suddenly lovers┊moonsun (G!P). mamamoo.

08┊capítulo oito.

[N/A]: Este capítulo é bem especial para a narrativa pois nele a Yongsun nos conta um pouco sobre a vida dela antes da prostituição, sobre os familiares dela... Estejam preparados para a última atualização do dia! 

SOLAR.

Não reagi por um bom tempo, e como era esperado a partir disso, permaneci estática em meu lugar, checando de todas as formas possíveis se aquilo diante de mim era a realidade me atingindo ou apenas um holograma da minha cabeça. No entanto, para a minha infelicidade, a silhueta se levantou da mesa, e eu percebi que ela vinha na minha direção.

A figura estava ensopada da cabeça aos pés, tanto ao ponto de possuir os fios platinados pingando poças e poças de água a cada dois passos que dava. Em suas mãos, uma revista enrolada completamente molhada e sua jaqueta preta.

Desde muito jovem nunca soube como reagir ao ser pega de surpresa, seja uma boa ou até mesmo uma ruim. Principalmente as ruins, estas que sempre marcaram presenças recorrentes na minha vida. Levava alguns bons segundos até que conseguisse formular uma palavra sequer ou às vezes nem conseguia corresponder. Era como se meu cérebro desse pane e tivesse que tomar algum tempinho para se recuperar do choque inesperado.

Hoje, com certeza, não fora diferente.

A presença quase onipresente de Moonbyul havia me pego desprevenida, em um local onde eu menos poderia cogitar que ela também frequentasse. E neste caso, a ausência de fala conseguira ser dez vezes pior; todas as minhas tentativas que já eram falhas se tornaram humanamente impossíveis de serem feitas. Não saberia dizer se estava extasiada por aquilo ou se ainda estava puta, mas uma coisa era certa: a presença dela, querendo eu ou não, me deixava deslumbrada de todas as formas. Deveria mais uma baboseira dentre as milhares da minha cabeça, mas àquela altura, naquele dia em especial, achava que ela estava começando a me perseguir.

— Você... – tossi para soltar o pigarro, limpando a garganta. — O que faz aqui? Está me seguindo agora?

Ela se sentou na cadeira à minha frente sem se importar com as minhas acusações, jogando a revista molhada em cima da mesa e a jaqueta no colo. Por fim, soltou uma risada irônica.

Como essa mulher ousa?

— Aqui é meio longe de onde você mora, então quem precisa de respostas aqui sou eu – meneou a cabeça para o lado, e seu semblante tinha um traço de diversão que não conseguia entender. — Está me seguindo, Kim Yongsun?

— O que? Não! – arregalei os olhos. — Eu gosto de gastar meu tempo lendo, gastar supervisionando você seria desperdício.

Ela arqueou as sobrancelhas como se estivesse desconfiada, mas o sorriso que surgia em seu rosto pareceu amenizar sua expressão, a deixando novamente tranquila. Aonde já se viu, até parece que eu iria usar das minhas horas preciosas de folga para vigiar o que ela faz.

— Depende.

— Depende do que?

— Se você estivesse determinada a me vigiar e conseguisse encontrar a minha casa, por exemplo, poderia me ver tomando banho – pausou. — Isso não seria um gasto de tempo, seria um ganho na loteria.

Abri os lábios para rebater, porém me limitei a apenas revirar os olhos com aquilo, desistindo no meio do caminho de dar continuidade ao ato de bater boca com ela outra vez. A discussão que teríamos sobre isso certamente seria em vão porque o Ego Moon é quase a prova de fogo de tão inabalável.

— O que faz aqui? – ignorei o sorriso largo que ela ostentava no rosto e repeti a pergunta. Não acreditava que havíamos nos encontrado por coincidência, e muito menos acreditava em destino.