Thirty Two

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• Kim Namjoon


Às vezes precisamos passar por grandes turbulências para perceber que tudo o quê importa em nossa vida. Perceber que é como se estivéssemos em avião, prestes a cair e naquele possível último minutos começamos a pensar no que é realmente necessário. Me lembro, da forte turbulência que enfrentei uma vez, em que o piloto quase perdeu o controle, eu era novo demais, estava no início da minha empresa. Naquele momento, eu reuni em minha mente, os motivos que deveriam me fazer continuar vivo.

Eram os negócios e minha família.

Quando tudo se estabilizou, eu entendi que são nesses momentos que entendemos pelo o que vivemos. Anos depois, passei novamente por algo parecido. Porém desta vez, eu era o piloto. Minha aeronave que voava cada vez mais alto, entrou em turbulência e pareceu seguir em queda livre, toda bagagem caía, os passageiros a abandonavam em seus paraquedas. Eu havia abandonado minha cabine, mas retornei a tempo, percebendo que ainda me restava algo, eu podia desistir de tudo e perder tudo, ou podia pousar com este avião, continuar apenas com ele, mas vivo.

Eu não apenas pousei, como consegui retornar aos vôos. Desta vez, sabendo olhar entre as nuvens, sentir as tempestades e saber o que realmente preciso.

Tudo havia se estabilizado, minha empresa ganhou o processo, os negócios subiam com o lançamento do nosso projeto, agora melhorado, nossas parcerias se expandiram e o mais importante, eu tinha aquilo que chamavam de amor.

Depois de tudo, eu tinha Go YongSuck.

Após finalizar todo processo, quando sai do fórum, a mulher me esperava no carro, com seu olhar esperançoso. Me lembro que quando a vi, tentei esconder todo alívio que sentia, fechando minha expressão, e assim que ela me viu, seu rosto tomou a mesma forma. Quando entrei no carro, me perguntou como havia ido, eu respirei fundo sorri e disse que estava tudo certo agora. No mesmo instante, Go pulou do banco, me abraçando com os braços que mais me confortavam.

A primeira coisa que lhe disse, foi que deveríamos ver seus pais. Já que desde que estamos juntos, em quase quatro anos, ela não os via. Mesmo que se falassem com frequência, a distância complicava. Yong estava entrando de férias e eu não tinha o que me impedia de tirar as minhas.

Neste momento estávamos na Austrália, o país em que a professora nascera e que seus pais viviam. Ela estava animada, falando como sentia falta dos seus pais, e que eles adorariam me conhecer. Eu por outro lado, eu estava nervoso, nunca havia entrado em uma situação como essa, não podia tratar tudo como negócios, certo? Era a família de YongSuck, e eu queria fazer parte dela.

Quando chegamos, seus pais estavam no aeroporto, eles abraçaram Yong como se fosse uma criança, seu pai parecia a querer proteger do mundo. E naquele momento, eu senti um leve arrepio em não ser aprovado. Segundos depois a atenção deles estavam em mim, ela me apresentava para seus pais, e eu parecia um bobo com poucas reações.

A mãe de Go, não tinha traços asiáticos, mas mesmo assim sua filha tinha muitos traços em comum, os olhos cinzas eram inegáveis de onde advinham. Apesar das minhas preocupações, sua família me acolheu bem. Seu pai, também tinha negócios, esse foi um ponto em comum para que mantessemos um assunto.

Além de passar com sua família, fomos a vários lugares em Sidney, como os grandes aquários e museus. A arte sempre tinha um espaço para ser apreciada. Infelizmente esta era a nossa última noite aqui. Estávamos  na varanda da casa dos seus pais, vendo a noite chegar e o sol se esconder no horizonte. Estava sentado no chão, minhas pernas estavam cruzadas, e Yong deitada com sua cabeça apoiada nelas, meus dedos corriam por seu cabelo, acariciando sua cabeça.

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