Capítulo 13

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Depois do banho, J-Hope constatou que não tinha sono. Talvez estivesse com energia sobrando, depois do sucesso daquela noite. Mas, sem perceber, chegou junto à janela e ficou olhando lá para baixo, para a mansão de Min Yoongi.

S/N estava sozinha, pensou. A essas horas deveria estar dormindo naquela cama imensa e macia. E daí?, perguntou-se bruscamente, ligeiramente irritado com aquele pensamento. A noite passada ele quase fizera uma besteira.

J-Hope sabia que o único motivo que o levara até o quarto dela fora a vontade de explicar de uma vez por todas o seu envolvimento com o contrabando, nada mais do que isso.

O que quase acontecera depois fora urna consequência natural. Que outro homem não faria o mesmo, diante de tais circunstâncias? Mas ele agradecia aos céus por não ter ido em frente, por ela ter deixado escapar aquele pequeno detalhe, antes de cair no sono.

Idiota, uma voz interior recriminou-o, enquanto ele fechava os punhos sobre o parapeito da janela. Só um idiota procuraria se enganar desse jeito. J-Hope subira ao quarto de S/N com uma única ideia na cabeça.

Desde que a viu pela primeira vez, sonhara com o momento de estar com ela, de conhecer aquele corpo, de fazê-la gemer com seus beijos e suas carícias. Só não havia contado com o inesperado: ela é virgem.

Talvez a única virgem de sua idade que ele conhecia? Provavelmente. E J-Hope sabia que jamais tiraria a virgindade de uma mulher se não tivesse a intenção de lhe entregar seu coração.

J-Hope baixou a cabeça. A quem estava tentando enganar? Desde a primeira vez que a visitara em seu quarto, ele sabia... ele saíra de lá, esquecendo-se de levar o seu coração. S/N o arrancara à força de dentro do seu peito. Droga, o que ele faria agora?

Fechou ainda mais as mãos, ao se lembrar do que ainda nem sequer fizera amor com ela. Que outra mulher o deixara desse jeito antes? O que S/N tinha de diferente das outras?

Seu envolvimento com ela fora um erro, talvez o pior de todos os que havia cometido até então. Uma coisa era arriscar a vida, outra muito diferente era arriscar a alma.

Nunca deveria ter tocado nela. S/N não sabia o que estava fazendo, embriagada daquele jeito. Só de pensar que poderia ter lhe tirado a virgindade e correndo um sério risco de ela culpá-lo depois, estremeceu.

Ah, só de pensar que ela estivera na companhia de Taehyung durante tantas horas, J-Hope sentiu o coração apertado de ciúmes.

Saber que Taehyung a beijara despertava nele um sentimento parecido com o ódio. Ah, ele odiava todos os homens que haviam tido o privilégio de receber um olhar dela, um sorriso... um beijo.

Sabia também o quanto S/N o estava odiando. Ele vira o jeito dela horas antes. O modo como se dirigira a ele. E as palavras frias que lhe dissera. O olhar ressentido.

S/N provavelmente o desprezava pelo fato de ele ter se aproveitado dela num momento de vulnerabilidade, provocado pelo álcool. Devia julgá-lo um canalha, um homem sem escrúpulos... Não, desprezo em dobro ele não suportaria.

Afastou-se da janela de súbito, tomado por uma onda de orgulho e amor-próprio. Ela que fosse para o inferno. Por que ele haveria de ficar nesse estado por causa de uma mulher? Dali a alguns dias, S/N voltaria para a Coreia e sairia de sua vida para sempre.

Deitou-se e virou-se de um lado para o outro, sem encontrar posição. Afinal, acabou se ajeitando, e a última coisa em que pensou antes de adormecer foi num par de lindos olhos cor de avelã. Olhos de uma deusa... de uma feiticeira...

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J-Hope acordou sobressaltado menos de uma hora depois, após um pesadelo. Ele se levantou e vestiu uma bermuda e uma camiseta às pressas.

Paixão na GréciaOnde histórias criam vida. Descubra agora