Twenty One

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"Eu apenas sinto
Como a Lua sempre surgindo após o Sol
Como unhas crescendo, como árvores soltando suas folhas
Quando o inverno vem
Você é a escolhida
Para transformar minhas recordações em memórias
Antes de te conhecer
Meu coração se movia apenas linearmente..."

Kim Namjoon

Eu estava deitado em meu quarto, encarando o teto, inerte e sem reação alguma. Ao meu lado estava um livro, aberto na cama, o qual eu não tinha a concentração suficiente para abstrair suas palavras. Não havia luz acessa dentro do meu quarto, sendo apenas iluminado pela luz noturna. Este era um dos raros dias que eu não tinha para onde correr, entregue ao completo tédio ocioso. RapMon estava deitado ao meu lado, com a cabeça escorada em tronco, enquanto eu o acariciava.

Viro meu corpo na cama, quando ouço meu celular vibrar na cômoda, o pegando e vendo o nome no identificador de chamada: YongSuck.

-Nam? -sua voz soa doce e calma.

-Sim?

- Você está ocupado? - dessa vez, ela parece mais hesitante em escolher suas palavras.

-Vou olhar minha agenda só um momento... - brinco, ouvindo uma leve risada ao outro lado.

-Ya, então o grande homem de negócios está com sua agenda livre nos próximos minutos?

-Próximos minutos? Eu não tenho certeza... - continuo com a brincadeira, mas dessa vez nenhuma risada é ouvida

-Nam, eu preciso conversar... - sua voz soa séria. -Pessoalmente, não acho que falar isso por telefone seja a melhor maneira...

-Eu vou até aí. - me sento na cama, passando a mão em meus cabelos.

-Certo! Obrigada, Nam...

-Tudo bem.

Desligo meu telefone, olhando meu reflexo no espelho em frente a minha cama, os pontos escuros abaixo dos meus olhos chamam a minha antenção. Eram raras as vezes que estas apareciam, geralmente quando me havia algum problema, mas em quase todas circunstâncias haviam soluções, exceto neste. Não havia solução para o que eu sentia.

Eu estava dividido, tentando evitar YongSuck, acreditando que tudo poderia desaparecer aos poucos, mas ao mesmo tempo querendo estar ao seu lado, sentir o seu perfume de canela, olhar para suas esferas cinzas e ouvir as ondas sonoras pacíficas que sua voz gerava. Eu queria estar longe, mas ao mesmo tempo ao seu lado. E, todas as vezes que tentava me afastar, Go me puxava de volta.

-Acho que preciso encarar meu problema. - digo ao cachorro que se aproxima, tocando meu braço com sua cabeça.

Pego meu casaco, o vestindo e descendo as escadas, enquanto meu fiel companheiro me segue, meus pais se encontravam na sala, jogando algo com MiSo. Seus olhos correm para mim, como se estranhassem minha presença.

-Achei que estivesse dormindo, querido. - minha mãe diz.

-Oppa, vamos jogar! - MiSo se levanta, puxando minha mão.

-Me desculpe, Mi. Mas agora o oppa não pode...

-Vai sair, filho? - meu pai pergunta e eu respondo em positivo. -Com amigos?

-Eu acho que é com a Yong unnie. - MiSo coloca a mão lateral na boca, com um tentativa falha de sussurrar para os meus pais, e eu apenas penso esconder minha cabeça em algum buraco quando meus pais me olham com um sorriso que continha um pensamento explícito.

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