Cap. 43 - A Outra Cat e os Nyars

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CATLÉYA NARRANDO...

Estrela toma a mesma forma que eu tenho. Ela fica idêntica a mim. Só que seus cabelos ficaram loiros e seus olhos verdes.

- Menina, o quê tá acontecendo? Você virou uma cópia minha? Como assim?

- Me desculpe. Nossa espécie quase foi extinta por conta desta peculiaridade que nós temos. Nossa verdadeira face é como você me conheceu, mas se acaso um DNA de outro ser racional compatível e do mesmo sexo ser absorvido por nosso organismo, copiamos sua forma. Uma gota de sangue, de saliva ou lágrima podem fazer isto.

- Você tá linda. Uma versão loira de mim. Amei. Isso é permanente? - Questiono maravilhada.

- Sim, se eu quiser. A maneira de voltar ao meu normal, é dolorosa. Você se importaria se eu ficasse assim?

- Eu? Não, claro que não. Isso é muito legal, parece que você é minha irmã gêmea. Adorei.

Ela sorri. Parece que eu estava olhando pro meu próprio reflexo.

- E se acaso você enjoar, como você voltaria pra sua forma original? - Questiono curiosa.

- O processo é doloroso. Eu teria que ficar imersa em uma mistura de ervas originárias do meu planeta, e logo após minha pele ficar toda enrugada, teria que raspá-la totalmente até minha forma original surgir. Isso inclui o cabelo também.

- Credo. Pode ficar assim até quando quiser. Não sou de me gabar, mas nós duas estamos lindonas.

- Fico agradecida.

Neste momento, Krauser surge e fica maravilhado ao vê-la.

- Estrela? Estás muito... - Ele balança a cabeça como se dispersasse alguns pensamentos. - Diferente. - Ele fala disfarçando um sorriso.

- Obrigada, tenente. - Ela sorri tímida.

- Por favor, me chame apenas de Krauser.

Ela fica vermelha. Acho que era assim que eu ficava perto do Dante no começo.

Noto que está rolando um clima entre os dois e os deixo à sós, com a desculpa de que precisava tomar um ar fresco. O que de fato não era mentira, pois desde que cheguei neste planeta, ando sentindo uma sensação de falta de ar.

Caminho um pouco para esticar as pernas e paro em um certo ponto da caverna, afinal estava tudo claro por conta das plantas presentes no local. Escuto um sibilar e vou averiguar, entre a fresta de uma das paredes da caverna, eu vejo ovos. Ovos enormes pregados no teto, e as criaturas. Havia alguma coisa luminosa, numa cor avermelhada abaixo de onde os ovos estavam. Parecia uma poça d'água pegajosa, onde vi um dos Nyars nitidamente.

- Mas que diabos é isso? - Sussurro baixinho.

Continuo observando incrédula aquele ser. Era um inseto gigante. Pra falar a verdade uma bendita de uma vespa gigante, totalmente negra, apenas com uma listra azulada em suas costas que pegava do topo da cabeça até o final do abdômen onde se encontrava um grandioso ferrão. Suas mandíbulas enormes, apresentavam uma boca pequena dentro de outra boca maior. Os olhos negros aterrorizantes, antenas e asas enormes. Tudo já estava bastante assustador, até outra vespa maior que essa, chegar e depositar alguns cadáveres dentro daquela água vermelha e brilhante.

Essa é boa. Estamos sendo perseguidos por marimbondos gigantes assassinos e carnívoros. O bicho que eu mais tenho medo na vida. Acho que não tem como ficar pior.

Minhas pernas começam a ficar bambas. Sinto minhas forças se esvaindo de meu corpo. Meu estômago embrulha, só não vomito porque não tem nada pra vomitar.

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