina. Ela parecia já ter uma ideia de quem seria seu alvo, ao contrário dele que não fazia ideia.

O garoto caminhou pelas ruas escuras por muito tempo. Um jovem casal andavam abraçados na calçada, e por um momento pararam para olhar uma vitrine onde havia um manequim com um vestido extremamente brilhante. O garoto se virou e continuou a andar.

Foi então que encontrou algo. Um bar, mas não um bar qualquer, um bar onde provavelmente encontraria alguém que merecia morrer. Um criminoso talvez?

O lugar possuía luminárias em todos os cantos, onde quadros com rostos desconhecidos estavam pregados logo abaixo. Henry se sentou no banco do bar que parecia que não era limpo por muito tempo.

- Vodka - disse ele para o bartender. O homem assentiu sem muito animo.

Sem duvidas aquele lugar não era nada legal nos parâmetros da lei. Henry se assustou quando viu garotas dançando em cima de um palco, alguns homens estavam sentados nas cadeiras do lado de baixo observando o terrível espetáculo.

Essas meninas parecem jovens de mais, pensou ele.

Quando o bartender entregou o pedido Henry segurou o braço dele.

- Essas garotas - ele apontou para as meninas no palco - quantos anos elas tem? Mais ou menos.

O homem olhou ele de cima a baixo. Provavelmente havia percebido que ele não era um cliente que frequentava o lugar.

- Algumas possuem dezoito - disse ele - mas a maioria são menores. Você sabe, crianças sem lar.

Henry se segurou para não quebrar aquele copo de vodka na cabeça do homem. Ele apenas sorriu.

Henry se virou e encarou aquelas pobres garot..garotos? Não, não eram garotas. Henry forçou  a visão para tentar enxergar melhor. Não eram garotas, eram garotos, mas usavam lingeries, maquiagem exagerada e perucas. Henry sentiu ancia. O que estavam fazendo com aquelas pobres crianças?

Henry teve uma ideia. Continuou a asfixiante tarefa de observar aqueles jovens que viviam seu próprio inferno. Percebeu, com nojo, quando um homem de barba grande e branca, com um sorriso sem dentes acariciou a coxa de um deles. Henry apertou a adaga escondida na cintura. Já imaginava como seria gratificante cortar a garganta do filho da puta.

Pouco tempo depois Henry estava misturado entre os garotos, vestido com roupas que cobriam o mínimo possível de seu corpo. Não se sentia vulnerável, o velho havia os ensinado, a sedução fazia parte do treinamento, e ele sabia como usa-la. Henry se aproximou do mesmo homem que havia acariciado a coxa do outro, suspirou quando o velho barbado o notou, olhou-o de cima a baixo.

O quão prazeroso seria arrancar seus olhos e enfia-los na sua boca sem dentes, imaginou.

Henry desceu do palco, ficou ao lado do homem e segurou sua mão. Ele levou o velho até um dos quartos que haviam naquele lugar. Aquele aposento cheirava a mofo, era sujo e só havia uma cama velha com lençóis que antes eram brancos mas agora estavam com pequenos pontos de sujeiras. Um verdadeiro antro de doenças.

O velho o olhava com desejo, mas Henry tinha outros planos. Empurrou o velho na cama, o homem sorriu diante da agressividade do outro, provavelmente sentia tesão nisso. Henry subiu encima dele, quando o velho aproximou a mão da bunda de Henry o garoto agarrou a adaga e cortou o dedo dele, antes que pudesse gritar Henry colocou a mão sobre a boca nojenta dele.

- Xii - balbuciou ele sorrindo.

Henry amarrou as mãos e os pés dele, colocou uma mordaça nele e o deixou desacordado com um golpe na cabeça. Arrastou o velho por uma porta dos fundos para quem ninguém o visse, e o levou até o velho.

As Jóias Negras - Destinos (3° Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora