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Algo estava errado com o meu ruivinho naquele dia e já tinha notado, era um sábado de manhã quando cheguei a casa da família Kim e fui recebido pela minha única e favorita sogra (qual ainda não sabe que sou seu genro) vestida ainda com sua camisola, questionei se poderia falar com Minnie me sentindo meio envergonhado pela situação de estar tão cedo no lar de alguém... mas sentia falta do meu garoto! E muita!.

A última vez que tínhamos nos visto tinha sido no dia anterior e isso já era muito tempo pra mim! MUITO mesmo!.

Fui bem recebido pela mulher de cabelos escuros e autorizado pela mesma a ir até o quarto de seu filho para perturbar sua vida. Cheguei no cômodo do Kim mais novo em cerca de meio minuto, não bati na porta ou perguntei se poderia entrar... aquele quarto tinha basicamente se tornado meu também. Entre um emaranhado de cobertas reconheci fios de cabelo vermelho e um rostinho sonolento, me aproximei da cama e deite ao lado dele passando meu braço envolta de sua cintura e me aconcheguei mais em si. Estávamos frente a frente mas eu era maior ao ponto de poder aproveitar para distribuir beijos pelo seu rosto e cabeça, amava cada partícula dele.

-Ei, para com isso... - Ele reclamou baixo em tom rouco e sem nem abrir os olhos, sorri.

-Só depois do beijo de bom dia. - Respodi logo em seguida beijando a ponta do seu nariz e em segundos vendo aquelas pupilas castanhas aparecerem para me observar. - Dormiu bem?.

-Hm... não. - Minnie resmungou abraçando meu tronco e afundando o rosto na curva do meu pescoço, vale ressaltar que me senti super bem pelo ato de afeto. - Quero dormir mais, e talvez só acorde daqui a cinco anos! Nem pense em me esperar.

-Claro que vou te esperar, mas da onde veio tanta preguiça?. - Questiono e o ouço suspirar.

-Não é preguiça... é cansaço, me sinto tão cansado. - Naquele momento penso se deveria brincar ou não, porém, não consegui resistir a ser idiota.

-Cansado de que? Nem fizemos nada ainda!. - Solto tais palavras de jeito sugestivo e em meio minuto já posso sentir alguns tapas sendo distribuídos nas minhas costas e acabo rindo.

-Idiota, não estou brincando. - Murmura parecendo emburrado, beijo sua pele tentando deixar meu cherry boy menos irritadinho e birrento. - Nem tente me comprar com isso, não vai funcionará seu besta.

-Tudo bem, me desculpe. - Me afasto e mais uma vez ele reclama, o que quer de mim esse ser afinal?!. - O que?.

-Por que se afastou?. - Pergunta e me finjo de desentendido besta. - Eu não pedi pra se afastar.

-Não?. - Ok, deixá-lo irritado e emburrado era meu dom e o fazia com satisfação. - Pensei que era.

-Você gosta de me irritar... - O Kim bufa e me surpreende quando é ele que começa a me beijar traçando uma linha da minha orelha até minha clavícula e volta para meu pescoço onde distribui mais beijos e quando menos espero vem uma mordida, estava tão extasiado que quando aquilo aconteceu só pude prender a respiração e não existia o porque de reclamar... por mais que minha cabeça gritasse milhares de motivos pra isso mas eu era idiota demais pra isso e quando ele deu um chupão no mesmo lugar que mordeu... meu cérebro teve morte súbita ou virou geléia, Hwang Hyunjin era um cara acabado senhoras e senhores.

-Acho que vou te irritar mais vezes. - Solto entre um suspiro ou outro, os beijos e carícias cessaram e levei um belo de um beliscão na costela. - Ai! Por que disso?!.

-Nem pense em tirar minha paciência por palhaçada, otário. - Seungmin afasta seu rosto de mim e me encara, devolvo seu olhar na mesma medida.

-Você tem uma forma estranha de mostrar seu amor por mim.

-Calado e cuide de mim, estou me sentindo meio enjoado.

