Twenty Seven

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Go YongSuck

Sou puxada do sono no exato momento em que sinto uma mão pequena tocar a minha. Meu olhos se abrem, vendo a figura pequena ao lado do cama, com seus olhinhos quase fechados e o bichinho de pelúcia em seu outro braço.

-Está com problemas para dormir? - me sento a puxando para mais perto.

-Eu tive um pesadelo, unnie... - ela resmunga.

-Pode dormir aqui com nós, tudo bem? - sugiro e a menor balança a cabeça em positivo.

Abro espaço, ajudando MiSo a subir na cama, a garota deita entre eu e Namjoon, que dormia profundamente. Quando retorno ao meu lugar, os pequenos braços circulam meu corpo. Minha mão corre até sua cabeça, acariciando seus fios.

-Está tudo bem, agora pode dormir, hun?! - sussuro o mais baixo possível para não acordar Nam.

Haviam se passado mais de um ano desde que nos assumimos um para o outro, e a cada dia nós crescemos juntos em nós mesmos, nos nossos sentimentos e no mundo. Aos poucos exploravámos um ao outro. Foi o tempo para evoluir muito do que tínhamos. Conheci mais profundamente quem era Kim Namjoon, o que ia além daquela figura intelectual e sensata. Vi seus sonhos e medos.

Nós aprendemos a compartilhar nossas personalidades, e aos poucos enterder um ao outro. É claro que alguns conflitos vieram, mas sempre resolvíamos com um pacífico diálogo, sabíamos escutar um ao outro.

Então, algumas semanas depois que completamos um ano, Namjoon organizou todo um jantar em sua casa, insistiu que faria tudo sozinho, e depois de queimar um pano de cozinha, sugeriu que eu morasse com ele. Visto que nos últimos meses, eu mais estava na casa de Kim, do que no meu próprio apartamento, não tinha muito o que pensar, eu confiava nele. Uma semana depois, meus pertences já ocupavam sua casa.

-Foi um pesadelo? - Nam sussura após perceber a garota entre nós.

-Sim... E você? - me refiro ao fato de ter acordado.

-Ah, não... Foi um sonho... Um ótimo sonho. - ele se vira sorrindo, mesmo que fosse escuro era possível ver as duas marquinhas afundadas em seu rosto, sua mão segura a minha que estava livre sobre a cama.

-E, como foi?

-Se eu contar, pode ser que não se realize...

-Tudo bem, senhor Kim. Mas sabia que sonhos, segundo a psicanálise, são desejos guardados em nosso inconsciente?!

-Não posso negar, com certeza isso deve estar em algum canto da minha mente.

-Certo senhor sonhador, não acha que deveria voltar a dormir?

-Apenas se fizer o mesmo!

-Certo, eu estou indo!

Namjoon se aproxima, esticando seu braço, abraçando a mim e a MiSo. Levam poucos minutos até que volte a pegar no sono, já eu fico por um longo tempo tentando decifrar que sonho poderia acorda-lo, até que o cansaço me vença e eu finalmente desligue qualquer parte consciente.

...

Antes mesmo de abrir meus olhos eu sinto o vazio, não havia ninguém além de mim naquela cama. Eu sentia o ar gélido tomar minha pele. Também sentia que havia dormido o suficiente, e por algum motivo eu tinha um ótimo sentimento dentro de mim.

Me levanto, colocando as pantufas ao lado da cama. Sigo até o banheiro, escovo meus dentes, lavo meu rosto, e ignoro meu reflexo no espelho, não é uma coisa que eu realmente me importasse. Volto para o quarto, abro as cortinas, permitindo que a luz entrasse no cômodo. Através da janela eu via o céu nublado, mas não era como aquele que anunciava a chuva, mas a chegada de uma frente fria. O vento se fazia presente, soprando a grama no jardim.

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