-Essa foi por pouco.- Falo retirando a máscara dourada que eu estava usando.
Eu estava no Olimpo quando ouvi Hector pedindo a minha ajuda. Ele é um dos poucos seguidores que me restaram e eu precisava ajudar ele. Com esse assuntos resolvido só falta encontrar Hades. Ele insistia que eu fosse no mundo inferior. E realmente fazia tempo que eu não o visitava.
-Liope!- Chamo.
A garota entra pela porta com Pothos nos braços.
-Chamou senhora?- Pergunta colocando o garoto na cama.
-Sim, pôr favor prepare a minha carruagem alada e me entregue dois convites para as minhas bodas.- Digo me levantando.- Há e diga a meu marido que eu saí.
Ela concente com a cabeça e fala.
-E o pequeno deus senhora?
-Deixe ele dormir, afinal a mãe dele chegará amanhã pela manhã.
Ela novamente concente e sai. Eu olho pra pequena criança que estava sobre meus lençóis de seda. A asas douradas de querubim refletiam a pouca luz emanada pela lua. Coloco Pothos em uma posição mais confortável e o cubro com um dos meus lençóis. Admiro ele por alguns minutos até que Liope entra.
-A carruagem já está pronta senhora.- Diz de olhos baixos.- É aqui estão os convites.
Pego e agradeço. Saio do quarto e sigo ate o estábulo. Os corredores do palácio estavam vazios, apenas os guardas pensavam por mim. Resolvo ir logo, quero estar aqui quando Íris voltar da suas férias pela manhã. Chegando no estábulo vejo a minha bela carruagem adornada com plumas de pavão feitas de ouro e prata.
-Ola meus amores.- Fala acariciando o pescoço do pavão a minha frente.
O mesmo bate o bico em sinal se alegria. A minha carruagem era puxada por seis pavões gigantes que foram criados especialmente pra mim. Mais uma tentativa inútil de Zeus pra reconquistar o meu amor. Subo na carruagem e estalo as rédeas fazendo os pássaros correram pelo corredor do estábulo. Antes que eu perceba já estávamos voando muita acima das nuvens. O vento balançava os meus cabelos e a luz da lua davam um brilho especial a minha carruagem. Estalo as rédeas e os pavões mergulham com tudo. Eu firmo meus pés na carruagem e faço os pássaros entrarem no túnel que levava ao mundo inferior. O calor do subsolo toma o lugar da friagem noturna. Apos alguns minutos descendo eu chego na carverna onde nascia o rio Lete. Aterrisso a carruagem e desço. Caronte o barqueiro já me esperava.
-É sempre um prazer tê-la aqui soberana rainha.- Diz Caronte quando subo no seu barco.
-Onde meu irmão está?- Pergunto me sentando.
-Nos campos Elísios com a rainha Perséfone.- Diz empurrando o barco.
A barcaça deslizava suavemente sobre as águas claras do Lete. Me lembro quando acompanhei Deméter que veio se banhar nas águas desse rio pra apagar um evento traumático. Ela sempre foi a mais emotiva entre nós, mas isso não vem ao caso. A paisagem começa a mudar gradativamente a escuridão da lugar a uma luminosidade dourada semelhante ao sol. O chão infértil e negro se dissolve em um tapete de grama florida que se estendia até onde a vista alcançava. Criança corriam e bricavam, casais de idosos passeavam demonstrando seu amor eterno e jovens namorado descobriram a felicidade de estar na companhia um do outro. Realmente Hades tinha caprichado quando resolveu criar esse local.
-Já estamos chegando.- Diz Caronte.
Ao longe via a silhueta do meu irmão. Ele estava com suas roupas negras e seu garfo que tinha as pontas douradas e ia escurecendo até chegar a base. Perséfone estava ao lado dele. Sua pele morena e olhos verdes davam a ela um ar jovial que lhe caía bem. Os dois estavam sentados em volta de uma mesinhas redonda. Aparentemente eles estavam tomando chá.
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O Servo de Hera e a Ânfora Oculta
ФэнтезиHector um adolescente de 19 anos e um devoto fiel da deusa Hera. Tão estranho quanto sua religião e o mundo visto através de seus olhos. Um mundo onde as divindades gregas ainda que de forma indireta tem grande influência sobre a humanidade. Em uma...