D O I S

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Mas você pode não enganar

Você não sabe o que você começou

Você sabe o que eu preciso

Uma noite sozinho com seu corpo.

Austin Mahone —  Put It On Me.

— Nós somos a One Hundred and Nine

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— Nós somos a One Hundred and Nine. — Passo a mão sobre o meu cabelo molhado pelo suor, jogando os fios escuros para trás. — E agradecemos vocês pelo privilégio de estar tocando aqui nesta noite.

Coloco a guitarra em seu suporte e desço do palanque improvisado no canto do enorme quintal da mansão dos Westorm. Precisava procurar algo para matar a minha cede e eu tinha a certeza absoluta que na geladeira sofisticada da casa de Adam havia apenas cervejas geladas.

Detonado. Essa palavra era a perfeita definição pelo processo que o meu corpo estava passando. Estava tão cansado que se eu deitasse em uma das espreguiçadeiras localizadas perto da piscina, provavelmente, mesmo com todo aquele barulho, conseguiria dormir tranquilamente. Minha semana, como sempre, havia sido corrida. Meus curtos espaços de tempo eram divididos entre ir para a escola, cumprir com os meus deveres e ir trabalhar. Os únicos dias em que havia uma folga de tudo eram nos finais de semana, os quais eu aproveitava para dormir até mais tarde, visitar alguns amigos, tocar algumas músicas e voltar a dormir.

Mas infelizmente ou felizmente, naquele sábado não havia realizado todas as coisas que eu cumpria tão bem. Precisei acordar cedo para ir ensaiar as músicas escolhidas pelo dono da festa no porão da casa de Archie Simons, ele decidiu que gostaria que tocássemos apenas três músicas para esquentar a festa antes do dj chegar na melhor parte e colocar os convidados que finalmente haviam chegado para dançar.

Eu gostava dos hits novos que a indústria musical sempre apostava que iria fazer sucesso, naquele tipo de hino chiclete que gruda de tal forma em sua cabeça que é impossível esquecer, mas a minha verdadeira paixão era pelos sucessos dos anos sessenta em diante. Principalmente depois que o meu avô, que descanse em paz, me apresentou o antigo, velho e bom walkman. No meu aniversário, quando estava completando sete anos de idade, o velho senhor me presenteou com o melhor aparelho eletrônico que eu já poderia ter ganhado, junto dele estava acompanhado algumas fitas com playlist das músicas favoritas de Anderson Matthew em seus anos de juventudes.

Para um garoto sem gosto cultural para a música, ou com qualquer cultura, era a realização de um sonho. Nas tardes de domingo, sempre que eu acompanhava os meus pais para a casa de campo dos meus avós, Anderson se dispunha a ensinar a cozinhar ao som dos Beatles para qualquer pessoa que tivesse o interesse pela culinária.

Usar os fones de ouvido e fechar os olhos enquanto cozinho uma de suas iguarias era como sentir a presença dele, o cheiro da comida se espalhando pelo ar enquanto minha avó, Rebeca Matthew dançava pela cozinha ajudando a limpar a bagunça que o seu marido fazia.

Azul É A Cor Mais QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora