suddenly lovers┊moonsun (G!P). mamamoo.

20┊capítulo vinte.

[N/A]: Então, para quem leu os meus avisos, esteve ciente de que eu postaria um pouco mais tarde devido alguns acasos que tive e também meu retorno de viagem. Ainda assim, peço perdão pela demora :)

Vamos aos alertas deste capítulo?

***** LEIA TODOS OS AVISOS *****

01. Este capítulo apresenta cenas de ASSÉDIO SEXUAL, ABUSO DE AUTORIDADE, LINGUAGEM FORTE e EXTREMA MELANCOLIA, então, se você houver quaisquer tipos de sensibilidade, por favor, NÃO leia pois isto pode ser um gatilho a você;

02. Nós estamos nos aproximando de outra fase da história e este é o penúltimo capítulo desta, a partir do próximo algumas coisas deverão mudar;

03. Este capítulo foi dividido em duas partes porém a outra metade não será postada junto deste, no entanto, a sequência deverá ser atualizada ao decorrer desta semana. Deverá ser um pouco menor que esse;

04. Por último, este capítulo também apresenta a última passagem de tempo desde o fatídico dia em que a Moonbyul fodeu com tudo. É isso.

Espero que gostem deste capítulo e anseiem pelo próximo, que virá nesta semana, se tudo correr bem e eu for prudente.

ENJOY!

SOLAR.

A imensidão do céu colorado em um tom monocromático era o foco principal de toda minha atenção naquele dia. Não deveria ser menos que cinco horas da tarde, no entanto pequenos pontos cintilantes àquela altura já traçavam um desenho entre as nuvens, e o pôr-do-sol, alaranjado, começava a dar as caras.

Embora achasse o contrário, todos os noticiários daquele dia haviam premeditado um clima ensolarado, que traria muito calor aos moradores da área. As avenidas eram sombreadas por luzes amareladas em um contraste com tons esbranquiçados, advindos das lamparinas dos postes das ruas que começavam a iluminar as casas e as calçadas. Traziam controvérsias aparentes que se mesclavam em rostos e corpos ambulantes por todos os bairros, em uma explosão de sentimentos, todos eles felizes.

No entanto, não importava o quanto tentasse, nada seria páreo o suficiente para arrancar a tonalidade amarela sem-graça do carro em que eu guardava minhas últimas malas antes de partir.

Não havia muito a ser levado, pois de peso para bagagem bastava os devaneios insólitos da consciência e o clamor, sôfrego, habitado em meu coração tomado pela miséria. As colchas, roupas de cama, móveis e outros objetos decorativos que pendiam em meu dormitório não me pertenciam de fato, o que amenizava em muitas coisas. Esses tão poucos que, ao modo em que eu caçava para arrumar, restara somente algumas (e poucas) peças de vestimenta, dois tênis e um salto alto, além de livros e acessórios menores.

Sendo sincera, embora fosse carente de diversas coisas, eu não necessitava de muito. Havia objetos e pertences dentre as quatro bolsas que eu, porventura, sequer lembrava da existência. Eram apenas coisas materiais misturadas em um grande rolo que, por mais confuso que fosse, não era tão complexo de ser resolvido quando comparado à situação. Bem menos, concordei, alimentando um monólogo solitário.

Trajes como lingeries, vestidos e saias justas, a maior parte das peças de roupas que costumava utilizar para o trabalho tinham sido abandonadas no fundo de uma gaveta, em um ato de esquecimento. Como se fizesse parte do processo de apagar as memórias do passado, e ainda que grande parcela dele houvesse construído quem eu era nos dias atuais, era necessário. Tal como o The Hills também.

Aquela boate que por muito tempo consumira de mim o vigor, o único sopro de vida que me restava, e que agora sequer me pertencia.

Ao todo, estava certa de que minha estadia ali dentro havia sido efêmera, porém isso não apagava a dor que pressentia em deixá-la para trás. Claro, grande quantia das memórias que foram criadas dentro do estabelecimento eram ruins, ainda mais por se tratar de um prostíbulo. Eu via, enxergava coisas que uma Yongsun de dez anos atrás jamais seria capaz de reproduzir, mas que, no entanto, refletiam a realidade que vivia. Caracterizações de uma rotina suja, que ultrapassava o profano e o obscuro. Sórdido.