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Ok, era seria fácil... aliás, não é como se isso fosse acabar com o nosso almoço de domingo! No máximo eu seria levado para uma igreja para ser exorcizado fazendo assim todos os "demônios homossexuais" saírem de mim.

Meus pais de uma garfada a outra conversavam entre si animadamente, a interação era digna de um comercial da coca-cola.

-Estou gostando de alguém. - Soltei aleatoriamente fazendo os dois olharem para mim.

-Meu filho, isso nós já notamos a muito tempo... tá na cara, você age igual a um besta apaixonado tem semanas. - Minha mãe fala e os vejo darem sorrisos gigantescos. - Quem a felizarda?.

-Então... é felizardo. - Falo tão baixo que meu pai murmura um "o que você disse?". - O negócio é que é felizardo e não felizarda, eu gosto de um garoto.

Eles ficaram sem reação, simplesmente chocados, erro 404... já estava me dando nervoso. Caramba, me sinto tão ferrado!.

-E como ele é?. - Meu pai pergunta e pisco diversas vezes absorvendo suas palavras, como assim não vai ter exorcismo? Não estava preparado pra essa jogada dele.

-Ele é... incrível, não sei explicar... gosto do lado positivo dele, do sorriso, de como pensa, de como respira e de como é ele... simplesmente gosto dele todo. - Dou de ombros um pouco... agoniado? Algo me dizia que os dois estavam me julgando... ou estavam se julgando?.

Será que estão pensando no que tenho de errado? Ou acham que criaram errado? Não sei... é que... sei lá!.

-Ele tem olhos bonitos?. - Minha mãe questiona e concordo com um aceno de cabeça. - Que bom, acho que no início me apaixonei pelo seu pai pelos olhos dele... são encantadores e brilhantes.

O que fiz com aquela revelação? Comecei a chorar, nem sábia ao exato porque estava chorando... tinham tantas emoções naquele meio que nem dava pra explicar direito.

-Meu filho, o que foi?. - Então minha mãe acariciar meus cabelos daquele jeito carinhoso que amo desde que me conheço por gente.

-Não sei, acho que estava com medo. - Seco algumas lágrimas com as costas das mãos conseguindo controlar os meus soluços. - Pensei que diriam que estavam decepcionados comigo ou que me largariam de mão...

-Nós nunca faríamos isso com nosso filho. - Meu pai diz, sua mão segura a minha sobre a mesa e começo a soluçar outra vez. - Não poderíamos te deixar de lado pelo simples fato de você estar amando alguém, não era essa a revelação que esperávamos... mas fazer o que? Amor é amor.

Amor é amor.

Aquelas simples palavras mexeram com todo o meu interior, era verdade... não existia cor, sexo ou religião quando se amava alguém. Não pode existir barreira pra um sentimento tão bom e quem é o estúpido de achar isso... só pode estar completamente doido ou drogado.

-Querido. - Minha mãe segurou meu rosto entre suas mãos e vi seus olhos cheio de lágrimas, foi dela que puxei meu lado sentimental demais. - Nós te amamos.

A abracei e tive o abraço correspondido, ouvi a cadeira do meu pai se arrastar e logo ele estava se juntando no emaranhado de braços que éramos.

-Posso ir na casa do Seungmin?. - Questionei.

-É dele que você gosta?. - E a senhora Hwang foi soltando assim bem na lata.

-Talvez. - Respondi meio envergonhado.

-Sábia que tinha alguma coisa nisso tudo, Hwang Hyunjin não é tão dedicado e do nada se torna o garoto que pode mover montanhas pra ajudar um amigo... algo de errado não estava certo. - Meu pai fala mas sua voz sai meio abafada pelo fato de ainda estarmos agarrados. - Você quer é conquistar ele, seu interesseiro.

Câncer 》 Hyunmin Onde histórias criam vida. Descubra agora