• Go YongSuck •
-Acho que no fundo entendo o que sente quanto a Seul, não que eu seja capaz de explicar de uma maneira concreta, aliás acho que a magia daqui está muito longe do alcance lógico de qualquer ser humano. Eu poderia estar em qualquer canto do mundo, mas simplesmente não consegui deixar Seul, e não digo isso por causa da empresa, eu poderia construí-la ou levá-la para qualquer lugar, porém minha alma parecia entregue a cidade de prédios cinzas. - Namjoon finaliza levando o líquido à boca, seguido de uma careta, largando o copo na mesa, sem menção de finalizá-lo.
-Poderia definir entre amor e ódio? - o encaro e Kim solta uma respiração profunda, balançando sua cabeça.
-É, sinceramente não sei, acho que sua sensibilidade é mais avantajada que a minha Yong... - ele retira o boné, arrumando seus cabelos para atrás e colocando novamente o acessório. -Eu preciso ir ao banheiro.
-É a primeira porta no corredor. - aponto vendo o empresário se levantar e seguir até a porta branca.
O tempo em que se deu a partir do momento em que a porta se fechou, foi o suficiente para que parecesse eterno e minha mente trouxesse todos meus problemas reais à tona, eu estava presa a um labirinto, incapaz de procurar a sua saída. Respiro fundo, jogando minha cabeça para atrás, sentindo a fofa espuma que a apoiava, logo a voltando para frente, cobrindo meu rosto com minhas mãos, permitindo que meus olhos vejam apenas a escuridão que eu mesma era capaz de fazer.
E, não me há outra saída, se não a recorrer a mais um dos vícios que este relacionamento havia me trazido, uma pacata e ineficiente escapatória, mas que ao menos me servia de alívio momentâneo. Retiro da gaveta a pequena caixa, que guardava a destruição à prazo dos meus pulmões, pegando o pequeno cilindro feito de tabaco, o prendendo entre os dedos e ateando o fogo que ascenderia parte da minha destruição. A verdade era que eu estava me matando aos poucos, antes completamente inconsciente, iludibriada por um sentimento que me parecia único e lindo; agora completamente consciente, sabendo que não me restava muito, e que aquele sentimento havia me prendido na minha própria desgraça.
Sento novamente no sofá, tragando o cigarro e levando a nicotina para os meus pulmões, sentindo a falsa sensação de prazer tomar meu corpo, enquanto me mantenho estática, encarando a parede a minha frente, sendo coberta pelos meus pensamentos desesperados, porém mansos.
-Você fuma? - sua voz soa calma porém com certo tom de indignação.
-Não é frequente... Apenas quando minha mente me tortura.
-Você não pode se auto destruir assim... -ele se senta ao meu lado novamente.
-Eu acho que já me destruí a muito tempo.
-Ele te destruiu, não dê continuidade Yong. Eu sei que agora é realmente difícil deixar esses meios fugitivos viciosos, mas você precisa pensar em você, precisa viver por você... - quando Namjoon finalizava, com seus olhos procurando os meus, pauso o que deveria ser uma tragada ao meio, soltando o pouco de fumaça em minha boca para fora, em anos este era o primeiro olhar esperançoso que eu recebia.
-Tem razão. - tomo coragem em encará-lo, esfrego a ponta do cigarro no cinzeiro, o apagando e jogando o resto no objeto dourado. -Eu só estou cansada de tudo. - respiro fundo, jogando minha cabeça para atrás.
-O que pensa em fazer?
-Eu não sei... -apoio minhas pernas no sofá, abraçando meus joelhos e repousando minha cabeça ali. -Eu realmente estou cansada, no começo me parecia apenas uma questão de fingir ser alguém que eu não era, a mulher de um ator que é adornada pelo luxo, enfeitada dentro de vestidos caros e jóias, aquilo nunca fui eu, mas estava tudo bem apenas fingir, pois nosso relacionamento parecia bem, ainda tínhamos um ao outro. No início, quando entrei na universidade, DoHyun deixou claro que eu não deveria fazer, que eu deveria entregar meu corpo para à mídia, depois de um tempo ele pareceu não se importar muito com o que eu estava fazendo, até eu começar a atuar na minha área, então vieram alguns comentários que rebaixavam tudo o que eu estava fazendo, porém ainda não tinha problema, ele dizia que me amava e só queria o meu bem.
