• chapter one •

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Katherine Bonnaville

Janeiro de 1914

Andando pelas ruas da cidade observo a diferença da nossa sociedade. Pelas ruas de Arkadell você pode encontrar pessoas ricas exibindo seu novo automóvel; pessoas mais pobres tendo sua vida normal; trabalhadores de bem e de mal.

A minha família é a mais rica da cidade e possui a maior fazenda das redondezas: a fazenda Bonnaville.

Apesar de carregar o sobrenome da família, aparentemente a fazenda e qualquer outro pedacinho de terra encontrado aqui pertence ao meu pai. Já que ele não deixa ninguém ter o poder e a voz em nada aqui.

Eu sempre fui uma mulher independente e determinada. E é por isso que eu decidi sair em busca de um emprego. Não para juntar dinheiro, mas porque eu não nasci pra ficar presa dentro de casa fazendo tudo o que um homem quer.

Katherine: Boa tarde!

Xxx: Boa tarde. - diz sem animação.

Katherine: Estou procurando um emprego. Soube que estão com vagas aqui.

Ele me olha por um tempo e depois começa a rir.

Katherine: Qual a graça?

Xxx: Você está procurando emprego? - assinto e ele ri mais uma vez.

Rolando os olhos respiro fundo.

Katherine: Qual seu nome?

Xxx: Paul.

Katherine: Paul... está rindo porque sou mulher?

Paul: Você não deveria estar aqui...

Katherine: E onde eu deveria estar então?

Paul: Em casa. Lavando louça, limpando a casa, lavando roupa. Fora que você é rica, não precisa de nada disso.

Dessa vez quem ri sou eu.

Agarro seu colarinho e o puxo pra perto, fazendo com que ele bata sua barriga no balcão do estabelecimento.

Katherine: Sabe, um dia você trabalhará com uma mulher... ou melhor, você trabalhará para uma mulher. Ela será sua chefe. E você vai ter que rezar muito pra conseguir trabalhar com ela sem irritá-la. Sabe por quê?

Paul: P-por quê?

Katherine: Porque uma mulher com raiva pode fazer coisas inesquecíveis, e eu não estou falando de coisas boas.

Solto seu colarinho, ajeito meu vestido e saio.

Chegando em casa, vejo alguns empregados que nunca tinha visto antes recebendo ordens de trabalho. E no meio delas havia uma criança.

Abro com força a porta do escritório do meu pai e já chego brigando com ele.

Katherine: Uma criança? Sério? Até quando você vai...

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