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Abaixe as luzes, abaixe as luzes lá em baixo

Agora estou sentindo você, respirando lentamente

porque querida somos apenas crianças imprudentes

Tentando encontrar uma ilha no dilúvio

Lights Down LowMax Schneider

Lights Down Low — Max Schneider

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Barrow, Alasca. Novembro, 18.


Eu ajusto o fone que está quase caindo da minha orelha e mexo discretamente os meus lábios conforme a letra da música que está tocando, observando a estrada passar diante dos meus olhos azuis durante o percurso que já estou tão acostumado a ver, aproveitando o último dia no qual veria o pôr do sol nascer e brilhar trazendo a sua luz e seu calor. Eram apenas seis e meia da manhã e eu ainda tinha alguns minutos sobrando para relaxar dentro do carro e poder tomar o meu café da manhã um tanto quanto especial que minha irmã havia preparado para mim.

Sinto meu estômago roncar ao olhar para a comida que estava dentro do saco marrom e sentir o cheiro do café no copo térmico, mordendo o lábio inferior em expectativa. Normalmente eu sempre tomava meu café da manhã no carro, por estar sempre cansado, acabo enrolando na cama para levantar mesmo após o despertador do meu celular tocar.

Tiro o lanche de dentro da sacola e o levo prontamente para minha boca mastigando rapidamente durante o processo. Minha mãe me mataria se visse isso agora, mas que culpa eu tinha, estou morto de fome.

Na minha cabeça eu consigo imaginar a voz doce, porém autoritária da doutora Maya Matthew dizendo: "Você sabe o quão é perigoso comer tão rápido assim e não mastigar direito os alimentos, preciso te lembrar quantas pessoas morrem em uma maca de hospital ao engasgar por dia."

E sim, eu tinha uma noção básica sobre isso, as estatísticas que a doutora levava para casa é de cem mortes em um mês por não mastigar direito os alimentos. A médica, que também era minha mãe, sempre fazia questão de me lembrar de como podemos morrer por coisas tão mínimas e banais sem nem ao menos reparar. E por ver todos os dias pessoas morrerem na maca do hospital ela tinha um certo receio em relação aos seus filhos, ou seja, nada de bebidas alcoólicas em excesso - caso alguém chegue bêbado em casa ela faria questão de nos matar, drogas nem pensar e sempre se lembrar de olhar para os dois lados ao atravessar a rua.

Desconecto o fone do meu celular ao sentir minha orelha doer pelo excesso em que uso o pequeno objeto e verifico minhas redes sociais a procura de algo interessante e que prenda minha atenção enquanto término de mastigar e beber meu café. Quando entro no Instagram e vejo que há um Stories em especial no qual chama a minha atenção, minha curiosidade aumenta e meu coração imediatamente acelera antes mesmo de carregar a tal publicação, um tremendo idiota, eu sei. Normalmente quando as coisas se tratavam dela eu não conseguia me conter, não quando ela parecia tão maravilhosa em qualquer coisa que faça.

Azul É A Cor Mais QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora