Às vezes sinto que isso não passa de um conto de fadas.
Tudo é simplesmente bom demais para ser verdade. É o terceiro fim de semana consecutivo que me encontro com Aiden. Antes disso, pedi demissão do trabalho. Dragon ficou bastante aborrecido e naturalmente não perdeu a oportunidade de me ameaçar verbalmente, dizendo que não me recontrataria caso eu me arrependesse de minha escolha.
Já era de se esperar a perseguição.
Prometi a mim mesma que começarei a procurar por um novo emprego semana que vem. Um que realmente me agrade até eu terminar a faculdade. Um que ofereça um estilo de vida ao qual eu possa me adequar facilmente. Não que eu tenha muitas alternativas, mas poder fazer uma escolha desse tipo é uma dádiva, uma vez que dias atrás eu precisava de cada centavo que ganhava como stripper.
Aterrissamos no Canadá em um horário razoavelmente cedo. Assim que chegamos à casa dos Blackwell, não sabia que uma festa longa e intensa nos aguardava. Todos que conheci estavam lá, inclusive algumas pessoas da universidade, como alunos e professores.
Lorelai foi a mulher doce de sempre quando me recebeu. Seu sorriso foi radiante quando reencontrou Aiden. Jack cresceu alguns bons centímetros, e vendo-o agora em seu mini smoking, ele parece um rapazinho altivo enquanto flutua de um nó de convidados para o outro. Jax não está aqui neste momento, mas fui recebida com muitas lambidas regadas a saliva e excitação por me ver. Então, há Penelope e Paul Anderson, envoltos em sua camada de ouro e diamantes. Eles acenam de longe para mim e eu aceno de volta, sorrindo e tentando agir como uma garota normal.
Às vezes me sinto como uma impostora. Como se alguém fosse olhar através de meu disfarce, apontar para mim, contar tudo o que sou e tudo o que fiz para chegar até aqui. Como se pudessem gritar a qualquer momento: Ela não pertence a este lugar! Não é nada além de uma maluca e demente!
Algumas pessoas ditas normais, civilizadas e conservadoras costumam me ver como um perigo, uma espécie de ameaça à ordem social. Elas não sabem aceitar essa ruptura maligna que existe dentro da própria sociedade, por isso ficam impressionadas a ponto de não saberem como lidar com o problema, chegando até mesmo a negá-lo ou ignorá-lo. Talvez porque elas sejam mais felizes assim.
Encontro os olhos de Aiden em meio à multidão de convidados. Ele está lindo em seu terno preto com lapela de cetim e a gravata borboleta. A conexão é instantânea. O calor toma conta de minha barriga, minha pele é magnetizada pela intensidade de seu olhar e meus olhos não conseguem acompanhar nada além de seus passos confiantes até mim.
Ergo minha taça.
— Champanhe?
Ele levanta uma sobrancelha, captando minha piada, e sorri.
— Está tentando me embebedar?
— Não posso evitar. Você fica menos chato quando está bêbado.
Ele ri com descontração, tomando a taça de minha mão para dar um gole e, em seguida, segura minha nuca para me beijar sem se importar que os convidados da festa estejam nos assistindo. Na última vez que tentou ficar bêbado, Aiden revelou que não passava de um cara chato que se escondia atrás de suas máscaras. Discordo totalmente. Muitas coisas mudaram entre nós. Felizmente, para melhor.
Suspiro enfeitiçada quando o beijo termina.
— Você está linda hoje — Aiden me elogia cortesmente.
— Não tanto quanto você.
— Você realmente tem um galanteio para cada coisa que digo, não é?
— Não posso evitar, você me inspira a ficar toda poética. — Olho-o por cima da borda da taça de champanhe, notando seu sorriso. — Vamos lá, conte o que está achando da festa.
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Escândalo [COMPLETO]
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