Cap. 39 - Bebê a Bordo

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DANTE NARRANDO...

- O QUÊ? - Digo perplexo ao receber tal notícia. - V-vou ser pai?

- Sim, senhor Dante.

- Ah, meu Deus. Essa é a melhor notícia de todo o universo. - Digo boquiaberto, não conseguindo esboçar nenhuma reação a não ser surpresa e alegria. - Não creio que isso esteja realmente acontecendo comigo.

- Podes acreditar que sim. Checamos os exames de sangue e os hormônios relacionados a gravidez está muito acima do normal no sangue de sua companheira. - Ele me entrega os exames e uma ultrassonografia. - Porém, não conseguimos averiguar se sua cria está bem, pois o líquido da bolsa amniótica dificulta a visão, revelando-se assim, apenas uma mancha escura, como podes ver. Também não conseguimos ouvir as batidas do coração. É como se a junção de suas espécies transformassem o útero dela, tornando-o impenetrável aos nossos olhos até o momento do parto.

- Mas isso pode acarretar em algum problema para os dois?

- Bom... A gestação é um pouco mais rápida, e mais forte, em vista da espécie de sua companheira. E devido ao estresse no corpo dela causado pela picada da aranha, o feto está se desenvolvendo com rapidez. Sua companheira deverá tomar alguns cuidados até o final da gestação. Irei prescrever alguns nutrientes, específicos para este caso, que ela tem a obrigação de tomar, pois sem eles, o bebê poderá matá-la.

Fico apreensivo quando ele me diz isso. Nosso próprio filho poderia matá-la?

- O feto é extremamente forte para o corpo frágil dela suportar. Já aplicamos uma injeção de nutrientes para o bebê, para que ele não cause nenhum dano, pelo menos pelas próximas horas. Ela deverá ficar em observação por enquanto.

- Já tiveram algum caso deste tipo aqui em Izloj? E deu tudo certo?

- Sim, senhor Dante. Já tivemos dois casos assim há alguns anos atrás. Sabemos que a cada dose de nutrientes aplicada, o feto aumenta de tamanho. Mas é só seguir as recomendações que ela não irá sofrer nenhum dano, e vocês podem aguardar felizes a chegada de seu filho em suas vidas.

- É certo de que ele nos trará bastante alegria. Mas ainda assim, com todos os cuidados aqui no hospital, tenho receio de que algo de ruim aconteça. Enfim, melhor não ficar pensando nisso. Eu posso vê-la? - Ele balança a cabeça positivamente, e o sigo até o corredor que nos leva aos quartos.

Vejo-a deitada, tomando mais uma dose de nutrientes pela veia. Os médicos nos deixam a sós. Disseram que talvez ela conseguiria me ouvir.

- Olá, dona do meu universo. - Digo dando um beijo em sua testa e pegando sua mão. - Você não sabe o quanto estou contente. Espero que estejas me ouvindo.

Coloco uma das mãos em seu ventre, que havia aumentado de tamanho e sinto nosso pequeno se movimentar, como se seguisse o calor do meu toque. A única coisa que faço é sorrir.

- Sente isso, pequeno? É o papai. - Digo todo bobo. De acordo com o doutor, Cat está grávida de dois meses e pouco. Mas como os dias em nosso planeta são mais longos, em dias terrestres seriam mais de três meses. - Papai está aqui. E não vai deixar que nada de ruim aconteça com você e a mamãe. Nem te conheço ainda, mas já lhe amo incondicionalmente. - Aliso o rosto de Cat e sussurro próximo ao seu ouvido. - Te amo, minha doce, querida e amada mulher. Estás me concedendo a maior alegria que um homem poderia desejar. Obrigado minha vida. Espero que acordes logo, para lhe cobrir de amor e de mimos.

Noto uma lágrima brotar de meus olhos. Enxugo-a antes que alguém veja. Confesso que são emoções novas, e claro que não sou de ferro, mas não posso demonstrar fraqueza na frente de ninguém. Minha família precisa de mim, e não posso ser fraco neste momento.

...

Após alguns instantes admirando minha companheira, bastante preocupado por ela ainda não ter acordado, me retiro do quarto, indo de encontro com o doutor e minha mãe na recepção.

Conto-lhe a novidade, e após alguns minutos dona Aryadne já havia contado pra Deus e o mundo que vai ser avó, esfregando na minha cara que já sabia da gravidez e que apenas eu e Cat não havíamos notado.

Enquanto aguardamos, o doutor volta para o quarto pra ver como está minha Catléya. De repente, ouvimos um falatório alto, como se fosse uma briga. Logo após se ouvem sons de tiro.

- Que raios está acontecendo? - Sigo rapidamente até a confusão.

Porém, sou surpreendido por disparos vindos de um dos médicos que havia nos atendido mais cedo. Ele fala algo em seu comunicador e segue para o outro corredor na direção dos quartos.

O médico de idade se encontra caído ao chão, com ferimentos no abdômen e na perna. Chamo por ajuda e corro até o quarto que o outro havia entrado. Olho pelo vidro da porta e pra meu espanto é onde está Catléya. Tento abrir a porta, mas ele havia colocado alguma barreira para me impedir. Vejo uma das grandes janelas se quebrar e estilhaços tomarem conta do local. O médico entrelaça uma maleta em seu corpo, enquanto pega Cat nos braços, noto que em sua nuca possui um dos chips controladores.

- NÃO!! SOLTA ELA, SEU MALDITO. - Arrebento a porta com todas as forças que possuo. Mas vejo apenas ele dar um aceno com a mão e ser levado juntamente com Cat pra dentro de uma nave negra com detalhes em vermelho.

Corro até a janela e pulo. Saio correndo, atropelando todos em minha frente pra tentar alcançar minha espaçonave. Mas com um disparo feito pelos malditos, vejo parte da minha nave explodir.

- NÃO, NÃO, NÃO. MAS QUE INFERNO. - Brado enquanto vejo a nave deles alçando vôo.

Lembro-me de uma bugiganga que havia adquirido com o coronel Turnner. Por sorte se encontra dentro do bolso de minha jaqueta. Havia me esquecido de que estava ali. Pego o objeto, miro na espaçonave deles e disparo. O dispositivo é um tipo de rastreador.
Não sei se havia funcionado, pois já se encontravam a uma grande distância, mas é minha única esperança, e com sorte poderei encontrá-los novamente.

***
CATLÉYA NARRANDO...

Acordo em cima de uma cama. Devo estar no hospital de novo, pois do meu lado vejo um médico sentado numa cadeira, me encarando. Ele coloca a mão na minha testa, e logo depois enfia um termômetro gelado debaixo do meu braço pra medir minha temperatura.

- Com licença, onde estou? - Questiono confusa, enquanto ele faz um sinal de silêncio com o dedo.

Ele se vira pra pegar uma maleta branca no chão, e vejo no alto de sua nuca, um daqueles chips controladores.

- Quem é você? - Recuo naquela cama, mas ele segura meu braço. - Me solta. - Falo sem sucesso.

O termômetro apita e ele o retira, me soltando.

- Sem febre. - Ele diz guardando o mesmo na maleta.

Ele me encara sem dizer nada, e logo após se retira do local. Num pulo, saio correndo na direção da porta por onde ele havia saído. Vendo que a mesma não está trancada, sigo pé por pé e dou de cara com um grande corredor, todo iluminado.

Tento abrir a primeira porta que encontro. Trancada.

Tento a segunda. Grande erro.

Assim que abro a tal porta, me deparo com vários aliens aprisionados, juntamente com soldados da Tríplice, armados e trajados com seus uniformes pretos com detalhes vermelhos.

- Agora ferrou!!

***
Um Abração e Até o Próximo... 💜

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