Twenty Three

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Go YongSuck •


Cicatrizes são as escritas de histórias passadas, as quais carregamos como lembrança e símbolo de vivência. Não são um objeto de romantização, mas de superação. As marcas que mostram que mesmo que tenha caído uma escada, você teve coragem o suficiente para continuar e explorar outros degraus.

Eu carrego as minhas, algumas passadas e quase sem sinestesia. Outras que doeram por muito tempo, estas são as mais profundas, não são como aquelas que cortam a pele e chegam na carne. Elas saem do coração, seguem para a carne e tomam minha pele. São de dentro para fora. E, são elas que me seguram em passos futuros, me fazem parar e pensar que posso abrir outras iguais a elas. Então por mais confiante que eu esteja, eu ainda tenho medo.

Entrar em um novo relacionamento, é como dirigir. Você sabe onde quer chegar, está pronto para dar partida, pisar na embreagem e escolher o acelerador, mas você se prende ao freio, garantindo sua segurança. Não pode haver acidentes se você não sair do lugar.

Entretanto você nunca chegará ao destino que deseja, é uma mão dupla de destino, você pode chegar até ele, ou se acidentar no meio do percurso. Esse acidente pode ser leve, grave ou fatal. Nunca saberemos. Se soubéssemos, com certeza não sairíamos. Mas quando a esperança da positividade é maior, você se arrisca, tirando seu carro da garagem e seguindo para onde deseja.

Eu sabia onde queria chegar, mas eu não sabia o que poderia encontrar no meio do percurso. Era fato que meu carro estava fora da garagem, e eu seguia lentamente pelo caminho, freando a cada esquina. Mesmo assim eu queira chegar até Namjoon. Eu realmente queria acelerar todo esse caminho e chegar até ele. Seguir com freios não foi um erro, serviu para que eu tivesse certeza do que sentia e que não era apenas uma fraqueza sentimental. Eu tinha certeza que queria pisar no acelerador.

Meus olhos correm para o relógio, era noite de natal, logo ele chegaria. Os meses haviam passado e nós seguíamos ao nosso tempo, eram passos lentos, mas estavam dentro do nosso tempo.

Pela janela do meu apartamento, eu via a fina neve cair e enfeitar o céu da noite com pequenos pontos brancos. Eu não vestia nada de especial, apesar de que em comemorações passadas eu colocava roupas formais e tentava estar apresentável. Desta vez, eu tentei quebrar mais uma corrente, usar apenas um suéter bordô e algum jeans. Era assim que a verdadeiramente YongSuck gostava de se vestir.

O interfone toca, Kim chegou. Foram poucos minutos para que ele subisse, e chegasse até minha porta. Ele tinha uma caixa em mãos, junto à uma pequena sacola pendurada em seu pulso, e um sorriso, que marcava suas covinhas.

-Não é apenas véspera da natal, mas também o seu aniversário, Yong! - ele responde quando digo que não era necessário o bolo que trouxera dentro da caixa.

Coloco o bolo na mesinha ao lado da porta, tirando de dentro da sacola uma caixinha vermelha. Eu conhecia bem aquela caixa, DoHyun costumava me encher delas. Era a loja de jóias que mais  comprava. Quando a abro, me deparo com um colar, que na ponta tinham dois pingentes, a flor de lótus e uma lua, eu sabia que esta não era uma jóia qualquer, Namjoon não apenas comprara, mas ele pensou nos detalhes que queria, isto tinha um significado.

-Nam, é lindo! Obrigada! - o abraço, sentindo seus braços me tomarem. -Poderia colocar? - estendo o braço me virando para que Namjoon o coloque.

-Eu sabia que ficaria perfeito!

-Realmente, não precisava se importar, Nam!

-Mas... - se vira tirando o sobretudo preto e pendurando atrás da minha porta. -Eu realmente me importo. - sua mão toca meu cabelo o colocando atrás da orelha, então tocando minha bochecha e acariciando com o seu polegar.

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