Capítulo 10

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Hoje é o funeral do meu pai e eu não estou inteirada disso, já quem diga que estou em processo de negação e talvez eu esteja mesmo mas é muita coisa a acontecer na minha vida. A minha mãe continua no hospital, em coma, não é algo com que eu saiba aguentar.

Tiago: Camila? Vamos? - bate a porta do meu quarto, o Tiago não mostra, penso que seja para eu não me ir abaixo, mas eu sei que ele está a sofrer e deixa me mais sentida o facto de ele não falar comigo sobre isso, pouco o vejo.. Ele tem ido aos treinos e não passa tempo nenhum em casa, eu fico em casa e de vez em quando o Pedro passa por cá para ver como é que eu estou.

Eu: sim, só me falta encontrar os óculos. - pego nas minhas coisas todas e saiu do quarto. - podemos ir. - desço as escadas e encontro o Pedro e o Jota a nossa espera, recebo um abraço bem apertado do Jota e logo depois sinto os braços do Pedro.

Pedro: estou aqui, meu amor, estou aqui. - deu me um beijo na testa. Sinto me bem nos braços do Pedro, sinto me bem com ele ao meu lado, tem sido o meu maior apoio.- entra. - abriu a porta de trás, onde iria eu e o meu irmão e a frente iria ele e o Jota.

Tiago: somos fortes. - apertou a minha mão e meteu os óculos de sol, ao qual eu segui o seu gesto. Não demorou até chegarmos ao cemitério e ver a minha família já reunida, fiz questão de apenas me abrigar nos braços do Pedro e não falar a ninguém, não estou mesmo com deposição para tal coisa. Deram me a palavra para fazer o discurso e com a ajuda do Tiago, levantei me e fui até à frente da igreja.

Eu: olá, como vocês sabem, sou a filha mais nova do Joel, o meu pai era uma pessoa incrível, não existia ninguém melhor para ser pai do que ele. - deixo cair uma lágrima. - o meu pai fez coisas incríveis durante toda a sua vida e se não fosse ele, nem eu nem o meu irmão Tiago, seguiriam os os nossos sonhos, ele sempre nos apoiou em tudo, sempre que possível assistia aos nossos jogos e estava sempre com um sorriso enorme na cara. - limpo os olhos e continuo. - o meu pai era quem me levantava a autoestima sempre que estava em baixo, que perdia um jogo ou até por causa de namorados. - deixo sair um sorriso ao lembrar me desses momentos. - o meu pai era a pessoa mais maravilhosa de todo o mundo e quem o conheceu sabe muito bem isso. - acabei o meu discurso lavada em lágrimas e voltei a sentar me junto dos meus amigos e do meu irmão.

Tiago: obrigada por fazeres isto, sei que te custa. - abraçou me de lado e deu me um beijo no topo da cabeça.

Foi sem dúvida o pior funeral que presenciei em toda a minha vida, eu não sei sequer como reagir, o meu pai foi se embora e eu não tenho sequer a minha mãe para desabafar.

Pedro: anda, quero levar te a um sitio. - falo perto do meu ouvido.

Eu: eu não quero ir, Pedro, só quero ir para casa. - agarro a sua mão.

Pedro: por favor, Camila, vai fazer te bem.

Eu: tudo bem, mas não quero demorar muito tempo, por favor.

Pedro: o tempo que quiseres. - despedi me do meu irmão, do Jota e da Maria e fui para o carro acompanhada pelo Pedro. - és uma rapariga incrível e não mereces nada do que te está a acontecer, amor. - beija me, já dentro do carro.

Eu: obrigada por tudo. - junto as nossas testas e fecho os olhos. - obrigada mesmo. - o Pedro começou a conduzir e sempre que podia pousava a sua mão na minha perna, chegámos ao local e estava um silêncio incrível.

Pedro: anda. - puxou me até um pequeno lago que lá havia. - e um lugar que dá para pensar. - deitamos nos na relva que lá havia e ficámos assim até eu adormecer.

Não tem como não se apaixonar por este Pedro, ele é uma pessoa incrível.
Beijinhos da vossa Suh favorita.

Foi no teu olhar || Pedro Álvaro Onde histórias criam vida. Descubra agora