Cap. 19 - Os Opostos se Atraem

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Música: O Cacto e o Balão - Lucas Lucco

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CATLÉYA NARRANDO...

- Mamãe? - Aquela grande criatura diz me olhando fixamente, com os olhos verdes brilhantes. - Não me reconhe, mamãe?

- Reed? - Digo meio confusa, enquanto ele abre as grandes asas negras.

- Sim, sou eu. - Ele dá um largo sorriso, com dentes afiados, que se eu não o conhecesse, já estaria correndo à um bom tempo.

- Mas o quê, como isso é possível?

- Catléya, Reed acabou de passar por uma metamorfose, agora ele é um jovem. - Dante fala enquanto o observa também.

- Metamorfose? Estilo borboleta?

- Exatamente.

- É incrível, está um jovem muito bonito e formoso, não é mesmo? - Dou um abraço no meu bebê que antes segurava em meus braços, e agora ele poderia me segurar nos seus. - Você nos deu um baita susto.

- Desculpe, mãe. Não era minha intenção.

- Eu sei que não, meu fofucho. Agora vamos pra casa.

Reed estava com uns 3 metros de altura, e de comprimento eu nem sei. Ele estava enorme. Dante me disse que os Azlanyanos fazem um tipo de casulo, e em questão de meia hora, crescem absurdamente se tornando jovens maduros, cogito que sejam como adolescentes. Mas ele me explicou que isso aconteceria somente na fase bebê/jovem, pois de jovem para se tornar um adulto eles crescem normalmente com o passar dos anos.

Agradeço ao meu lindo unicórnio por ter vindo me ajudar, mas felizmente não estava em perigo. Meu bebê nunca me machucaria. Então, dispensei meu amigo purpurinado e me despedi dele. O cavalinho chifrudo faz uma reverência para mim e some em meio à floresta.

Enquanto caminhávamos de volta, o dia já clareava, e Dante resmungava alguma coisa, mancando.

- O que aconteceu com a sua perna? - Pergunto preocupada.

- Nada de mais, apenas me cortei. Continue andando.

- Posso levar você se quiser, Dante. E me desculpe por ter te machucado, eu estava fora de mim. - Reed agora tinha a voz um pouco grave, não enrolava mais as palavras e era meio estranho isso. Da noite pro dia, seu bebê se tornar um rapaz.

- Não precisa, garoto. Estou bem. - O ETsão olha meio desconfiado pra Reed.

- Então tá. - Ele diz e sai andando em nossa frente todo desengonçado, pulando e dando rasantes.

Quando chegamos em casa, o pessoal já se encontravam acordados, esperando na varanda, com expressões preocupadas.

Todos perguntam juntos o que havia acontecido. Então o ETsão explica o ocorrido, e entra pro seu quarto, ainda com a perna sangrando. Sigo ele rapidamente e fecho a porta atrás de nós.

***
DANTE NARRANDO...

Entro em meu quarto, Catléya entra logo em seguida e fecha a porta, deixando nós dois à sós.

- O que pensas que estás fazendo? - Procuro meu regerador celular na gaveta.

- Só gostaria de te agradecer por encontrar o Reed pra mim, e queria saber se precisa de ajuda. Fiquei preocupada com você.

- De nada. E não se preocupe, não preciso da sua ajuda. - Pego o aparelho e me sento na cama. - Ah, maldição.

- Éh... Tem certeza disso, ETsão? Largue desse seu orgulho bobo. - Ela coloca suas mãos na cintura.

Respiro fundo, a dor que sentia era agonizante e queria que terminasse logo.

- Pois bem. Já que queres me ajudar, não recusarei. Pegue uma toalha no meu banheiro. - Enquanto ela pega o que pedi, dou uma conferida no ferimento, que foi bastante profundo.

Um pedaço da faca ainda se encontrava em minha carne, pois estava ardendo exageradamente, e seus dedos miúdos tirariam melhor esse pedaço metálico de mim.

- Aqui está. E agora? - Ela nitidamente estava preocupada comigo.

- Agora irei lhe pedir algo meio vulgar. - Dou um sorrisinho malicioso. - Me ajude à tirar minha calça, para você arrancar o pedaço de metal que ainda está preso em mim.

- COMO? - Ela dá um grito assustada.

- Você não queria ajudar, então faça isso. Afinal, o corte está na parte de trás da minha coxa, mas se estás constrangida, melhor deixar me sozinho.

- Não, eu consigo sim, e não tenho problemas com isso. Já fui cuidadora de idosos no meu planeta, já dei banho e troquei de roupa também. Porquê com você seria diferente? - Ela me encara e começa à desabotoar minha calça, com o maior cuidado, ela começa à puxar devagar, e pede para eu me virar. - O quê foi? Está com vergonha de mim, ETsão?

- Claro que não. Apenas tente encontrar o metal.

- Ah... Consegui ver, está muito profundo. - Ela consegue retirar a pequena ponta da lâmina. - Dante, estou vendo o osso da sua coxa. Me dá esse negócio aí rápido, antes que você morra esgotado. Agora não fique me olhando e nem animadinho não, tá? - Entrego-lhe o regenerador e juro que não entendi o que ela quis dizer com o "animadinho".

- Prontinho, novinho em folha. - Sinto um grande alívio ao estar intacto novamente, ela passa a mão no local para conferir, me fazendo sentir um calor com seu toque.

Ela sobe minha calça rapidamente, me dando um solavanco.

- Hum... Estás violenta hoje. - Fixo em seus olhos, após terminar de abotoar minha roupa.

- Ah, achastes? Não viste nada, ETsão. - Seu jeito de falar me chama a atenção.

- Gosto de mulher assim. - Provoco-a um pouco, e a seguro pela cintura trazendo-a para perto de meu corpo.

Ficamos ali parados olhando um pro outro, tentando decifrar o que se passava pela cabeça dela. Sua boca abre e fecha várias vezes, como se quisesse dizer algo importante.

- Dante... - Ela quebra o silêncio. - Você realmente quer ficar livre de mim? Depois de tudo o que passamos? Me diz que não sente nada por mim? - Ela me olha com expressão de incógnita.

- Catléya, eu... - Fico calado por um segundo, tentando encontrar palavras certas, porém ela sempre me tirava todas da mente. - Eu nunca faria isso, você faz um grande bem à todos. Uma criaturinha que mal chegou e já deixou minha vida de pernas pro ar. Não sei o que tens, mas não consigo me imaginar longe de você.

- Então não me odeia tanto quanto eu achei que odiasse?

- Eu nunca lhe odiei, e nunca poderia. Desde a primeira vez que lhe vi. Se contar isso à alguém, irei negar. Mas você, Catléya, tornou meus dias melhores e mais cheios de vida. - Sua linda boca faz um formato de "O", enquanto eu falo o que nunca disse à nenhuma outra mulher.

- Dante, eu nem sei o que dizer.

- Não digas nada, apenas faça parte da minha história. - Neste momento meu coração palpita acelerado, como se estivesse prestes à explodir, sinto meu corpo tremer, me encho de arrepios, mas eu tomo coragem e a beijo delicadamente, segurando-a em meus braços, como se nunca mais quisesse à soltar. Seu perfume me envolvia, o calor me subia. Em seus lábios doces, macios e suaves, um leve toque de quero mais. Já não sabia o que fazer, mas de uma coisa eu tinha certeza, desse beijo ardente jamais vou esquecer. Parecia uma eternidade de sensações, os segundos se tornaram minutos, e os minutos viraram horas. Mas de uma coisa eu sabia, que seu beijo era o melhor que existia.

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Oie, pessoal!! Fiz esse capítulo com muito carinho pra vocês que estavam torcendo pra esse dia chegar. Agradeço ao meu esposo pela ajudinha com algumas partes do capítulo, e espero que tenham gostado.❤
Comentem aí e não se esqueçam de deixar um votinho.

Ah, mais uma coisinha, já notaram que eu coloco algumas vezes uma música pra ficar melhor. Vocês ouvem as músicas que eu recomendo? Ou nem olham? Kkk
Me respondam aí, please?

Um abração à todos e até o próximo...

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