cap. 13: problemas incontroláveis

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Ponto de vista Soluço:

O sol batendo em minhas escamas enquanto boiava era realmente relaxante, boiar com as asas bem abertas era tudo de bom, por um momento abri meus olhos me incomodando um pouco com a luz, bocejo e olho em volta, havia algo no horizonte, parecia se aproximar rápido, forçando um pouco os olhos consigo ver que se tratava de um navio, suas grandes velas brancas carregavam um símbolo um tanto quanto familiar.

Com um arrepio passando por toda a minha espinha consegui me lembrar de onde havia visto ele, todos os anos um navio daqueles atracava no porto de Berk e com ele vinha... céus temos que sair daqui!

Nadei depressa até Banguela, que estava de costas atrás de mim com a cabeça na água, e o toquei chamando sua atenção.

"O que foi? ".

"Temos que ir embora daqui, agora".

Disse um tanto quanto assustado.

"Por que? O sol está longe de se pôr e.... ".

Antes que ele pudesse terminar apontei para o navio que se aproximava rapidamente da ilha de terra.

"Certo, temos que voar para a ilha, não podemos correr o risco de que encontrem o ninho".

Respondeu alarmado enquanto subia comigo em uma das pedras presentes ao nosso redor e secava as asas.

"Temos que avisar os dragões de lá também, eles correram perigo com aqueles vikings lá".

Com as asas secas partimos a toda velocidade em direção a ilha onde havíamos deixado Astrid, voamos tentando não chamar a atenção do barco que parecia ser mais rápido que os barcos comuns, entrando pelo centro da vila começamos a avisar aos dragões que encontrávamos para se esconderem dentro da floresta até um pesadelo monstruoso vermelho sangue se aproximar de nós.

"Podem me dizer o que diabos está acontecendo? ".

Ele perguntou alarmado.

"Soluço esse é Kowaki, ele é o líder do grupo de dragões que vive aqui".

Banguela me explicou rapidamente enquanto eu dava o relatório ao pesadelo asa de titã.

"A um navio se aproximando, ele é da vila dos incontroláveis, se pegarem vocês por aqui faram uma chacina, peço que se refugiem na floresta".

Disse tentando ficar o mais calmo possível, minhas lembranças com aquela tribo não eram nada agradáveis.

"Não podemos abandonar nossos amigos bolos de carne, eles não vão se virar bem sozinhos se essa tribo é tão ruim quanto fala".

Respondeu o pesadelo de modo protetor, eu sabia que era uma palavra final, eles não os abandonariam, então precisávamos de algo que servisse a isso também.

"Certo, por que não escondemos os filhotes e idosos na floresta, assim os adultos e guerreiros podem ficar nas redondezas, se eles precisarem de ajuda podemos entrar em ação".

Sugeri um tanto quanto desesperado, aquele navio já estava perto demais.

"É um bom plano, ainda por que pode ser apenas um navio comerciante, se não nos ver aqui talvez vá embora mais rápido".

Banguela pontuou, o líder logo concordou e soltou um rugido de perigo fazendo com que todos os filhotes e adultos se escondessem na floresta para onde ele partiu também.

Os humanos olhavam intrigados para o nosso comportamento que para eles era estranho, mas infelizmente não poderíamos explicar e nem leva-los conosco, se os incontroláveis vissem a vila vazia saqueariam tudo e a queimariam em seguida para deixar claro que passaram ali.

Ponto de vista Astrid:

Quando aqueles dois me deixaram aqui pensei que estaria salva! Como eu estava errada, assim que entrei na aldeia eles me acomodaram em uma cabana para órfãos e disseram que me mandariam para casa no verão quando os barcos comerciantes fossem lançados ao mar.

Até aí tudo bem, era compreensível, afinal eles não gastariam um barco e suprimentos para fazer uma viajem no outono se eles pudessem lucrar com outra no verão e de quebra me levar para casa.

O problema mesmo foi a descoberta que eles tinham repteis cuspidores de fogo como bichinhos de estimação! Eram vikings hora essa! Eles deveriam lutar com eles e não fazer carinho!

Onde estava todo o instinto de luta? A adrenalina de estar entre a vida e a morte?

Eram os pacifistas mais chatos que eu havia conhecido, mas ainda sim consegui fazer amigos por aqui, mesmo com seus defeitos eles eram ótimos agricultores e tinham uma linha de defesa muito firme.

Tentaram por algumas vezes me fazer mudar de ideia sobre aquelas lagartixas superdesenvolvidas, mas eu não cairia naquele truque, aquelas feras só querem que você baixe a guarda para que possam comer a vontade da comida que damos duro para pegar!

Estava aqui a um dia e mal poderia esperar para ir para casa!

Estava ajudando um grupo de jovens a guardar alguns suprimentos no galpão quando vi aquele mesmo fúria da noite e o pequeno traidor pousarem na vila e começar a rugir para os outros dragões, aquilo os deixou agitados e logo estavam voando para a floresta, não entendi em primeiro momento, foi então que por um impulso olhei para o mar e apenas o símbolo daquelas velas fez com que meu corpo inteiro estremecesse.

A tribo incontrolável estava atracando no cais dessa pequena vila, pude ver o chefe lançar um olhar preocupado aos outros e manda-los buscar as armas.

Uma coisa que pude ver nessa vila foi que eles confiavam muito nos instintos dos dragões, se eles não mergulhassem em certa região, então não haveria pesca por ali, se estavam se escondendo de um barco, as armas seriam distribuídas.

Mais que depressa fui até o chefe da vila.

"Senhor, acho melhor colocar as crianças dentro das casas".

Quando os incontroláveis atracavam em Berk essa era a primeira ordem de Stoico, colocar as crianças nas casas e não deixar que os tripulantes do navio estrangeiro se espalhem na ilha.

Era uma tática comum deles, fazer de crianças reféns e se dividir para conquistar, então deixar os vulneráveis em segurança e saber onde todos estavam era melhor que receber um ataque surpresa.

"Astrid, conhece aquele navio? É da sua vila? ".

"Conheço sim senhor, não é da minha vila, mas aparece com certa frequência por lá, acho melhor mandar que as crianças fiquem nas casas".

Fora o tempo de todos se armarem para que o grupo de incontroláveis Bersekers desembarcassem do navio e partissem em nossa direção, de fato não eram muitos, mas tendo em mente que um Berseker incontrolável valia por pelo menos dois vikings... talvez tivéssemos problemas.

Em primeira mão não reconheci os vikings presentes, mas bem a frente deles estava um que eu conhecia muito bem, Dagur o ensandecido filho do líder da vila dos Bersekers, era um tanto estranho pensar que Oswald o amigável deixaria o filho dele velejar sozinho até aqui.

"Olá visitantes, o que os traz a vila de Yuuka? ".

O líder tomou a frente perguntando a eles.

"Viemos em uma busca, e para o bem de vocês é melhor encontrarmos o que viemos procurar, se não ficaremos contentes em queimar a vila de vocês até virar pó".

Disse o ruivo rindo de forma enlouquecida, realmente eu nunca achei que ele batia bem, mas nossa...

"E quem pensam que são para fazer tal ameaça?! ".

Meu corpo tremeu de leve com a pergunta do chefe, não se coloca madeira na fogueira dos Bersekers!

Dagur sorriu de forma maliciosa.

"Quem somos nós? Mas que pergunta maravilhosa, tem tanto tempo que não encontramos alguém que não nos conheça, tolinho somos Bersekers a tribo mais incontrolável do arquipélago e nesse momento, vocês vão saber o porquê".

Foi como um flash ver todos sacarem as armas preparados para o confronto que viria.

o príncipe perdido Dos DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora