4. Nós fizemos uma grande bagunça, amor.

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Nós fizemos uma grande bagunça, amor. Provavelmente é melhor desse jeito.
E eu confesso, amor que em meus sonhos você está tocando o meu rosto e me perguntando se eu gostaria de tentar de novo com você e eu quase aceito.

Sentados em uma mesa redonda os sete membros do BTS estavam reunidos novamente. Faziam alguns meses que eles não tinham a oportunidade de conversar. Focados em suas carreiras fora do grupo, eles haviam se esquecido de algo muito importante e era esse o assunto que Seokjin queria abordar naquela reunião.

— Eu tive que cancelar um show do BTS porque vocês não conseguiram espaço nas suas agendas para uma noite. — Falava irritado, ao lado de Namjoon, que apenas olhava o trio de maknaes. — Uma noite! — Enfatizava.

— Ele não fica lindo com esse óculos e essa cara de bravo? — Jimin ressaltou, tentando quebrar a tensão do ambiente.

Era notável que Jin aparentava mais maduro. Ele agora estava sempre em blusa e calças sociais. Óculos não era mais um mero acessório, os usava sempre. Seu cabelo estava no tom de castanho natural, nunca mais o pintou nem deixou crescer muito. 

— Cale a boca Jimin. — Yoongi parou de mexer em seu celular apenas para repreendê-lo. Ele achava toda aquela conversa inútil.

— Com ciúme? — Provocou. — Não se preocupe, você também fica fofo bravo. — Jimin sentia falta da época em que o grupo estava completo e esta era sua forma de demonstrar: provocando o ex.

— Eu vou te matar quando você estiver dormindo. — Rebateu com uma voz assustadoramente calma, esquecendo-se por alguns segundos que eles já faziam mais turnês juntos.

— O nosso tempo já passou meu amor. — Jimin sempre gostou de irritá-lo.

— Já chega. — Namjoon os interrompeu. — BTS é um orgulho pra Coreia, tínhamos fãs esperando por esse show há meses. Nós ainda existimos, mesmo separados, e temos que honrar isso. Por sorte, os ingressos não tinham começado a ser vendidos ainda. — Explicou.

— Me desculpe. — Taehyung falou pela primeira vez. — Eu estava promovendo três filmes, quando vi que a data do show era no mesmo dia da estreia de um deles fiquei bastante chateado. Jimin tinha a gravação de seu programa também. Devíamos ter olhado a agenda melhor.

— Eu disse que colocar equipes diferentes para administrar eles seria um problema. — Yoongi murmurou. — Jin conseguiu reverter a situação para não prejudicar a reputação de ninguém e eu culpo vocês por isso — Explicou bravo. 

— Eu prometi um show com a formação original do grupo, pelos velhos tempos. Será o último da turnê atual, daqui alguns meses. — Falou Seokjin observando a reação dos maknaes que pareciam felizes com aquela notícia. — Por culpa de vocês eu vou ter que entrar em calças apertadas de novo. — Disse em um tom amigável.

— Você ainda entra nelas? — Jungkook riu debochado.

— Continue rindo, mas eu ainda sou mais bonito que você. — Seokjin respondeu resgatando sua antiga persona, aquele que se intitulava mundialmente bonito.

— / / —

Ariel chegava ao local marcado, no centro da cidade. Andava pelo restaurante, olhando para os dois lados, a procura de Saem. Insatisfeita por não encontrá-lo, se perguntou se aquela ligação tinha realmente acontecido. Avistou em um dos cantos, próximo ao balcão, um sofá ao lado de uma mesa e resolveu sentar-se. Era inútil esperá-lo de pé e com seu filho de dois anos no colo. O pequeno brincava com seu dinossauro, quando o amigo de sua mãe chegou.

— Hey Ari, me desculpe a demora. — Cumprimentou-a dando-lhe um abraço. — Fiquei preso no trânsito, você sabe como é São Paulo. — Explicou-se.

— É domingo, Saem. Você ficou preso na cama, não é? — Deu um meio sorriso. Vê-lo lhe trazia memórias de quando trabalhava no jornal, apesar de tudo, ela gostava daquele lugar. Os poucos momentos que passou com ele ali foram alegres.

— Você não mudou nada. — Concluiu ao fitar o rosto da brasileira. — E quem é essa criança ao seu lado? — Olhou para o pequeno menino de cabelos pretos, que brincava cabisbaixo.

Quando ela o pegou e pediu que ele cumprimentasse o amigo, ele ficou um pouco atordoado. Saem acreditava que Ariel tinha deixado para trás suas história com o BTS, mas ao ver aquela criança percebeu que isso nunca seria possível.

— Ei fofinho. — Cumprimentou-o pegando em suas pequenas mãos. — Você se parece com seu pai, sabia? — Finalizou olhando discretamente para Ariel.

— Eu quero ver o papai. — O menino se virou para a mãe, que de repente desmanchou o sorriso que exibia.

Falso Amor #3  [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora