1. Dê uma boa olhada, eu não estou bem

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O que fará você acreditar que a vida não é o que parece? Eu não estou bem. Eu te disse de novo e de novo que você canta as palavras, mas não sabe o que elas significam.

Marina segurava o cabelo de Ariel enquanto ela tentava se recompor. Com o tempo, o enjoo havia passado e ela pararia de vomitar.

— Como isso aconteceu Ariel? — Dizia Marina enquanto vasculhava o armário do banheiro procurando um enxaguante bucal.

— Não me julgue senhora "Eu tenho uma caixa de camisinhas em casa". — Ariel abaixou a tampa do vaso e sentou-se em cima do mesmo, colocando as mãos sob suas têmporas, cabisbaixa.

— Você sabe que eu aprendi isso com você, não é? Uma garota bastante espera sempre me dizia: "Nunca deixe a responsabilidade para os homens, no fim a culpa sempre será sua".

Um silêncio constrangedor se formou no banheiro. Marina estendeu a mão para a amiga, num gesto para fazê-la se levantar. Ariel tentava, agora de pé em frente ao espelho, pentear seus cabelos e lavar o rosto.

— O que aconteceu com aquela Ariel? — Ela insistiu.

— Ela foi a Coreia, se apaixonou. Com o tempo ela ficou descuidada e por fim, perdeu a cabeça. — Respondeu. — E agora ela está torcendo para o que está fazendo-a vomitar há uma semana seja uma inocente intoxicação alimentar.

— Bom, não há nada que possamos fazer agora a não ser ir para a festa de aniversário que te espera no meu apartamento.

— O... Que? - Se espantou.

— Finja surpresa. — A amiga ordenou. — Amanhã de manhã faremos um teste de gravidez. — Prometeu enquanto as duas deixavam o apartamento.

—  Eu não quero fazer. — Retrucou Ariel antes de abrir a porta a sua frente.

— Cedo ou tarde você precisa enfrentar isso. E é melhor cedo. — Colocou a mão sob a maçaneta, abrindo o local.

O acender das luzes e o som das pessoas cantando "Parabéns para você" abafou qualquer negativa de Ariel em relação a fazer o teste. No fundo, ela não queria descobrir se estava realmente grávida. Tinha suspeitas, mas não tinha dado atenção a elas até começar a sentir enjoos com frequência.

No dia seguinte, as duas caminharam juntas até a farmácia. Marina tentava disfarçar sua preocupação, enquanto a amiga não escondia sua insatisfação de estar sendo arrastada até aquele local. Por enquanto Marina procurava os testes, Ariel ia a parte do estabelecimento onde estavam as comidas procurar por uma garrafa de suco.

— O que você está fazendo? — Perguntou Marina ao encontrar a amiga em frente ao caixa, bebendo o suco direto da garrafa de dois litros.

— Um brinde a Juno. — Disse irônica.

— Oh céus, o que faremos com você? — Fez uma pergunta retórica em voz alta.

Voltaram caladas durante todo o percurso. Chegando dentro do apartamento, Ariel apenas pegou das mãos de Marina a sacola que continha o teste e gravidez e se trancou no banheiro. A amiga se sentou no sofá da sala, dando a outra a privacidade que desejava naquele momento constrangedor. Após alguns minutos, levantou-se para checar como ela estava.

— Hey, está tudo bem ai? — Disse batendo na porta. — Você sabe que pode contar comigo pra tudo, não é? Até mesmo se quiser que eu segure o palito. - Brincou.

De repente, Ariel saiu do banheiro apressada.

— Qual o resultado? — Marina insistiu.

— O palito está na pia. — Disse apontando para o banheiro. — Eu vou sair. — Pegou sua bolsa dentro do quarto.

Falso Amor #3  [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora