CATLÉYA NARRANDO...
Enquanto estamos discutindo, Magnus aperta um pequeno painel em seu pulso, acionando alguma coisa. Reed recobra a consciência resmungando algo, e eu fico um pouco mais aliviada por ele estar bem.
- É hora de irmos. - Magnus diz todo imponente.
- Eu não vou a lugar nenhum com você. - Digo pegando um dos explosivos do bolso do meu vestido e o aciono. - Você está completamente maluco. Precisa de ajuda.
Após contar mentalmente os segundos, arremesso o explosivo em sua direção e uma cortina de fogo se levanta em sua frente. Mas logo percebo que ele havia fechado as asas para se proteger.
Reed vendo toda esta situação ainda confuso, se levanta rapidamente, cuspindo fogo em sua direção. Porém, meu irmão alienígena executa o mesmo gesto, o que não lhe causa nenhuma queimadura sequer. É como se suas asas formassem um tipo de película protetora contra fogo, protegendo-o por completo.
- Vamos Cat. - Reed diz me pegando nos braços e arrebentando a enorme porta da sala fria, pois não dava tempo de abrí-la com o cartão-chave que nem sei onde foi parar.
Voamos através dos corredores, mas sentimos um puxão que nos faz perder o equilíbrio e cair no chão. Magnus havia agarrado uma das asas de Reed. Enquanto ele se debatia tentando se soltar, Magnus arranca uma enorme espada reluzente de sua armadura e desfere um golpe em Reed, rasgando-lhe a asa direita de tal forma que ele não conseguiria voar mais.
- NÃO! - Reed grita de dor, enquanto ainda tentamos sair dali.
Ele dá uma pancada em Magnus com a cauda, prensando-o contra a estrutura da parede de metal que fica toda amassada. Corremos por alguns segundos até o alien pirado golpear Reed novamente, fazendo com que nos chocássemos com tudo na grande vidraça que circundava a maior parte dos corredores. Reed me segurava rente ao seu corpo, como uma mãe que protege seu bebê. Desta forma, nos estatelamos no chão em meio ao exército inerte de aliens chipados. Enquanto eu saía rolando dos braços dele, Magnus veio sobrevoando e pousou em cima de sua nuca.
- Ora, ora. Onde é mesmo que se encontra o coração de um azlanyano? Vamos descobrir? - Magnus diz cravando aquela espada nas costas de Reed, que urra de dor. - Ou seria um pouco mais para baixo? Tanto faz, um corte fatal resolve o problema. - Ele fala prestes a enfiar a espada em seu pescoço.
- PÁRA! EU TE IMPLORO, NÃO FAÇA ISSO! - Eu grito para ele que já estava a alguns centímetros de tirar a vida do meu bebê dragão. - Já chega, Magnus. Você venceu. Deixe-o em paz e eu irei com você.
- Não seria mais um de seus truques, não é irmãzinha? - Ele me questiona com a arma pontiaguda pressionando a garganta dele, a qual começava a sangrar.
- Não. Eu juro. Apenas deixe-o ir.
Vejo o olhar de derrota e dor do meu pequeno, e bastante sangue escorrendo de cada ferimento de seu corpo. Se ao menos o Dante estivesse aqui, talvez tudo seria diferente.
Magnus caminha até mim, e enquanto estamos parados neste imenso salão, que possui um teto de vidro onde conseguia ver vários pontinhos brilhantes, não sei se de estrelas ou naves, ele aperta mais alguns botões do painel de pulso. Deste modo, os aliens prisioneiros ficam de prontidão nos quatro cantos do local, empunhando suas armas que estavam acopladas em seus uniformes.
Após isto, ouço uma gritaria nos corredores de onde havíamos despencado. Vejo adentrar no recinto, através da janela quebrada, um Nyar gigantesco, fazendo um barulho de sibilar de inseto, ensurdecedor. Era uma mistura de sons semelhantes ao de cigarras e um bater de asas de besouros.
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Mil Estrelas por Você
Science FictionCatléya é uma jovem que não tem mais nada na vida, e vive perambulando de casa em casa, roubando comida para se manter viva. E em um de seus roubos, em uma grande fazenda, ela se vê na situação mais complicada de todas: ser levada por um ladrão de g...