• chapter eight •

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Katherine Bonnaville

1914

Eu não sabia ao certo quantas horas faziam que eu estava sentada no chão abraçada em seu corpo sem vida.

Minhas lágrimas continuavam a rolar e eu não conseguia soltá-lo.

Diana: Filha... Está na hora de ir. - nego com a cabeça.

Safira: Katherine... Eu sinto muitíssimo. Mas temos que sair daqui. - nego mais uma vez.

Katherine: Foi culpa minha? - ergo minha cabeça e olho as duas - Foi minha culpa, não foi?

Diana: Claro que não...

Katherine: Ele era tão novo. Ele tinha uma vida pela frente e agora... Deus, foi culpa minha.

Safira: Amiga... Ele entrou nisso tudo porque quis. Porque ele queria lutar por vocês. Ele acreditava no amor de vocês.

Katherine: Ele não merecia isso. Ele era tão bom. Ele era a melhor pessoa que eu conhecia.

Sinto minha mãe se ajoelhar ao meu lado e por a mão em minhas costas.

Diana: Se lembra do que ele disse? O amor de vocês é de outras vidas.

Aperto seu corpo mais forte.

Diana: É hora de dizer adeus, meu amor.

Katherine: Podemos fazer um funeral? A família dele não tem dinheiro pra isso... Meu Deus, a família dele. Como eu vou contar isso?

Safira: Eu conto pra você.

Diana: Faremos um funeral. Não se preocupe. Eu vou te esperar ali na frente.

Ela se levanta e sai com Safira, nos deixando sozinhos.

Katherine: Eu nunca vou me esquecer de você. Nunca vou me esquecer de como você fez de tudo pra entrar na minha vida. De como você costumava fingir que alguém pegava minhas bonecas e jogava no pasto só pra eu implorar pela sua ajuda, quando na verdade era você quem jogava. - rio com a lembrança - Nunca vou me esquecer do que vivemos.

Seguro sua mão gelada.

Katherine: Se não for nessa vida, será em outra... - sussurro repetindo suas palavras.

Entrelaço nossas mãos.

Katherine: Eu te amo. Tanto. E eu sempre vou te amar.

Beijo seus lábios.

Katherine: Nós vamos nos encontrar de novo.

Respiro fundo e solto seu corpo, deixando os funcionários - que a minha mãe havia chamado - retirar o seu corpo.

(...)

Chegando na fazenda, vi meu pai ser tratado por médicos.

A tranquilidade em seu rosto me incomodava.

Quando ficamos sozinhos, ele começou a falar.

Sebastian: Eu sinto muito pela morte dele. Era tão jovem...

Katherine: Não ouse falar alguma coisa.

Sebastian: Pobre garoto... Tinha uma vida pela frente mas preferiu assinar o atestado de óbito.

Katherine: Cala a boca! - grito.

Ele se vira.

Sebastian: O que você falou?

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