• chapter two •

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As palavras grifadas são gírias de época, e o significado está nas notas finais.

Boa leitura. 🐎

Katherine Bonnaville

1914

Amar nos tempos de hoje é complicado. Você tem que se casar com quem seus pais impõe; você tem que começar as relações sexuais após o casamento; gestos afetivos em público somente abraços, segurar as mãos e, no máximo, beijos rápidos.

Agora imaginem você querer fazer tudo isso com uma pessoa que seu pai odeia e humilha por ser pobre e que corre o risco de morte só por gostar de mim.

Quando o vi pela primeira vez, Shawn tinha apenas 8 anos, a mesma idade que eu tinha na época. Seus pais haviam sido contratados pra cuidar de uma parte dos animais da nossa fazenda. E com isso, eles haviam se mudado pra lá.

Ele estava super inquieto, estava doido pra correr atrás dos cavalos mas o olhar frio de meu pai lhe botava medo.

Viramos amigos e eu tomei o maior cuidado para que meu pai não descobrisse sobre essa amizade. Mas foi em vão. E quando ele descobriu, o colocou pra trabalhar ainda quando criança.

E com o passar do tempo, nossa amizade evoluiu. Primeiro foram toques tímidos na mão, depois olhares que perduravam por tempo, depois beijos no canto da boca com sorrisos tímidos, até que ele me beijou pela primeira vez.

Diana: Querida, não vai se levantar? - diz entrando em meu quarto.

Katherine: Por que não posso me casar com alguém que quero?

Diana: Já conversamos sobre isso...

Katherine: Eu gosto dele, mãe.

Diana: Eu sei. Mas você já sabe o que seu pai pensa sobre isso.

Katherine: Você o ama? Meu pai?

Diana: Existem coisas nessa vida que são muito complicadas de explicar. E assim é o amor. Você apenas sente, não explica.

Katherine: Onde quer chegar com isso?

Diana: Eu entendo o que sente por Shawn. Porque eu já passei pelo que está passando. Gostava de um e me casei com outro.

Katherine: Sério?

Diana: Sim. Mas com o tempo eu aprendi a amar seu pai.

Katherine: Aprendeu a amá-lo ou apenas aprendeu a como suporta-lo?

Ela não responde. Apenas se levanta e faz o gesto para que eu me levante também, logo recebendo as empregadas que ajudam a me vestir.

(...)

O dia hoje seria cheio de reuniões para decidir as coisas sobre o casamento. Já que meu pai nos deu 5 meses.

Eu tenho 5 meses pra fazê-lo mudar de ideia.

Daniel: Olá, amada noiva. - pega minha mão e deposita o beijo na mesma.

Katherine: Olá, minha jamanta favorita.

Daniel: Uau. Vejo que não está com um bom humor.

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