-Engravidei você quando?. - Brinco outra vez e levo mais tapas e olhares feios vindos do menor. - Ok, desculpe mais uma vez.

-Não é brincadeira, Jinnie. - Seu bico enorme e sua expressão de desconforto me fez ter certeza de que realmente ele não estava brincando. - Me sinto mal.

-Isso pode ser sério, acho melhor eu chamar seus pais. - Falo e tento me levantar mas suas mãos envolta do meu corpo não me soltam.

-Não é nada com que se preocupar... só não estou me sentindo bem, então fique aqui comigo, por favor. - Nos encaramos por longos segundos tendo uma conversa entre olhares que só nós entendíamos, mesmo parte de mim gritando para sair dali como um louco protetor atrás dos pais de Kim Seungmin fiz o contrário e continuei agarrado a si. - Obrigado.

-O que você tem exatamente? Está sentindo o que?. - Pergunto enquanto acaricio seus cabelos e vejo brincar com o tecido da minha blusa.

-Só enjoo. - Da de ombros.

-Tem pulado refeições ou algo assim?. - Meu interrogatório medicinal era melhor do que de qualquer médico.

-Não, mas ontem dormi cedo e acabei não jantando.

-Deve ser por isso que está tendo essa sensação, vou pegar alguma coisa pra você comer. - Eu realmente iria buscar algum alimento para aquele ser humano mas quem disse que ele me soltou?. - Seungmin, eu só vou pagar uma coisa pra comer e voltar, não vou te abandonar... pode me soltar.

-Não estou com fome. - O encarei por um bom tempo mas quem disse que ligou para a cara de tacho que fiz para ele, como é que esse ser quer melhorar dessa situação se não faz nada pra isso?!. - É sério, eu não estou sentindo fome e não vou conseguir comer se não estiver me sentindo faminto.

-Tudo bem, vou só ficar aqui com você até que sinta fome. - Voltei a abraça-lo e ficamos ali deitados.

As horas foram passando e o Kim nem ao menos falava, acabamos dormindo grudados um ao outro e realmente queria acreditar que meu Minnie estava bem, porém quando acordei notei que sua pele estava mais quente e seu corpo se encontrava encolhido junto ao meu, ele suava e tremia ainda de olhos fechados, prendi minha respiração e senti meu peito estufando quando notei que sangue escorria do seu nariz e manchava o lençol de sua cama.

Merda.

-Minnie, Seungmin. - Me levantei apressado e segurei seu rosto entre minhas mãos, seus olhos se abriram em duas finas linhas e ele sequer parecia ter força para fazer alguma coisa.

Merda, droga, merda.

-Eu... droga, vou te tirar daqui. - Falo e desajeitado o pego no colo ao estilo noiva, estou em desespero mas preciso manter a calma. - Vai ficar tudo bem.

Nos tiro do seu quarto de forma apressada, acho que nunca andei tão rápido na minha vida e minha respiração é totalmente irregular.

-Senhora Kim! Senhor Kim!. - Berro descendo as escadas para o andar de baixo. - Senhora Kim!.

-O que foi querido?. - A mãe de Seungmin aparece as pressas vinda da cozinha e ela parece congelar quando seus olhos focam em mim e em seu filho.

-Me ajuda, por favor. - Peço, praticamente imploro angustiado... meu ruivinho se encontra pálido em minhas mãos e parece que meu mundo se desaba junto com cada molécula fraca dele naquele momento. - Precisamos fazer alguma coisa.

-Beomgyu! Beomgyu!. - A senhora Kim gritou correndo para o andar de cima atrás de seu marido, sua voz estava trêmula e ela começava a chorar enquanto sumia de vista.

Olhei para Seungmin que respirava com dificuldade em meu colo, queria trocar de lugar com ele ou fazer algo para ajudá-lo.

Meus olhos começavam a merejar enquanto eu o observava, Deus... o que faço com você?.

Câncer 》 Hyunmin Onde histórias criam vida. Descubra agora