"Depois de um tempo, nossas brigas pareciam mais frequentes, Lee perdia toda a elegância, e gritava ao ponto em que eu me assustava, perdendo meus raciocínios lógicos e aceitando que provavelmente a culpa daquela discussão fosse minha, mas ainda estava tudo bem, ele apenas tinha se exaltado. Então um dia sua exaltação foi um pouco além, suas mãos que antes me abraçavam, agora apertavam fortemente meu braço, chacoalhando e me arrastando pela casa, eu comecei a ter medo da pessoa com quem estava vivendo, mas no dia seguinte eu o perdoei, DoHyun me trouxe rosas, um dos presentes mais simples, porém que me representavam mais do que aquelas joias que eu trancaria em uma caixa." - aperto meus olhos ao sentir as lágrimas se acumularem ali.
-O que eu achei que fosse apenas de momentos se tornou rotina, eu estava me aprisionando no medo e nas palavras de que eu não poderia ser amada além do que ele me oferecia, e que as pessoas não iriam gostar de mim pelo o que eu era. Mesmo brigados e completamente conturbada, eu me colocava dentro daqueles vestidos de luxos, e o acompanhava nos eventos fingindo um casamento maravilhoso. Então chegaram os dias em que eu já não era mais capaz de segurar minhas lágrimas, e não me importava se ele estava por perto assistindo eu me afogar na completa desgraça que ele me fazia. Em um certo dia Lee me disse que aquilo deveria ser apenas estresse, me oferecendo seus calmantes viciosos, um copo de whisky e uma caixa de cigarros. Eu deixei que DoHyun me destruísse de todas as maneiras, acreditando que aquele garoto encantador e atencioso poderia voltar a qualquer momento, eu me prendi a esse casamento pensando que poderia ser verdadeiramente amada e acabei por descobrir que não mereço amor algum. Não posso dar a culpa a ninguém, além de mim mesma.
E, em uma tentativa de segurar todas as minhas lágrimas, minha respiração falha, me arrancando todo o controle, e lá estavam elas, caindo descontroladamente junto aos meus soluços, enquanto eu sentia a vergonha de toda a minha fraqueza. Inesperadamente os braços de Namjoon circulam meu corpo em um abraço, e em um movimento automático eu me encolho sentindo a tensão tomar minha coluna, um leve desespero corre por mim. Kim parece notar, ameaçando se afastar, em um movimento pensado meus braços seguram os seus, o mantendo ali. Meu corpo parace relaxar aos poucos, conforme sua mão sobe e desce em minhas costas, a tensão esvaece, aceitando a presença dos braços de Nam, em anos eu não era capaz de sentir o conforto que o momento caótico me trouxe.
-Eu não quero mais isso. - tomo ar em meus pulmões. -Eu já não queria a muito tempo, mas não tinha coragem para dar um fim.
-Tudo bem, eu posso ajudá-la. - Namjoon segura meu rosto, secando parte da minha bochecha com seu polegar. -Nós precisamos denunciá-lo.
-Eu não sei se... - uma parte de mim sente a culpa, uma denuncia poderia destruir a carreira de Lee.
-Olha você já vivenciou diversas ações terríveis deste cara, apesar de se negar a acreditar, sabe que ele pode fazer coisas muito piores, você precisa de medidas protetivas e precisamos denunciá-lo para isso.
-Namjoon eu sei, mas isso pode acabar com a carreira de DoHyun, eu não posso...
-YongSuck, quando disse que não queria mais, automaticamente assumiu que você escolheu a si mesma, não volte atrás!
Att:
Oi anjinhos, como estão?
Será que finalmente YongSuck vai se livrar dessa horrível relação abusiva?
Eu sei que até aqui a narrativa está bem tensa, mas infelizmente está é a realidade de muitas mulheres, nunca deixem alguém fazê-las se sentir rebaixadas em relacionamento algum, seja namoro ou amizade.
Logo trago outra att! XxNanda
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Love
Fanfiction"Estou vivo, logo amo (Viver e amar, viver e amar) (Se é amor, eu vou te amar) Você transforma o I em O Eu descobri, por sua causa Porque pessoa e amor soam parecido Você transforma a vida em amor A vida em amor." Yong Suck era puramente feita de am...