11. Tatuagem

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Eu não posso perder tempo, então me dê um momento. Eu percebi que nada está quebrado, não preciso me preocupar com tudo que eu fiz, vivo cada segundo como se fosse o último. Não olho para trás, tenho um novo caminho. Eu te amei uma vez, quando precisava de proteção. Você ainda é uma parte de tudo que eu faço,  você está no meu coração como uma tatuagem.

— Então, essa é a história... A história do porquê de eu não ter dado para ninguém esse final de semana — Ariel falava ao telefone com Marina, bufando.

— Eu realmente não te entendo. — Respondia a amiga suspirando. — Você está em Seul, vá conhecer outros caras, figurinha repetida não completa o álbum. Namjoon não está solteiro?

— Ha ha ha! — Falsificou uma risada. — O que você faria no meu lugar? Eu não estou procurando ninguém, eles são só pessoas com quem convivo. J-Hope está de namoradinha nova, por falar nisso. — Andava em círculos pela cozinha.

— Por que está me contando isso? Eu não me importo, já fazem anos que não o vejo. — Entrelaçava os braços, segurando o telefone no ouvido com os ombros. — Não vou discutir mais, você está se lamentando por algo que queria ter feito e não fez. Viva com a culpa, eu tenho um ensaio fotográfico pra ir. — Se despedia da amiga.

Marina era extremamente famosa, pertencia a uma nova geração de blogueiras e tinha até mesmo sido convidada para atuar em novelas. Por estar sempre viajando e promovendo marcas e produtos, não ficava muito em casa, porém sentia falta da melhor amiga, que não estava mais a esperá-la sempre que voltava. Nunca admitiria, mas a morena se sentia muito solitária.

— Ok, eu vou terminar de arrumar tudo aqui, os meninos devem estar chegando. — Retribuiu o adeus e encerrou a chamada.

Por volta das oito da noite, Jin chegou no apartamento de Ariel. Ao abrir a porta, ela se deparou com uma versão levemente bronzeada do coreano e uma criança cansada. Ele deixou as bolsas com as roupas da criança sob o sofá, após cumprimentar a brasileira.

— Correu tudo bem? — Ela perguntou quebrando desconfortável silêncio.

Era a primeira vez que se falavam desde os acontecimentos da noite em que Ariel resolveu partir. Evitavam conversar sobre qualquer assunto que não fosse o filho, o clima ainda estava estranho entre os dois. Era desconfortável pensar que, dois dias antes, eles dividiram uma cama por alguns minutos. Agora estavam mais separados do que nunca.

— Sim, deu tudo certo. Acho que ele deve estar com fome. — Pontuou Jin, colocando a mão sob o bolso procurando pelas chaves do carro. — Eu estou indo embora, amanhã vou cedo pra empresa. — Disse andando até a entrada do apartamento, acompanhado por Ariel.

— Obrigada. — Ela respondeu quando os dois estavam próximos a porta.

— Foi bom passar um tempo com ele. Leve-o pra me ver durante a semana, ok? Nós temos um combinado, disse que lhe ensinaria coreano. — Abaixou-se para dar um abraço de despedida no pequeno e saiu fechando por trás de si a porta do apartamento e ouvindo um adeus sussurrado de Ariel. 

O pequeno Jin, logo notou algo estranho em sua mãe. Ela parecia bem enquanto desarrumava suas malas, porém havia algo incomum em uma parte de seu corpo.

— Sua perna! Sua perna! — O menino notava uma pequena mancha de sangue sob o short cinza que Ariel usava.

A brasileira apenas olhou para baixo e percebeu que sua roupa estava suja. Sentia um pouco de dor no local para o qual seu filho apontava, mas não havia parado para pensar no motivo daquilo. Já no final do corredor, Jin pode ouvir os gritos da criança.

— Está tudo bem? — Disse invadindo o apartamento, preocupado.

Ao entrar, encontrou a brasileira passando a mão sob o pano no local onde a mancha se situava.

— Não se preocupe, não deve ser nada. — Disse analisando a perna. — Parecia alguma sujeira de algum lugar que eu esbarrei ao limpar a casa. Tentei esfregar no banho, agora está doendo um pouco, não tinha percebido que sangrava. Ele está fazendo escândalo por nada. — Repreendeu a criança, mesmo que ele não pudesse entender.

Falso Amor #3  [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora