Um péssimo encontro

19 3 0
                                    

   Tive um breve momento de lucidez. Eu realmente amava a Amanda, é justamente por causa desse amor eu não podia deixar ela sofrer, mas me casar com ela está fora de cogitação. Não quero me casar com ela só pra reparar um erro. Acho que se ela se casar assim vai sentir remorso pelo resto da vida. Se eu for me casar com ela, irei fazer que tudo saia perfeito. Mas isso não vem ao caso. Amanda não seria excomungada agora. Será necessário todas as sacerdotisas para as bodas de Hera. Então terei tempo pra resolver isso. Mas mal penso nisso, quando o nosso suspeito sai do dormitório.

  -E pombo alça vôo.- Fala Rose, se referindo ao nosso suspeito.- Devemos segui-lo agora?- Pergunto.

  -Ainda não.- Repreendo.- Vamos deixar ele tomar a frente. E seguimos a distância.

Ela concente com a cabeça e espera comigo. O dia está claro, é as ruas estão pouco movimentas. Estava tudo pacífico, mas a calmaria se esvai com um cortejo que passava em frente a butique. Uma mulher jovem, estava sobre um carruagem aberta. A mulher estava de branco e usava um longo veu que se estendia pra fora da carruagem.

  -Um cortejo matrimonial.- Fala Rose virando a sua cabeça pra rua.- Que Afrodite abençoe o casal.- Diz.

  -Que Hera abençoe o casal.- Falo quase por impulso.

E uma tradição estender as bênção de seu deus aos futuros noivos. Assim eles terão uma relação feliz e saudável. Fico imaginando como seria estar em um cortejo como esse. Se eu participasse não seria tão grande. Tenho poucos amigos. E menos amigos ainda perto de mim. Porém meus pensamentos são interrompidos pelo final do cortejo. Rose me olha e fala.

  -Acho que está na hora de seguirmos o nosso amiguinho.

  -Eu acho que sim.- Pago a conta e saímos.

  -Onde ele está Hector?- Pergunta Rose.

Nosso objetivo tinha desaparecido, porém o cheiro dele ainda estava fresco na minha mente. Recito meu feitiço de rastreamento e procuro o aroma repugnante de couro barato envelhecido.

  -Por aqui.- Falo segurando a mão de Rose.

Ela se solta e fala.

  -Não invada meu espaço Hector.

  -Não levante suspeitas Rose.- Respondo.- Não acharia suspeito um garoto e uma garota te seguindo?- Pergunto.

  -Acho que sim, mas oque isso tem haver?

  -Pessoas evitam olhar casais, então o mais óbvio e que finjamos ser um.- Explico.

Ela concente com um pouco de desgosto e segura a minha mão. Eu entrelaço os meus dedos nós dela e a puxo pra mais perto de mim.

  -Sua mão tá gelada.- Reclama Rose.

  -E a sua está pelando.- Falo.

  -E pôr que eu tenho sangue correndo nas veias, é não nitrogênio que nem você.

Solto um sorriso involuntário e seguimos pelo lado norte. Já devia ser umas dez horas, o sol finalmente estava  aparente no céu. Eu é Rose andamos por mais alguns minutos e conseguimos alcançar o Marco. Ele estava em uma pequena barraca de semi jóias.

  -Vamos lá.- Fala Rose.

  -Você tá louca?- Pergunto.- Aqui tem muitas testemunhas, é não se esqueça que queremos passar despercebido.

  -Não sou burra Hector.- Diz Rose.- Não vou atacar ele aqui, apenas vou dar um jeitinho de ser mais fácil de ataca-lo.

Antes que eu possa protestar ela me arrasta até a barraca.

O Servo de Hera e a Ânfora Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora