Paixão na Grécia

Capítulo 11

A impressão era de que se haviam passado horas, mas, quando S/N avistou o helicóptero se aproximando da mansão, a manhã ainda estava no início. Rosé, inconsciente desde que fora encontrada, estava sendo levada às pressas para Atenas. Taehyung e o médico a acompanhariam. Yoongi e Lisa preparavam-se para pegar o primeiro avião.

Ainda de robe, do terraço do quarto, S/N observou o helicóptero que se afastava, até sumir de vista no céu. Mesmo que vivesse cem anos, ela jamais se esqueceria da fisionomia transtornada de Taehyung ou da palidez cadavérica de Rosé.

Levou um susto quando uma mão pousou em seu ombro. Virou-se depressa e sorriu tristemente para Yoongi.

Yoongi:- Tripolos está na sala - informou ele.

S/N:- Oh, não! Não agora, Yoongi! - Tomada de pena, abraçou-o. - O que mais você precisará suportar?

Yoongi:- Infelizmente, a polícia precisa estar presente, num caso como este. - Afastou-se dela gentilmente. Era evidente o esforço que fazia para manter a voz firme. - Nem sei como me desculpar com você.

S/N:- Por favor, não diga isso, Yoon. - interrompeu-o. - Não me trate como se eu fosse apenas uma visita. Somos, antes de tudo, amigos, lembra-se?

Yoongi:- Maldição! - murmurou ele. - Que amigos você tem, hein? Perdoe-me por tudo isso, nem sei mais o que digo.

S/N:- Só se você parar de me tratar como uma estranha.

Yoongi suspirou fundo e passou o braço em volta dos ombros dela.

Yoongi:- Venha, precisamos enfrentar o capitão mais uma vez.

Tripolos estava sentado numa cadeira de encosto alto, e se levantou quando S/N entrou na companhia de Yoongi. Os dois se sentaram no sofá onde Lisa estava.

Capitão:- Eu sei que esta é uma situação difícil. - começou o capitão. - Para todos vocês. - Pousou o olhar em cada um dos três. - Posso prometer, entretanto, que serei o mais discreto possível, Sr. Min.

Yoongi:- Eu agradeço desde já, capitão.

Capitão:- Farei tudo para despistar a imprensa, mas uma tentativa de assassinato numa família tão conhecida quanto a sua... - Deixou a frase no ar.

Yoongi:- Assassinato... - repetiu, pensativo.

Capitão:- Ao que tudo indica, segundo o relatório preliminar, sua prima foi esfaqueada, mas havia uma seringa de heroína ao lado dela. Claro que o parecer definitivo ainda vai demorar um pouco.

Yoongi:- Compreendo.

Capitão:- Foi a senhorita que encontrou a srta. Rosé, correto? - o capitão falou, dirigindo-se a S/N.

S/N:- Não, eu... Para falar a verdade, quem a viu primeiro foi a empregada. Eu a socorri logo em seguida.

Capitão:- E chamou uma ambulância imediatamente?

S/N:- Não. - Meneou a cabeça, aborrecida. O capitão já sabia de toda a história, mas fazia questão de checar detalhe por detalhe. Resignada, S/N prestou-se a atendê-lo. - A princípio, julguei que estivesse morta, mas logo percebi que o pulso dela batia, ainda que muito fraco. Acomodei-a melhor na cama.

Capitão:- Na cama?

S/N:- Ela estava com metade do corpo praticamente no chão. - Ergueu as mãos, desamparada. - Eu, honestamente, não sei o que fazer numa situação dessas, apenas segui a minha intuição.

Capitão:- Compreendo. Foi então que encontrou isto? - Ergueu a seringa, agora acondicionada num saco plástico.

S/N:- Exatamente. Enquanto ligava para a ambulância.