Forth

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Kim YongSuck


Foram em torno de doze horas de parto, de início eu achei que as dores eram suportáveis, e que eu faria parte daquela parcela de mulheres que não apresentam dores forte, que levaria tudo até o final na tranquilidade. Mas eu estava errada, depois de oitos horas meu corpo já se encontrava em um estado ao qual não suportava mais sentir nenhuma contração. E não demorou muito para que eu começasse a pensar em tudo que poderia dar errado, o medo me consumir e pensar que poderia falhar como mãe.

Horas antes eu joguei toda coragem que existia em mim, e implorei por um anestesista, amenizando parte da dor que eu sentia. Foram mais alguns minutos até que pudesse ouvir aquele choro pela primeira vez, Nam estava ali segurando minha mão a todo momento. Quando seus olhos viram Moonjae pela primeira vez, toda imagem de homem duro que havia ali desmontou, e o grande Kim Namjoon não pode esconder sua emoção, que se misturava com sorrisos e lágrimas.

Eu não sei explicar o que senti exatamente quando a enfermeira o entregou em meus braços, enrolado em uma manta branca, enquanto o som agudo ecoava naquele quarto. Eu o abracei contra meu corpo, dizendo que estava aqui e que estava tudo bem, foram apenas algumas palavras para que se acalmasse, seus olhos acinzentados observavam cada canto do quarto, ficando fixos quando Namjoon lhe dizia algo. A sensação de ter o ser tão pequeno em nossa vida era enorme e inexplicável.

Me lembro de quando o levaram para o berçário, o tempo que ficamos sozinho foi o suficiente para questionarmos se estava tudo bem com Moonjae, bastou para que eu convencesse Nam a observá-lo pelo vidro. Tempo depois Moon estava de volta, desta vez éramos apenas nós três naquele quarto. Dois pais aprendendo um pouco sobre o que é ter um filho e um bebê cheio de fome.

Me lembro de quando sugeri que Namjoon o pegasse, o empresário estava receosso, tinha medo de machucar o pequeno pedaço de nós. Então foram alguns minutos até que ele mesmo se convencesse, depois que o pegara era como se estivessem passado cola em suas mãos, Kim não queria soltar Moonjae nem por mínimos segundos.

— Ele está bem? - Namjoon estica a cabeça do outro lado do carro, conferindo o bebê que estava em meus braços.

— Está dormindo. - afirmo acariciando sua cabeça.

Estávamos finalmente voltando para casa, segundo os médicos Moonjae estava completamente saudável, era o nosso pacotinho de quatro quilos cheio de dobrinhas nas pernas.

— Espera aqui, vou descer com as malas e preparar Rap Mon. - Nam anuncia quando Lee estaciona na frente de casa.

— Eu o ajudo! - o motorista anuncia descendo do carro.

Então ficamos apenas eu e Moonjae, como foram nos últimos nove meses. Comecei a me questionar como seria futuramente, quando o pequeno crescesse e tivéssemos que estar mais afastados, eu me perguntava se conseguiria deixá-lo sem viver de preocupações. Talvez esse fosse um dos dilemas de ser mãe, querer que seu filho seja livre, mas querer protegê-lo de qualquer mal.

— Prontinho! - Nam retorna abrindo a porta. — Eu posso? - Kim aponta para o menor.

— Ele é seu também. - rio estendendo  o bebê em meus braços para que ele o pegasse.

— Vocês tem um garoto muito lindo e saudável! - Lee diz parando ao meu lado.

— Obrigada Sr. Lee, modéstia parte, ele realmente é!

— Eu tenho algo para ele, não é da melhor qualidade, mas eu e minha esposa fizemos com muito carinho. - ele estende a caixa.

— Muito obrigada Sr. Lee! - reverencio pegando a caixa com as duas mãos.

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