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Quando se tem cerca de 36 jovens dentro de uma casa (e sem adultos) as pessoas já imaginam todos bêbados, quebrando coisas, transando pelas paredes e talvez drogados, mas nós não, na verdade estamos bem calmos.

Alguns dançam, outros cantam, uns estão tendo conversas que vão de políticas e filosóficas a coisas totalmente retardadas como: "e se o oxigênio é um veneno que te mata aos poucos com os anos?", e até existem alguns casais (e agradeço por não ter ninguém preconceituoso no local... porque nenhum casal é hetero) interagindo (mas ninguém está se engolindo e agradeço aos céus porque não quero fazer cosplay de estátua da liberdade e segurar uma tocha gigantesca).

-O que está fazendo ai?. - Pergunta a garota morena com quase minha altura que conheço muito bem. - Decidiu ser anti-social? Estamos ne uma sala cheia de gente se não notou.

-Também é bom te ver, Chaeyeon. - Digo a lançando um sorriso amigável.

Estávamos próximos da entrada do corredor que levava até a cozinha, eu me encontrava apoiado com as costas na parede com os braços cruzados e a de fios castanhos se encontrava a minha frente também de braços cruzados e com um sorriso aberto nos lábios.

-O que tem feito da vida?. - Pergunto pela primeira vez puxando assunto naquela noite (na verdade tentando prolongar). - Novidades?.

-Bom, consegui um trabalho ne um estúdio de dança. - Iria dizer algo quando a mesma ergueu a mão indicando que não tinha terminado de falar e continuo. - E também estou namorando.

-Aaah. - Abro um sorriso malicioso. - Quem é o sortudo?.

-Na verdade é sortuda. - Ela responde e fico de boca aberta totalmente surpreso enquanto a vejo rir da minha reação. - O que foi? Tem algum problema com isso?.

-Chae, eu estou apaixonado por um garoto. - Murmuro e então é Chaeyeon que faz uma expressão de surpresa total. - Amor é amor, não existe problema algum em amar alguém e ser amado.

-Ele está aqui?. - Pergunta eufórica e me recomponho do meu choque de segundos atrás. - Onde? Em que parte?.

-Eu nem falei que ele está aqui. - Acabo rindo enquanto vejo a garota dando pulinhos no mesmo lugar olhando de um lado para o outro. - Será que você podia ser mais discreta?.

Chaeyeon e eu (e mais algumas pessoas dessa sala) fizemos um mesmo acampamento de artes quando éramos mais novos, e incrivelmente a amizade continuou anos depois e aqui estamos.

-Ele veio ou não?. - Questiona me encarando profundamente como se pudesse ver minha alma e até meus pensamentos mais profundos (Deus me livre).

-É o dono da casa. - Respondo e Chae tenta controlar seu surto dando mais alguns pulinhos e fazendo um barulho engraçado. - Sim, ele está aqui.

-E quem é? Me mostra!. - Suspiro e discretamente aponto para Seungmin que conversava com uma garota de curtos cabelos loiros e parecia não entender muito bem o que ele falava. - Sakura... minha namorada está falando com seu namorado.

-O que?. - Encaro a garota que também volta sua atenção para mim. - Nós não namoramos, na verdade nem somos um casal.

Relembro as palavras ditas pelo Kim mais cedo e sinto uma pontada no peito, acho que estou um pouco magoado, mas tento lançar um sorriso forçado quando falo aquelas palavras a minha amiga.

-Mas talvez no futuro sejam, e posso ajudar com o início. - Chae sorri e eu conhecia aquele muito bem aquele sorriso. - Tenho uma idéia em mente, espere meu sinal.

-Que sinal?. - Pergunto e não tenho respostas, a morena pega seu celular digita e envia uma mensagem para alguém antes de bloquear o aparelho outra vez para devolver o mesmo ao bolso. - Não vou saber se você não me contar.

Câncer 》 Hyunmin Onde histórias criam vida. Descubra agora