A mamãe tá na biblioteca, a mamãe disse que eu não posso entrar lá. Uma mulher tá com a mamãe, e a mulher branca do jardim. Ela fez a mamãe chorar, eu não gosto dela, ela e má, a mulher do jardim fez a minha mãe chorar.Acordo de supetão e me espanto ao ver que eu estava no sofá. Penso um pouco e lembro que eu estava maratonando alguma série, mas não lembro qual era. Me levanto devagar e abro as janelas, assim a sol entra e ilumina o cômodo escuro. Sigo pra cozinha e Rose estava lá. Ela usava uma camisola muito sensual. Era de um tecido semitransparente vermelho que se estendia apenas um palmo abaixo da linha da virilha.
-O que você está lendo? E onde os outros foram?- Pergunto ainda sonolento, tentando não reparar na roupa dela.
-Os outros foram em uma caminhada com nossa adorada tutora.- Explica.- já a resposta pra sua primeira pergunta, e só um bilhete confuso guardando dentro desse livro de receitas.
Aquelas palavras vinheram como uma bala. Como eu pude ser tão burro. Eu tinha esquecido o maldito bilhete dentro do livro.
-Você pode me explicar isso Hector?- Fala me mostrando o bilhete.
Um nó foi crescendo na minha garganta. Aquele era um péssimo jeito de começar o dia.
-É só um bilhete idiota, uma brincadeira que a minha mãe fazia comigo quando eu era pequeno.- Tentando engana-lá.
-Não minta pra mim Hector!- Fala irritada.
Tinha esquecido que a Rose consegue ver se eu estou mentindo, o engraçado que esse efeito só funciona comigo.
-Será que você pode vestir uma roupa menos reveladora?- Peço possivelmente corado.
-Estou bem assim.- Fala cruzado as pernas.- Vamos me fale logo.
Respiro fundo e me sento na cadeira ao lada da Rose.
-Estou suspeitando que exista uma ordem secreta.- Falo
Ela me olha como se eu estivesse maluco.
-Sério Hector, você agora virou um louco da conspiração.
- Eu não estou louco.- Afirmo.- E posso provar.
-Se pode, então provê.- Desafia.
Quando ela fala isso eu peço licença e subo até o quarto. Só pensava o quão burro eu fui, eu sempre fui bem cuidadoso para com os meus segredos, mas esse bilhete com certeza veio pra estragar o meu dia. Chegando no quarto eu abro a gaveta do criado mudo que ficava rente à cama. Com a gaveta aberta eu retiro o fundo falso e pego a pérola do Jean Paul e levo até a cozinha, desço rápido as escadas e mostro o objeto pra Rose.
-Olha, o Jean Paul estava com isso na noite em que nos o assasinamos.- Falo entregado o objeto pra ela.
Rose analisa a pequena esfera e fala.
-Isso pode ser um amuleto, uma joia ou até um objeto de decoração...
-Não é.- Batendo a mão na mesa.- A suma sacerdotisa do templo de Hera também tem uma, a única diferença é que a dela tem um pavão entalhado.
Rose pareceu se assustar com o estrondo, mas falou mesmo assim.
-Então você acha que eles estão planeja algo?- Pergunta.
-Sim, mas não sei oque é.- Afirmo enquanto me acalmava.
-Enquanto a cornucópia, quem e ele, e quem é esse corvo e quem é o javali?- Pergunta parecendo apreensiva.
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O Servo de Hera e a Ânfora Oculta
FantasíaHector um adolescente de 19 anos e um devoto fiel da deusa Hera. Tão estranho quanto sua religião e o mundo visto através de seus olhos. Um mundo onde as divindades gregas ainda que de forma indireta tem grande influência sobre a humanidade. Em uma...