Sixteen

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Kim Namjoon


Depois que saímos, sugiro almoçarmos, já que passava de meio dia e Go esboçava reações inesperadas, ela parecia feliz e ao mesmo tempo a melancolia lhe tomava. Meio relutante ela aceita, dizendo que pagaria.

Seguimos até um restaurante próximo, que para um dia de semana estava até que cheio. YongSuck pede por Tteokbokki, enquanto prefiro o típico Kimchi junto ao Gimbap. Go retira o objeto circular do seu bolso, prendendo entre seu indicador e polegar, com um olhar profundo na grafia feita no ouro. O silêncio a tomava, e a mulher parecia ir além da onde estávamos, como se sua mente trancendesse além nosso tempo, voltando ao imutável passado. Talvez DoHyun quisesse lhe causar uma marca final e, estava conseguindo.

Yong não deixa que uma palavra lhe escape até que nossa comida chegue, mesmo assim se mantém parada, sem mexer em seu prato, olhando além da janela, completamente imóvel. Contive-me em silêncio, dando todo o tempo para que Go pensasse e se reconstituísse, entretanto ela estava mais distante do que o esperado, eu temia onde poderia chegar.

-Não ficará muito bom se esfriar... - procuro a desculpa mais aleatória para chamar a sua atenção, até porque comida quente ou fria é uma preferência pessoal.

-Oh, tem razão! - ela guarda rapidamente a aliança no bolso da sua blusa.

YongSuck joga seus cabelos escuros, que já não eram longos, para atrás dos seus ombros, deixando seu rosto livre e a marca da sua clavícula exposta, junto à cicatriz em sua testa. Ela pega os hashis e lentamente come a camida na tijela à sua frente. Mesmo se alimentando, a sua mente parecia distante, tão longe que seus olhos brilham acumulando lágrimas, até que a primeira desce por sua bochecha.

-Yong?

-Ele disse que era mais fácil quando não se tem filhos... - ela se refere as palavras do juiz. - A verdade é que nunca é fácil, ninguém casa com que se ama esperando que o amor se destrua, o que ele te destrua e, que depois de tudo o relacionamento acabe. Não é só dizer "não quero mais"  e assinar papéis, existe um motivo de como chegamos nisso e ele é doloroso. Não quero dizer que estou triste por ter me divorciado, eu me libertei, mas para chegar até aqui eu me machuquei e muito, não me refiro apenas a dor física, mas à tudo que senti.  Eu amei uma pessoa, até mais do que amei a mim mesma, criei planos e um futuro, ainda na adolescência, idealizei toda a minha vida ao lado de quem eu amava, em uma casa confortável, com nossos trabalhos que desejavamos e nossos filhos, construí em minha mente futuro de nós dois, mas me esqueci que ele não dependia apenas de mim...

Go para por um momento, tomando o suco em seu copo e pela primeira vez que entramos no restaurante ela me encara nos olhos. Prefiro não lhe interromper, sinto que ela tinha muito à desabafar ainda.

-Eu acabei por viver a minha vida e a dele, enquanto ele se tratava em todo individual, acreditando que eu deveria me ajustar aos seus gostos. DoHyun mudou muito desde a sua primeira atuação... Não culpo sua carreira, esse era o seu ego escondido, em algum momento, de alguma maneira ele iria aparecer, eu só não podia imaginar já que sempre criei meus sonhos baseado no garoto que conheci no colégio. Eu vi DoHyun sofrer pela falta da sua mãe, eu acompanhei toda sua batalha para alcançar as câmeras, eu estava lá quando ele quase caiu  em si mesmo. Nunca esperei de maneira alguma que ele me retribuisse, na verdade só queria estar ao lado dele. O problema nesta relação é que eu senti, senti tudo que poderia sentir, sentimentos bons e ruins.

"Eu amei DoHyun, confiei nele, me entreguei à ele, deixei que minha família se fosse para estar com Lee. Eu estava tão envolvida nisso que deixei que ele quebrasse cada parte minha, ignorei os indícios acreditando que fosse só questão de tempo, ou um mau dia, mas não era, este era DoHyun. Eu sempre o coloquei em primeiro lugar, afinal Lee acabou por se tornar a minha família, mas nunca o vi me colocar a sua frente, a não ser quando envolvia algo de seu interesse. Por mais que eu tentasse fazer o certo, ele me fazia acreditar que estava errada, isso reflete até hoje em mim, em cada passo eu me pergunto se estou certa e, mesmo sabendo que sim, eu me convenço de que estou errando."

YongSuck pausa, respirando fundo, fecha seus olhos e mais uma lágrima desce na lateral do seu rosto, nela continha todo o seu brilho, cada um dos sentimentos intensos da mulher.

-Hoje, quando eu assinei aquelas folhas, entendi que eu precisava perder para ganhar e agora estou ganhando à mim mesma.

-As pessoas dizem que é fácil, porque não sentiram... - essas são as únicas palavras que consegui dizer.

-Este é o ponto. Obrigada Nam, eu estava tão cega que acreditei que poderia continuar com isso e que seria só uma fase, talvez essa fase fosse daquelas a qual você tenta passar, mas não pode evitar o game over. Quais são os macetes que usam para escapar? - Yong pergunta em referência ao meu trabalho.

-Cada jogo segue de uma maneira, alguns tem códigos, mas a maioria tem saídas escondidas as quais muitos não percebem.

-Obrigada Namjoon, eu realmente não sei como agradecê-lo!

-Não me agradeça, não são apenas jogos que tem fases e cenários. Quando mais novo eu sonhava em mudar o mundo, em ajudar pessoas, mas não sabia como. Então eu percebi que a vida também é feita de fases e cenários e, se eu estiver aberto à explorará-los e entende-los, então posso ter aquele win. Quando a conheci eu aceitei essa nova missão, eu sabia que envolvia os mais pequenos detalhes, mas este não era um jogo de apenas um player, eu estava mais para um apoio, o player 1 sempre esteve nas suas mãos...

Terminamos o almoço, Yong realmente não deixou que eu pagasse, a melancolia parecia deixa-la aos poucos. Ao lado de fora a professora anda com as mãos no bolso.

-Você veio com carro ou seu motorista o trouxe? - pergunta parando em frente ao carro dela.

-O Sr. Lee me trouxe, eu não dirijo.

-Entre, eu o levo. - ela aponta para a porta, penso em recusar, mas algo me diz que não devia deixa-la voltar só, então assim o faço. -Você irá para a sua empresa? Ou para a sua casa?

-Casa, eu tirei o dia de hoje.

Yong sinaliza em positivo com sua cabeça, girando a chave e dando partida, com seus olhos totalmente atentos no trânsito.

-O que faz com que Kim Namjoon não dirija?

-O meu desastre?!

-Eu sabia! - ela diz como se fosse óbvio.

-O quê?

-Nós somos feitos de múltiplas inteligências, sempre haverá aquela a qual nós não somos aperfeiçoado e, eu sempre me perguntei qual seria a sua, pois todo esse maravilhoso intelecto esconde qualquer falha humana comum.

-Eu sou péssimo com lateralidade e movimentos. - rio confirmando suas observações. - Eu prefiro não dirigir pela segurança de todos, então uma habilitação derrubou o grande Kim Namjoon!

-Kim Namjoon é humano como qualquer pessoa, isso não poderia derrubá-lo, porque essa pequena falha não é tão grande quando suas esplêndidas habilidades.

Alguns minutos depois Go para em frente de casa, eu a questiono se ela estava bem para retornar sozinha e se caso precisasse poderia ficar aqui. Yong agradece e novamente, de maneira inesperada me abraça, eu estava me acostumando aos abraços de Go YongSuck. Ela se afasta e então responde minha pergunta:

-Eu ganhei a mim mesma, acho que está na hora de aproveitar a minha companhia.

Att:

Olá anjinhos, como estão? Espero que bem!

Olha mais uma att aqui! Quero agradecer pelos 10k e todo apoio que tenho aqui! Espero continuar representando este assunto da maneira certa.

Aqui vai uma dúvida:
Das histórias ainda não postada, qual mais esperam e por quê?

Até a próxima att! XxNanda

LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora